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Conseguiu uma vaga temporária no fim do ano? Entenda quais são os direitos trabalhistas

 

Segundo projeção da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) , o Brasil terá abertura de 110 mil vagas temporárias no fim de 2024




Com a chegada do final do ano, muitas empresas se preparam para a alta temporada de vendas, impulsionada pelo Natal e o Ano Novo, recorrendo à contratação de trabalhadores temporários para dar conta do aumento da demanda. O comércio, em particular, é um dos setores que mais busca esse tipo de mão de obra para suprir o volume extra de serviços. 

Em 2024, de acordo com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), estima-se que mais de 110 mil vagas temporárias serão abertas no país, superando ligeiramente as 108,5 mil vagas registradas no ano anterior.

Embora seja uma prática comum e benéfica para muitas empresas, a contratação temporária traz consigo várias obrigações legais que devem ser rigorosamente seguidas. Regulamentado pela Lei 6.019/1974, e atualizado por normas posteriores, esse tipo de contrato tem como principal objetivo atender a necessidades excepcionais, como picos sazonais de demanda ou a substituição de funcionários permanentes. 

A legislação permite que o trabalho temporário seja contratado por um período de até 180 dias, consecutivos ou não, com a possibilidade de prorrogação por mais 90 dias, conforme a necessidade da empresa.

Quais são as obrigações do empregador?

Embora o contrato temporário tenha características próprias, os direitos destes trabalhadores são bastante semelhantes aos dos empregados contratados por prazo indeterminado. O empregador tem a responsabilidade de garantir uma série de benefícios trabalhistas e previdenciários, que vão desde o registro correto em carteira até o recolhimento do FGTS e o pagamento de férias proporcionais.

De acordo com a advogada trabalhista Agatha Otero, do escritório Aparecido Inácio e Pereira Advogados Associados, “mesmo que o vínculo do trabalhador temporário seja de caráter transitório, a empresa que contrata é responsável por cumprir todas as obrigações trabalhistas e previdenciárias durante a vigência do contrato, incluindo o recolhimento de INSS e FGTS”. Isso significa que o empregador não pode deixar de garantir os direitos básicos do trabalhador, como pagamento de horas extras, adicional noturno, repouso semanal remunerado, 13º salário proporcional e férias proporcionais

A advogada ressalta ainda que, além das obrigações financeiras, a empresa deve garantir ao trabalhador temporário as mesmas condições de trabalho oferecidas aos empregados permanentes, como segurança, higiene, saúde e ambiente salubre. “O temporário deve ter acesso ao atendimento médico, ambulatorial e de refeição nas mesmas condições que os outros empregados da empresa”, completa.

Uma das obrigações mais importantes do empregador ao contratar um trabalhador temporário é a formalização do contrato por escrito. Esse documento deve detalhar a função do empregado, o período de serviço, a remuneração e todas as condições de trabalho. Além disso, é necessário registrar na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) que o vínculo é temporário, assegurando o cumprimento correto do contrato e prevenindo complicações futuras.

A anotação na CTPS é fundamental para garantir que o contrato seja encerrado corretamente do final do período acordado. Caso o empregador deixe de formalizar o contrato por escrito ou não siga as regras legais estabelecidas, a relação de trabalho pode ser reconhecida como permanente, o que acarreta em relação irregular. Nessa circunstância, o empregado passa a ter os mesmos direitos que um trabalhador efetivo, incluindo aviso prévio, seguro-desemprego, multa de 40% sobre o FGTS em caso de demissão sem justa causa e estabilidade em situações como gravidez ou acidente de trabalho.

Além disso, os trabalhadores temporários têm assegurados todos os direitos previdenciários, como aposentadoria, auxílio-doença e salário-maternidade. O recolhimento do FGTS, que deve ser feito pela empresa, é de 8% sobre a remuneração paga ao empregado durante o período de contrato.

Uma peculiaridade do contrato temporário é que, ao final do vínculo, o trabalhador pode sacar 100% do saldo do FGTS. No entanto, nesse tipo de contratação, não há o pagamento da multa de 40% sobre o FGTS, já que essa penalidade se aplica apenas em rescisões sem justa causa de contratos por tempo indeterminado.

“Como o contrato temporário tem um prazo de duração fixo e pré-determinado, não há a incidência da multa de 40% sobre o FGTS, uma vez que o término do contrato é esperado e não configura uma rescisão imotivada. Mas o trabalhador pode sacar o valor integral do FGTS ao final do contrato”, explica a advogada.

Portanto, a contratação temporária, se bem executada, pode trazer benefícios tanto para as empresas quanto para os trabalhadores, criando oportunidades de trabalho durante períodos sazonais, sem comprometer os direitos trabalhistas e previdenciários.

 

Sobre a Dra. Agatha Flávia Machado Otero

Bacharela em Direito pela Universidade Santo Amaro e pós-graduanda em Direito e Processo do Trabalho pela Escola Paulista de Direito. Inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil/SP sob o nº 494.814.




A impenhorabilidade da pequena propriedade rural


É importante destacar aos produtores a questão da proteção constitucional que existe sobre a pequena propriedade rural produtiva e trabalhada pela família.

Trata-se da impenhorabilidade da pequena propriedade rural familiar na acepção da lei, que está prevista no art. 5º da Constituição Federal, que dispõe que a propriedade rural, desde que produtiva e trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes da atividade campesina.

O art. 833 do Código de Processo Civil também diz que é impenhorável a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família. Aqui também se vê o princípio da proteção à propriedade familiar, desde que esta esteja cumprindo com sua função social (seja área produtiva).

Para pedir a liberação de um imóvel rural eventualmente penhorado numa ação de execução, o primeiro aspecto a ser verificado é o tamanho da área: o imóvel não pode ser maior do que 04 módulos fiscais.

O módulo fiscal é uma unidade de medida em hectares, cujo valor é fixado pelo INCRA para cada Município. Esse parâmetro é utilizado por analogia ao art. 4º da Lei 8.629/93 que trata do conceito de pequena propriedade rural que não deve sofrer intervenção desapropriatória. Portanto, a dimensão de um módulo fiscal varia de acordo com o Município onde está localizada a propriedade. No Brasil, essa metragem fica entre 05 a 110 hectares. O site oficial da EMBRAPA informa o tamanho do módulo fiscal em cada um dos Municípios do país.

Estando a área dentro da metragem legal (possuindo até 04 módulos fiscais), é imprescindível provar que o executado é produtor rural e trabalha na terra com sua família. Essa prova pode ser feita por meio da declaração de IR, de notas fiscais de insumos das últimas safras, do cadastro de produtor rural (CAD/PRO), de comprovante de contribuição sindical, de comprovantes de ITR, de laudos de orientação de aplicação de produtos nas lavouras, de certidão da EMATER (ou outra agência ou órgão estadual de assistência técnica que vise fomentar e amparar a agricultura familiar), entre outros documentos idôneos a demonstrar a efetiva atividade rural naquela área.  

Ademais, mesmo que o imóvel em questão tenha sido tomado em hipoteca na cédula de crédito rural executada, ainda permanece a proteção constitucional, que tem força superior à garantia real, justamente por conta da prevalência do interesse coletivo sobre o interesse individual.

E esse direito de liberação da pequena propriedade rural de uma eventual penhora em ação de execução não preclui, ou seja, poderá ser alegado a qualquer tempo e grau de Jurisdição, antes da extinção da execução.

Lybor Landgraf é referência nacional

A Lybor Landgraf é uma banca de advocacia (www.lybor.com.br) na área de dívidas rurais, dívidas industriais, dívidas com Bancos em geral e dívidas em face de empresas que agem como “bancos ou agiotas” para empresar dinheiro para os produtores rurais. A Lybor Landgraf é uma advocacia em excelência na sua expertise, com reconhecimento nacional, premiada pelo Senado Federal e pelo Setor Sucroalcooleiro como o melhor escritório de advocacia em sua especialidade.


A Dra. Kellen Bombonato é a nossa diretora jurídica geral. O nosso diretor superintendente é o advogado Dr. Osmar de Vasconcellos, responsável por recepcionar o atendimento a novos clientes, para avaliar o caso e encaminhar para a nossa diretora jurídica geral, Dra. Kellen Bombonato (drosmar@lybor.com.br +55 44 3027 4500).

A LYBOR LANDGRAF é hoje a BANCA DE ADVOCACIA (www.lybor.com.br) mais prestigiada no país na sua especialidade, detentora de vários prêmios nacionais em sua expertise, contando com uma equipe de profissionais diretos de aproximadamente 50 profissionais e indiretos de 900 profissionais, com atuação em todos os Estados da Federação do Brasil, com mais de 14 mil processos em andamento na área litigiosa e mais de 40 mil clientes na área preventiva-consultiva.

COM A ALMA PARTIDA EM MIL PEDAÇOS


por Dartagnan da Silva Zanela (*)


Há um belíssimo ensaio de Ortega y Gasset intitulado “No ser hombre de partido”, onde o mesmo apresenta-nos uma longa reflexão sobre a tomada de posição em relação às contendas políticas que tomam conta da vida nas sociedades contemporâneas.

 

Como todos nós muito bem sabemos, não existe essa história de não tomar partido e isso vale, principalmente, para a turma que prefere colocar-se em uma torre de marfim, toda limpinha, acima do bem e do mal, muito além das disputas e picuinhas da direita e da esquerda; pessoas essas que se consideram isentas, prudentes e muitíssimo sofisticadas e que, de forma muito ladina, querem apenas e tão somente, se possível for, tirar o máximo de vantagem de qualquer time que venha a encilhar sua cela política na égua baia do poder estatal.

 

Se nos portamos desse modo não estamos, de modo algum, agindo por princípios, nada disso. Estamos apenas elevando, a categoria de princípios, os nossos interesses tacanhos e imediatistas, disfarçando-os com as plumas e paetês de uma desavergonhada e suposta superioridade moral. Resumindo: não há nada de digno nesse tipo de oportunismo rastaquera.

 

Doutra parte, é importante lembrarmos, que não há nada de profundamente meritório em ser um “homem de partido”, que defende com unhas e dentes todas as traquitanas e estripulias que são orquestradas por um partido político, ou que são praticadas em nome dele. Se agimos assim, estamos, de forma insensata, abdicando do uso da nossa consciência para colocar em seu lugar os ditames de uma agremiação política.

 

Quando procedemos dessa maneira, acabamos por confundir a tomada de partido em relação a algo, com a tomada de nossa consciência por um partido, para nos manipular em relação a tudo.

 

Como diria Ortega y Gasset, muitas e muitas pessoas preferem agir assim por causa da segurança psicológica que lhes é dada pelo fato de estarem integrando um grupo. Há pessoas que preferem ter sua mente carregada pelas mãos invisíveis de um partido, e arrastada pelos tentáculos de uma multidão, do que andar, de forma claudicante, com pernas da sua própria consciência.

 

Diante do exposto, o que seria então menos danoso para a nossa personalidade: a atitude cínica do “isentão”, ou o engajamento insensato e temerário nas fileiras de uma ideologia? Francamente, penso que nem uma coisa, nem outra.

 

Devemos, sim, no meu entender, nos esmerar em tomarmos uma posição clara em relação à realidade dos fatos da vida, à luz da nossa consciência. Por isso, recuar pode ser uma opção, avançar também, mas nos calar e nos omitir, não. De jeito-maneira.

 

Sim, podemos nos equivocar ao tomar uma decisão, como podemos estar redondamente mal informados a respeito dos acontecimentos que estão marcando os caminhos e descaminhos da sociedade, mas seremos nós que estaremos cometendo esse erro e assumindo a responsabilidade pela escolha malfadada que fizemos. Não terá essa de nos fiarmos na máxima de Homer Simpson, que diz: “a culpa é minha e eu coloco em quem eu quiser”. Nada disso.

 

Agora, quando colocamos nossos interesses mesquinhos acima da nossa consciência, o trem desanda de vez, porque, deste modo, acabamos por eleger, como critério de julgamento das nossas decisões, da nossa “cidadania”, tão só e simplesmente o tamanho das vantagens pecuniárias que poderão ou não ser obtidas por nós em uma disputa de poder, seguindo à risca velha lei de Gerson.

 

E se aderimos apaixonadamente a um partido, colocando-o no lugar da nossa consciência, adotando suas diretrizes como se fossem os princípios orientadores da nossa vida, o único critério de avaliação que teremos será a conquista do poder pelo partido e, é claro, a manutenção da presença do dito-cujo nas entranhas da besta-fera estatal.

 

Por isso, tomar partido, de forma responsável, é defender a soberania da verdade sobre todos os interesses, inclusive e principalmente, sobre os nossos. Ser um homem de partido é tomar parte na luta pela defesa da majestade da verdade sobre todos nós, principalmente quando a verdade está nos chamando a atenção para as nossas inúmeras fraquezas e limitações.

 

Sejamos de direita, de esquerda, ou tico-tico no fubá (isentão), é de fundamental importância que procuremos lutar para preservar a nossa mente das sedições que se levantam contra ela, sublevações essas que abundam nesse mundo e que não medem esforços para nos degradar e, principalmente, lutemos, sem fatigar, para proteger nossa consciência contra as mil e uma fraquezas do nosso caráter, ou da falta dele.

 

*

 

(*) professor, escrevinhador e bebedor de café. Autor de “A QUADRATURA DO CÍRCULO VICIOSO”, entre outros livros.

https://lnk.bio/zanela

Anúncios patrocinados: até quando vão encarecer?



Por Renan Cardarello

Uma coisa que muitos profissionais de mídia paga estão notando nos últimos anos é o constante aumento do custo dos anúncios pagos, sejam eles Google Ads, Meta Ads, TikTok Ads, etc. Seguindo essa ideia, algumas dúvidas surgem quanto ao tema: quais os motivos do encarecimento dos anúncios e até quando eles vão continuar ficando mais caros?

Por mais que não seja um recurso orgânico e gratuito, investir nos anúncios pagos pode trazer retornos extremamente significativos para as empresas, uma vez que eles permitem um maior alcance das publicações desenvolvidas de forma que a marca atinja um público mais abrangente e, ao mesmo tempo, segmentado conforme a persona desenhada nos serviços ou produtos ofertados. E, por esse motivo, mesmo com o crescente aumento nos preços, os investimentos continuam.

O problema, contudo, é que houve uma percepção nítida do aumento dos preços da área nos últimos anos, desencadeado, principalmente, pela pandemia. Afinal, com a disseminação, a nível global, da Covid-19 em 2020 e 2021, vários estabelecimentos tiveram que fechar suas portas. Em resposta a esse forte impacto no mercado físico, vimos, consequentemente, um grande impulso na utilização da internet pela população, a qual passou a participar diariamente, da vida de muitas pessoas que, até antes, não tinham contato ou interesse no espaço virtual.

Dados da OMS, como prova disso, mostram que houve um aumento de 71% para 83% no número de domicílios com acesso à internet entre 2019 e 2020, o correspondente a cerca de 61,8 milhões de casas conectadas. Neste cenário, como as lojas físicas não conseguiriam voltar a funcionar em pouco tempo, a grande ideia que muitos empreendedores tiveram foi a de começar a venda por meio da internet, onde todas as pessoas acabaram frequentando por longos horários.

Além disso, durante o tempo de isolamento social, muitos profissionais ficaram desempregados e tiveram a necessidade de buscar algo para poder se manter financeiramente, o que também desencadeou um outro movimento de grande destaque neste período: os infoprodutos. Dentre um deles, a popularização do conteúdo da gestão de tráfego pago foi notável.

Tivemos, então, três bases para o evento que estamos analisando, sendo eles: os empregadores (de lojas que fecharam durante a pandemia), profissionais que tiveram seus trabalhos encerrados e, por último, a venda do conhecimento necessário para que as pessoas que se encontravam desempregadas iniciassem trabalhos simples na área – o que levou à uma superpopulação tanto de lojas online quanto de gestores de tráfego. O resultado? Várias lojas do mesmo segmento disputando, no sistema de leilão, as plataformas de anúncios pelas mesmas palavras-chave.

Em uma ideia paralela, como exemplo, quando se tem uma alta de demanda por um tipo de produto e o mercado apresenta uma falta de estoque, o que acontece? O preço aumenta. E foi isso o que aconteceu nos últimos anos. Houve a falta de público para todas essas lojas que não souberam nichar seus e-commerces.

Este movimento de preços crescentes foi fortemente acompanhado por todo o mercado ao redor do mundo, impactando, até mesmo, uma série de produtos alimentícios populares na mesa do brasileiro, como foi demonstrado em uma matéria pelo O Globo, “Em janeiro e fevereiro, custo da comida em casa subiu 2,95%, contra 1,25% do IPCA. El Niño afetou colheita. Feijão, arroz, batata e cenoura já têm alta superior a 10% em 2024”.

Relacionado à economia internacional, temos como exemplo os dados compartilhados na pesquisa “UK inflation rate: How quickly are prices rising?”, na qual foi constatado que, apesar de a inflação ter caído, significativamente, desde que atingiu 11,1% em outubro de 2022, que foi a taxa mais alta em 40 anos, isso não significa que os preços estão caindo - apenas que estão subindo menos rapidamente. Tudo isso indica que não só os preços de anúncios estão subindo; mas todo o custo está em uma curva crescente.

Nesse contexto geral, fica claro o motivo do aumento dos preços de campanhas pagas, sendo eles, de modo resumido: por conta do aumento geral dos preços de modo universal (até em países de primeiro mundo); pela superpopulação de anunciantes de mesmo nicho, sem pontos diferenciais; e pela desvalorização da moeda brasileira, que acaba por piorar a situação. Diante disso, a tendência dos preços de campanhas PCP e PPI (pagamento por clique e pagamento por impressão, respectivamente) é a de contínuo aumento de custos, ou, pelo menos, essa é a visão compartilhada por parte dos profissionais da área de tráfego pago com anos de experiência no mercado.


Renan Cardarello
 é CEO da iOBEE - Assessoria de Marketing Digital e Tecnologia.

 Sobre a iOBEE:

https://iobee.com.br/

Atuando de forma abrangente com serviços de Google Ads & Meta Ads, SEO, Inteligência em Redes Sociais, Inbound Marketing e mais, a iOBEE é uma assessoria de marketing digital e tecnologia, com serviços que atendem todas as áreas que são vitais para alavancar o faturamento das empresas.



A esperança nunca decepciona

 

*Por Padre Alex Nogueira


A cada 25 anos, o Papa anuncia o ano jubilar, tempo para os fiéis renovarem a esperança. Desse modo, em 2025 será vivido com maior fervor o ensinamento cristão reafirmado por São Paulo: “Ora, a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5, 5).


A intenção do ano jubilar é conduzir os fiéis a seguirem pela trilha da esperança com consciência de serem peregrinos neste mundo rumo ao céu. Por isso, o período que antecede ao jubileu foi definido como o “Ano da Oração”. Uma pessoa que reza, cresce na virtude da esperança, estabelece um diálogo com Deus e renova suas forças espirituais.


Para ajudar as pessoas a rezarem bem e compreenderem a dimensão da oração do Pai Nosso é importante seguir um caminho simples e mergulhar o coração na esperança que não decepciona. Compreender e viver a oração que o próprio Jesus ensinou é um caminho de esperança para todo cristão.  


Embora as pessoas possam decepcionar, os projetos frustrarem e as tristezas se acumularem, um coração ancorado pela esperança está preparado para as tribulações e sairá vitorioso. A vitória já foi conquistada por Jesus, e cada passo dado em meio as adversidades é feito com Cristo. Esta esperança é impulsionada quando se reza, e tal oração é com reta intenção e frutuosa.


Não perca a sua crença! Deus presenteia a humanidade com diversas oportunidades de descobrir os caminhos da esperança. O ano de 2025 é uma dessas oportunidades que você não pode deixar passar sem frutos espirituais na sua vida. Prepare-se bem para o tempo da graça que está por vir, reze com a alma e seja revigorado pelo Espírito Santo que consola os corações e os cumula de verdadeira esperança.


*Padre Alex Nogueira é mestre em direito canônico, professor acadêmico e autor do livro Orar faz muito bem!

Decreto sobre obtenção de terras traz insegurança jurídica ao produtor rural

O documento dispõe sobre alternativas para obtenção de terras destinadas à política de reforma agrária

Bruna Carolina Bianchi de Miranda

O quadro de endividamento do produtor rural brasileiro cresceu de forma desenfreada nos últimos tempos, sendo algumas das causas as variações climáticas, a inadimplência junto ao governo Federal e o descumprimento da função social da propriedade rural. Preocupante também é a publicação do decreto 11.995/24, ocorrida no último mês de abril. O documento dispõe sobre alternativas para obtenção de terras destinadas à política de reforma agrária.

Na visão de alguns representantes do setor agrário, o decreto gera insegurança jurídica. Acredita-se que ele pode comprometer os direitos dos proprietários rurais e interferir em competências legislativas exclusivas do Congresso Nacional, pois trata da desapropriação de terras para destinação das mesmas à reforma agrária. Especialistas sustentam que a regulamentação da reforma agrária por decreto não respeita o devido processo legal, sendo manifestamente ilegal e inconstitucional.

O artigo 185 da Constituição Federal veda a desapropriação de propriedades produtivas e remete à Lei a fixação de normas para o cumprimento dos requisitos relativos à função social. Contudo, o artigo 5º do decreto, em seu inciso I, dispõe de forma contrária ao dispositivo: “A desapropriação de imóveis rurais, por interesse social para fins de reforma agrária, quando verificado o descumprimento da função social da propriedade, conforme normas editadas pelo INCRA”.

Assim, para o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), “a própria Constituição exige o cumprimento da função social como condição para que a propriedade produtiva não possa ser desapropriada e delega à legislação infraconstitucional a definição do sentido e do alcance do conceito de produtividade, para que esse critério seja considerado”*.

O dispositivo - além de afrontar a Lei 8.629/1993, como ainda o próprio princípio da eficiência que deve reger os atos da Administração Pública** e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) - não goza de atribuições legais para regulamentar a função social da propriedade rural. Por conseguinte, o decreto dispõe sobre a adjudicação do imóvel do produtor rural, no intuito de desfazer-se da necessidade de realização do leilão, transferindo assim diretamente o imóvel para União nas hipóteses de inadimplência.

Neste contexto, estabelece ainda as formas de aquisição da propriedade imobiliária rural, nos termos do seu art. 4º. Por sua vez, o art. 19 especifica que, no caso de compra e venda, “o pagamento do preço contratado somente será efetuado após o registro da escritura pública no registro de imóveis competente”.

Sendo assim, pode-se realmente considerar que tais medidas trazem insegurança jurídica ao produtor rural, uma vez que a propriedade pode ser tomada para quitação de dívidas com a União sem a devida verificação do cumprimento da função social e aplicabilidade de normas para o cumprimento dos requisitos relativos à sua função social.

Referências:


  •  Bruna Carolina Bianchi de Miranda é advogada, coordenadora de soluções jurídicas na Rücker Curi - Advocacia e Consultoria Jurídica.

Mercado de RP e assessorias cresce 31% no Brasil

Engenharia de Comunicação, sediada no Paraná, é exemplo, cresce nesse mercado e mira em startups



Ao longo dos últimos anos, a comunicação no Brasil sofreu modificações profundas advindas da ampliação do acesso à internet e do surgimento de tecnologias cada vez mais sofisticadas, criadas com a missão de informar. A velocidade da informação tornou-se quase instantânea, com uma demanda crescente por dados e conteúdos diversificados que agregassem cada vez mais valor ao jornalismo brasileiro, o qual entrou de vez na era da cultura digital.


Nesse cenário, as agências de assessoria de imprensa, que são aquelas que ajudam empresas a se conectarem com os veículos de comunicação contribuindo com a divulgação de conteúdos corporativos e institucionais, cresceram no país. A mais recente edição do Anuário da Comunicação Corporativa aponta que agências de relações públicas e assessoria faturaram, em 2022, R$ 4,88 bilhões – aumento de 31,1% em relação ao ano anterior.


A jornalista Patrícia Stedile, CEO da Engenharia de Comunicação, conta que há 20 anos - quando fundou a empresa, sediada no Paraná - as agências eram focadas em grandes corporações e órgãos governamentais. As pequenas e médias ainda estavam desprovidas desse serviço, nicho que a Engenharia de Comunicação buscou atender.


“Muita coisa mudou. Hoje, as pequenas e médias empresas são amplamente atendidas pelas agências e pelos próprios jornalistas, que migraram das redações para as assessorias de imprensa. E nada mais importante do que transmitir suas informações, já que são as pequenas e médias empresas as maiores empregadoras do país, com 1,78 milhão de postos de trabalho, segundo o Caged, e movimentam 30% do PIB nacional”, avalia a profissional.


Outro movimento importante, do qual a Engenharia de Comunicação se beneficiou, foi o boom das startups no Brasil. Segundo o Relatório Wrapped Brazilian Startups, da plataforma Sling, de 2020 para 2021 houve um salto de 200% no volume de recursos aportados nas startups brasileiras. Mais que isso: aumentou o valor médio dos investimentos – de US$ 5,5 milhões para US$ 13,7 milhões.


Como já estava focada no segmento de pequenas e médias empresas, logo passou a atender startups de diversos setores da economia, e de fora do Paraná também. Além de startups e pequenas e médias empresas, grandes corporações fazem parte desse portfólio.


A empresa conta com um time de dez colaboradores. São profissionais como redatores, jornalistas que fazem gerenciamento, divulgação e follow-up ativo, estabelecendo contatos dinâmicos com jornalistas. Para se ter uma ideia, no último triênio (abril de 2021 a abril de 2024), a Engenharia de Comunicação contabiliza quase 27 mil clippings (releases publicados em veículos de mídia) gerados, e média de 2.500 releases editados e publicados.


HISTÓRIA

Patrícia Stedile fundou a Engenharia de Comunicação em 2004, justamente no início da transição da comunicação ainda em parte analógica para a de intensa digitalização. A visão da empresa ganhou forma definitiva em 2006, sendo tese do projeto de conclusão de curso de sua pós-graduação em marketing empresarial.


Jornalista Patrícia Stedile CEO da Engenharia da Comunicação 

 

“Percebi a necessidade de uma assessoria voltada para empresas pequenas em fase de crescimento, de qualidade, e adaptei o formato para atender essa demanda”, relembra. Naquela época, a disciplina de assessoria de imprensa não estava presente na grade curricular do curso de jornalismo que Stedile havia concluído dois anos antes. “Imagine, nem assessoria de imprensa os jornalistas estudavam na época. Hoje, grande parte dos assessores do país são jornalistas, e muitos deles estão focados em assessorar startups”, compara.


De fato, segundo o levantamento “Perfil do Jornalista”, elaborado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e apresentado no 19º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor), em 2021, mais de um quarto dos profissionais de jornalismo (26,1%) atua em assessorias de imprensa ou comunicação, ou em produtoras de conteúdo para mídias digitais.


O projeto da Engenharia de Comunicação deu certo. Aliás, deu tão certo que o trabalho contribuiu significativamente para o crescimento das empresas atendidas. Atualmente, a Engenharia de Comunicação expandiu sua atuação para assessorar grandes empresas também, uma vez que suas clientes evoluíram para esse patamar. “Conforme nossos clientes vão crescendo, aumenta também a demanda de serviços – mais releases, outros produtos. Afinal, a necessidade de se comunicar se amplia também. Com isso, a gente cresce junto”, celebra Stedile.


A Engenharia de Comunicação mantém firme o propósito original que está em seu DNA: viabilizar a assessoria de imprensa para pequenos empreendimentos, como startups, impulsionando seu crescimento. No entanto, ao alcançar duas décadas, a perspectiva é atender cada vez mais empresas já consolidadas.


Os serviços da Engenharia de Comunicação permanecem diversificados desde o início. Além da assessoria de imprensa clássica, que envolve a elaboração de releases e o contato com os veículos de comunicação (o follow-up, no jargão da área), a agência atua em comunicação interna, produção de revistas e jornais, endomarketing e produção de conteúdo.


A responsabilidade com a notícia e o rigor no cumprimento de preceitos éticos estão na essência da Engenharia de Comunicação. Essas marcas são reconhecidas por veículos de comunicação em todo o país, garantindo sua presença nesses meios. Além disso, a agência conta com uma metodologia própria, um time de profissionais qualificados e uma expertise acumulada ao longo de 20 anos, o que contribui para a credibilidade da empresa.


Atualmente, a agência mantém uma sólida base de clientes, contando com uma extensa carteira que inclui empresas renomadas como Engerey/Reymaster, Roit, Acom, Assespro-Paraná, Zetra, Apura, entre outras.


MAIS INFORMAÇÕES:



Uso excessivo do inglês nas empresas e no ambiente on-line: como lidar?

 *Por Carla D’Elia

De acordo com a Ethnologue, o inglês foi a língua mais falada em 2023, com mais de 1,4 bilhão de falantes em todo o mundo. Esse fenômeno, compreensível pela globalização e pelo status do inglês como língua universal dos negócios, coloca o idioma mais presente do que nunca nas empresas e interações on-line. No entanto a prática pode apresentar algumas consequências que merecem nossa atenção. O estrangeirismo excessivo nem sempre é benéfico para todos os colaboradores ou pessoas envolvidas na conversa.

É claro que o inglês facilita a comunicação em um mundo cada vez mais conectado. Instituições que operam em diversos países precisam de uma língua comum para evitar mal-entendidos e ajudar na organização, alinhamento de atividades e ideias no geral. No entanto a adoção excessiva do inglês nas empresas brasileiras, por exemplo, pode gerar exclusão de colaboradores que não possuem familiaridade com a língua e dificultar a integração de profissionais que não dominam o idioma.

Tudo isso pode impactar a produtividade, além de limitar o crescimento profissional desses indivíduos, bem como a interação com as equipes. Com isso, não é à toa que muitos buscam aprender o idioma. Segundo dados da Student Travel Bureau de 2023, o número de brasileiros interessados em aprender inglês cresceu 36%.

Desse modo, é importante que as organizações estejam atentas não só a adequarem sua cultura interna nesse sentido, se necessário, mas também investir na formação linguística dos funcionários. Outra alternativa pode ser oferecer cursos de Business English, o que, além de promover o bem-estar em time, pode gerar bons frutos no ambiente corporativo, com colaboradores sabendo falar em calls internacionais, escrever e-mails para interfaces de outros países ou auxiliando em negociações estratégicas em inglês.

No mundo on-line, o cenário não é muito diferente. É comum encontrarmos sites, aplicativos e conteúdos digitais voltados ao público brasileiro repletos de termos em inglês e até sem uma necessidade real para tal. Isso pode afastar usuários que não compreendem essas palavras e frases, criando uma sensação de exclusão digital. Afinal, estamos nos referindo a um idioma que, para aprender, é preciso investimento de tempo, mas também financeiro. No Brasil, a Pnad Contínua Educação mostra que apenas 30,6% da população tem o ensino médio completo, e nas escolas públicas os métodos utilizados não contribuem muito para o aprendizado do idioma. Com isso, a internet deve ser um espaço de inclusão e acesso universal, e a predominância do inglês pode ir na contramão desse objetivo.

Sendo assim, é preciso priorizar a inclusão digital por meio de uma linguagem mais acessível e em conteúdos on-line direcionados ao público brasileiro. Isso pode ser alcançado por meio da tradução de termos estrangeiros para o português sempre que possível, além de oferecer explicações ou definições para palavras ou expressões em inglês que sejam essenciais para o entendimento do conteúdo, pois isso facilita o acesso para aqueles que não dominam o idioma. Investir em políticas educacionais mais eficazes, que promovam o ensino de línguas estrangeiras desde cedo e que incentivem o aprendizado contínuo, também podem ser fundamentais para reduzir as barreiras linguísticas e promover uma internet inclusiva e acessível para todos.

Outro ponto que devemos considerar é a preservação da língua portuguesa. O português é parte essencial da nossa identidade cultural, e seu uso frequente e adequado deve ser incentivado. Mas o inglês é, sem dúvida, uma ferramenta poderosa e necessária em muitos contextos, principalmente para o meio corporativo, já que pesquisa da Catho de 2023 indica que quem fala inglês pode ganhar até 83% a mais se comparado com quem não fala. Porém, o equilíbrio é fundamental.

Nosso país está em 70º lugar em ranking mundial com “baixa proficiência” em inglês, segundo mostra o Índice de Proficiência em Inglês do ano passado. Cientes dessa deficiência, muitas empresas estão buscando auxiliar o aprendizado do colaborador com o idioma. Com isso, plataformas como a Save Me Teacher podem ajudar a capacitar os trabalhadores com cursos de inglês para o trabalho. Muitas organizações fazem o levantamento do nível de proficiência do trabalhador antes de comprar um pacote, pois existem opções até mesmo para aqueles que nunca tiveram contato com a língua.

Além disso, a idade do colaborador não deve ser um fator limitante, pois todos são capazes de se tornarem bilíngues, indo na contramão da ideia de janela de aprendizado. Ao oferecer essa oportunidade, as empresas não apenas aumentam a capacitação de seus funcionários, mas também promovem um ambiente mais colaborativo. É importante lembrar que o aprendizado contínuo e a valorização do português podem coexistir com o domínio do inglês, beneficiando a todos.

*Carla D’Elia é especialista em ensino de Business English e fundadora da Save Me Teacher.

Sobre a Save Me Teacher 

Save Me Teacher é uma plataforma que oferece cursos de inglês voltados para o trabalho. O Business English tem o poder de transformar carreiras e, consequentemente, garantir liberdade geográfica e financeira aos estudantes. A plataforma conta com cinco opções de cursos atualmente, que têm como objetivo preparar o usuário para a rotina profissional, entrevistas de emprego na língua estrangeira, impulsionar o inglês, viagens internacionais, cursos preparatórios de proficiência, formulação do currículo, entre outras habilidades. Além disso, é possível encontrar consultorias sob medida. De forma didática, libertadora e rápida, sem a necessidade de formações de longa extensão, a Save Me Teacher já auxiliou mais de 7 mil alunos. Além disso, por meio das redes sociais, sua fundadora, Carla D’Elia, oferece conteúdo simplificado e gratuito com dicas sobre o idioma.


@ Rafaella Couto - Sing Comunicação de Resultados

Só você pode dar sentido à vida


Foto: ilustrativa/Freepik

Por Clécio Branco*


O que é a vida? Diante dessa pergunta, logo nos vem à consciência a vida dos indivíduos, das pessoas. Quando repensamos, vem-nos a ideia de vida dos animais, das plantas etc. Mas existe o incomensurável plano da vida pré-individual — e, nesse, raramente pensamos. 

A realidade pura da vida se encontra antes, através e após os indivíduos vivos: seja a de uma formiga, de um organismo unicelular, de um elefante, de um vírus ou de um homem. Nem mesmo pensamos no fato de que ela sempre existiu.  

A vida é eterna, portanto, há um equívoco na espera da eternidade — ela já é desde sempre. Estamos inexoravelmente mergulhados nela, na vida que só pode ser eterna. O que morre é o indivíduo; a vida jamais morre.   

A filosofia definiu a vida de uma forma extraordinária: “A vida é pré-individual, pré-subjetiva, ontológica, imanência pura”, afirma Gilles Deleuze. A vida é antes da formação de qualquer ente e preexiste a qualquer formação de subjetividade (mente, pensamento, percepção, valores etc.).  

A vida não tem começo nem fim, tanto no sentido de término como no de propósito. Do mesmo modo, o universo. Por isso, “se o universo tivesse uma posição de equilíbrio, se o devir tivesse um objetivo ou um estado final, ele já o teria atingido”, diz Nietzsche.  

Não há nenhum valor necessariamente correspondente à vida. Ela não é má, não é bela, não é feia, nem mesmo é boa. A vida é a vida. Não tem um começo e nunca termina. Não se remete a um sujeito nem se dirige a um objeto. Logo, ela não existe por causa de alguma coisa, para alguma coisa. Ela não depende de nada fora dela.   

Só a vida das pessoas pode vir a ser boa ou má, triste ou alegre, com ou sem sentido. Não excluo o fato geral de haver comunicação em meio à natureza. Está fora de cogitação negar as linguagens diversas que os animais desenvolveram em seus hábitats.  

As formigas dispõem de feromônios e movimentos corporais comunicantes; os pássaros produzem sons específicos para o acasalamento e para a advertência, em momentos de ameaça.  

Em seu ambiente, animais e plantas modificam suas cores, aromas e formas como linguagens que comunicam estados de coisas. O verde das florestas verdeja em variedade. Ainda que nossa percepção tenha apenas um verde fixado diante de nossos olhos, há multiplicidades de tons de verde que verdejam.  

A filosofia nietzschiana diz que a vida está para além do bem e do mal, a vida está para além de valores morais. Mas a vida não tem valor transcendente, ou seja, exterior a si. Seu valor é imanente a ela mesma.

Os valores que o homem dá à vida derivam dos sentimentos que ele experimenta: quando alguém está triste, com dor, amargurado por perdas e decepções, é possível que diga: “A vida é terrível” ou “A vida é ruim”.

Por outro lado, quando essa mesma pessoa está feliz, apaixonada, dirá: “A vida é bela”. Mas tudo isso diz respeito apenas às nossas paixões.  

A vida continua em seu fluxo, indiferente aos valores que lhe atribuímos. O que realmente importa é que, sendo ela pura, sem imagem ou forma, faz com que o homem tenha o dever ético de produzir seu próprio sentido de viver.  


Sustentabilidade em foco: a necessidade de ações efetivas na agenda ESG em tempos de crise climática

Por Lylian Brandão*


Nos últimos anos, o conceito de Environmental, Social and Governance, a famosa sigla ESG, tem ganhado destaque no mundo corporativo. À medida que entramos em um território desconhecido com condições ambientais cada vez mais angustiantes e potencialmente incontroláveis, a pressão sobre as empresas para agirem de forma responsável nunca foi tão necessária.

A adoção de práticas ESG traz diversas vantagens competitivas para as organizações. Instituições que implementam essas práticas tendem a reduzir custos por meio de maior eficiência no uso de recursos e melhor administração das operações. Além disso, são mais bem vistas pelos consumidores, o que ajuda na fidelização de clientes e atração de novos investidores.

Um estudo realizado pelo Instituto Akatu e pela GlobeScan, em 2022, revelou que os consumidores brasileiros possuem expectativas elevadas em relação às políticas de sustentabilidade das empresas, inclusive 55% estão dispostos a pagar mais por produtos ou marcas que adotam práticas sustentáveis e 26% acreditam que as empresas são os principais influenciadores de um estilo de vida mais sustentável. Além disso, a Morgan Stanley Capital International (MSCI) relata que, em um período de 10 anos, empresas com maiores classificações ESG tiveram retornos 2,5% maiores do que aquelas que não se adequam a essas práticas.

A transparência também é outro pilar essencial nas práticas ESG. A partir de 2026, companhias abertas deverão disponibilizar relatórios de riscos ESG, seguindo normas do International Financial Reporting Standars (IFRS). Portanto, as empresas têm um papel fundamental nesse cenário, não apenas como entidades que movem a economia, mas como partes integradas da sociedade com responsabilidades sociais, ambientais e, inclusive, de prestação de contas.

A emergência climática é um dos maiores desafios atuais e exige ações significativas por parte das empresas. Estamos vivenciando no Rio Grande do Sul uma das maiores catástrofes ambientais já ocorridas no país, e que sublinha a necessidade de empresas atuarem de forma proativa para prevenir e mitigar tais desastres.

Uma pesquisa de 2024 da Confederação Nacional de Município (CNM) mostra que 68% das cidades brasileiras não estão preparadas para eventos climáticos extremos, e mais da metade não possuem tecnologias básicas para enfrentamento dessas situações. Esse cenário requer um esforço conjunto dos vários níveis de governo; da população e das empresas, uma vez que só a partir dessa união de esforços é que conseguiremos enfrentar essa conjuntura cada vez mais desafiadora.

A adaptação às mudanças climáticas é fundamental para a sustentabilidade no longo prazo. O Fórum Econômico Mundial identifica que, dos 10 maiores riscos globais para os próximos 10 anos, 5 estão relacionados ao meio ambiente.

Os últimos nove anos foram os mais quentes já registrados, com a estimativa de que os próximos cinco anos serão de temperaturas ainda mais altas, exigindo atenção das organizações para os efeitos gerados para seus negócios, de acordo com o relatório The State of the Global Climate 2023, publicado pela Organização Meteorológica Mundial em março deste ano.

Infelizmente, a emergência climática não é mais uma preocupação futura, uma hipótese ou previsão, ela é real, e está acontecendo diante de nossos olhos.

Segundo a pesquisa da PwC Brasil e Instituto Locomotiva, realizada no começo de 2024, 89% dos brasileiros acreditam que as empresas devem adotar práticas sustentáveis para combater mudanças climáticas. Um dado como esse, revela e enfatiza a expectativa dos consumidores de que as corporações desempenhem um papel ativo na redução dos impactos ambientais.

As empresas precisam implementar iniciativas de descarbonização, combate ao desmatamento e promoção de práticas sustentáveis. Os consumidores estão cada vez mais dispostos a apoiar marcas que demonstram um compromisso genuíno com a sustentabilidade, o que reforça a necessidade das empresas em investirem nas práticas ESG com autenticidade e transparência.

Empresas que ignoram a importância das práticas ESG, bem como os desastres ambientais da atualidade, correm o risco de ficar para trás em um mercado cada vez mais competitivo e consciente. Isso deve resultar na perda da credibilidade e a reputação da organização e a dos líderes também será afetada negativamente. A inércia não é mais uma opção viável nesse cenário.

A falta de ações sustentáveis pode gerar, ainda, a perda de clientes que estão cada vez mais atentos a esta pauta, além dos investidores que também estão mais inclinados a alocar seus recursos em empresas que demonstram compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade social.

As práticas ESG são necessárias para a resiliência climática e o futuro das empresas. A adoção de medidas sustentáveis, responsáveis e transparentes não só melhora a reputação das empresas, mas também garante retornos financeiros positivos e uma contribuição significativa para a sociedade.

É de extrema importância que as empresas, investidores e consumidores se comprometam genuinamente com a agenda ESG para promover um futuro sustentável e com menos desastres naturais, provando, de uma vez por todas, que suas ações são realmente eficazes.

*Lylian Brandão é CEO da Merco no Brasil.

Sobre a Merco

A Merco é uma empresa de pesquisa e monitoramento reputacional que avalia a reputação das organizações desde o ano 2000. Reconhecido como o primeiro monitor auditado do mundo, realiza no Brasil atualmente quatro monitores: Reputação Corporativa; Líderes Empresariais; Responsabilidade ESG e o Ranking Merco Talento.

Baseando-se em uma metodologia multistakeholder composta por seis avaliações e 25 fontes de informação, a Merco está presente em dezesseis países, fornecendo uma variedade de monitores especializados, cada um adaptado às necessidades únicas de seus clientes.

Por que Curitiba é uma das melhores cidades para empreender, inclusive na área de tecnologia?

O segredo está nos incentivos em ecossistemas; Na área de TI, a cidade conta com o Programa Tecnoparque, que oferece desconto no ISS para as empresas participantes



Caroline Souza, vice-presidente de Governança e Planejamento da Assespro-PR

É justamente no Tecnoparque citado por Josefina que o empreendedorismo curitibano tem um de seus grandes exemplos. As empresas certificadas no Tecnoparque, juntas, faturam cerca de R$3,8 bilhões por ano e empregam 3,7 mil pessoas. Para este ano, anunciaram um investimento de R$160 milhões em seus projetos de inovação como contrapartida ao benefício fiscal.


Recentemente, 21 novos membros ingressaram neste ecossistema, criado pela prefeitura de Curitiba em parceria com a Vale do Pinhão, que apoia negócios na implementação de projetos inovadores. A meta é que esses novos integrantes contribuam para o desenvolvimento socioeconômico da cidade. 


"A inovação só tem valor quando se transforma em um processo social. Desde o início da minha segunda gestão como prefeito, a partir de 2018, ampliamos o Tecnoparque, trazendo para Curitiba uma grande esperança e prosperidade. A governança originada no Vale do Pinhão é o bem que desejamos para Curitiba e que, se Deus quiser, todos vocês irão multiplicar", destacou o prefeito de Curitiba, Rafael Greca, durante a cerimônia de adesão de novos integrantes ao projeto. 


Relançado em 2018, o Tecnoparque oferece às empresas beneficiadas uma redução na alíquota do Imposto Sobre Serviços (ISS), passando de 5% para 2%. Em contrapartida, as empresas participantes do programa devem investir o valor economizado em projetos de base tecnológica, promovendo inovação e gerando empregos na cidade.



De acordo com Caroline Souza, vice-presidente de Governança e Planejamento da Assespro-PR, o Tecnoparque contribui significativamente para o desenvolvimento tecnológico e econômico de Curitiba, incentivando a inovação e criando oportunidades de trabalho para a população local. A colaboração e troca de conhecimento entre as empresas participantes fomentam um ambiente propício ao crescimento e competitividade no setor tecnológico. 


“A expectativa é que, com esse incentivo fiscal, mais empresas sejam atraídas a investir em Curitiba, fortalecendo ainda mais o ecossistema de inovação da região”, afirmou.


Empresas ou instituições de tecnologia podem participar do Tecnoparque, desde que atendam aos seguintes critérios: estar formalmente constituída; ter sede e instalações de pesquisa e desenvolvimento dentro do perímetro urbano de Curitiba; não ser optante do Simples Nacional; ser classificada como de base tecnológica.


  • Nicole Thuler
  • Engenharia de Comunicação

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