Inauguração foi nesta terça-feira (23) e faz parte de projeto Todos os Povos, de Itaipu com a Cáritas-PR, num investimento total de R$ 8,5 milhões
Fotos: Jean Pavão / Itaipu Binacional
A Itaipu Binacional participou, na manhã desta terça-feira (23), da inauguração da Casa de Acolhimento a Família Migrante, em Foz do Iguaçu. Chamado “Casa de Passagem”, o espaço é resultado de um convênio com a Cáritas Brasil Regional Paraná, abrangendo 16 arquidioceses de todo o Estado. O objetivo é prestar o atendimento emergencial a migrantes, refugiados(as), apátridas e vítimas de tráfico de pessoas. O valor total do investimento da Binacional é de R$ 8.421.416,84 e o convênio tem prazo de duração de três anos.
Durante a inauguração foi feito o desenlace da faixa pelas autoridades presentes e a posterior bênção de todos os cômodos da casa pelo bispo diocesano de Foz do Iguaçu, Dom Sergio de Deus. “É um trabalho muito bonito construído por uma rede de entidades e organizações que pretendem dar dignidade, qualidade de vida e recuperar a alegria no olhar dessas pessoas”, considerou Dom Sergio.
O projeto Todos os Povos prevê estadia, moradia temporária, alimentação, entre outras ações de atendimento e acolhimento para pessoas em situação de vulnerabilidade social, atingindo um total de 3 mil pessoas. Serão quatro casas de passagem como a de Foz do Iguaçu. As outras são em Cascavel (já em funcionamento), e Campo Mourão e Curitiba, que serão inauguradas em breve.
“Essa estrutura é uma casa que presta o acolhimento, desde a alimentação até a acomodação. E tem outros locais que oferecem cursos, palestras e tudo mais para recepcionar os(as) refugiados e migrantes que chegam ao Brasil. Ela é inaugurada em uma cidade de tríplice fronteira, uma das maiores entradas de migrantes e de refugiados do País”, disse o superintendente de Responsabilidade Social de Itaipu, Eduardo Scirea.
De acordo com a secretária Executiva da Cáritas Brasileira Regional Paraná, Márcia Ponce, a parceria com a Itaipu vai disseminar o atendimento para todo o Estado do Paraná. “A gente tem pessoas liberadas nas dioceses para fazer o atendimento, regularização migratória, encaminhar para rede de assistência social, escolas de aulas de português. Onde não tem casa de acolhida, o projeto prevê um acolhimento numa pousada popular para que essas famílias também possam ser acolhidas dignamente”, explicou.
A Cáritas trabalha com o público de migrantes e refugiados há mais de 40 anos no País, conta Márcia. Toda a rede tem mais de 190 entidades-membros, no País. “Trabalhamos, na Região Norte, com as fronteiras. Aqui também é uma porta de entrada. Essa fronteira foi a única que permaneceu aberta durante a pandemia”, lembrou. Em 2022, a Rede Cáritas Paraná conseguiu oficializar o registro de 5.292 cadastros de migrantes em situação de vulnerabilidade
Todos os Povos
O projeto Todos os Povos pretende atender migrantes, refugiados(as) e vítimas do tráfico de pessoas, por meio de acolhimento durante três meses em casas de passagem como a de Foz do Iguaçu. Essas famílias também receberão cartões-alimentação de R$ 500. O projeto vai acompanhar esse público para promover o desenvolvimento e a integração social, e assegurar a autonomia dessas pessoas e o respeito às diversidades, por meio de visitas domiciliares, capacitação em língua portuguesa e atendimentos socioassistencial e psicológico.
Outra linha de atuação é a regularização documentacional de 75% dos pedidos feitos na Polícia Federal, que acompanhará a migração estatal por meio da implantação de um sistema operacional que formará uma base de registros de dados consistente para que essas pessoas possam ter aulas nas escolas de língua portuguesa.
O convênio prevê três grandes eventos de conscientização e aprofundamento sobre o tema da migração, refúgio e tráfico de pessoas. Entre eles, um seminário regional no primeiro e último ano do projeto, sobre Tráfico de Pessoas, em Foz do Iguaçu. Também será feito um congresso internacional Cáritas sobre migração, refúgio e tráfico de pessoas, no segundo ano do projeto.
Cáritas
O trabalho da Cáritas é voltado para acolhimento, proteção, promoção e integração. Suas ações são estruturadas para garantir a proteção legal, a assistência social, a integração laboral e cultural e políticas públicas. A Cáritas desempenha um papel fundamental na promoção da ajuda humanitária, no desenvolvimento sustentável e na defesa dos direitos das pessoas em situação de vulnerabilidade.
Vinculada à Igreja Católica, a Cáritas no Paraná tem uma rede formada por 16 entidades-membros, nas arquidioceses de Apucarana, Campo Mourão, Cascavel, Curitiba, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Jacarezinho, Londrina, Maringá, Palmas-Francisco Beltrão, Paranaguá, Paranavaí, Ponta Grossa, Toledo, Umuarama e União da Vitória.