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Curitibacraft: descobrindo o Centro de Curitiba na temporada “Centro Vivo”

 O programa Curitibacraft é inspirado na Comissão de Urbanismo, Obras Públicas e TI.


Paço da Liberdade, ponto turístico do Centro Histórico de Curitiba (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)


por Ricardo Marques | Revisão: Alex Gruba — publicado 06/05/2024 16h00, última modificação 06/05/2024 16h00  |  © Câmara Municipal de Curitiba

O programa Curitibacraft, do CMC Podcasts, apresenta a sua primeira temporada, em que mergulha no coração da cidade: o Centro de Curitiba. Com três episódios com muita informação, a temporada Centro Vivo não apenas celebra a rica história desta região icônica, mas também investiga os desafios contemporâneos que enfrenta e as perspectivas futuras para sua revitalização e crescimento. Inspirado na Comissão de Urbanismo e produzido pela Diretoria de Comunicação da Câmara Municipal de Curitiba, o "Curitibacraft" traz à mesa do CMC Podcasts especialistas de diversas áreas para explorar e discutir os temas cruciais que moldam o desenvolvimento urbano de Curitiba.

Centro Vivo: Resgatando as memórias do Centro (T1.E1)

No primeiro episódio da temporada Centro Vivo, os convidados falam sobre o restauro de prédios antigos como o Cine Passeio, a recuperação das ruas São Francisco e Barão do Rio Branco e as estratégias imobiliárias para revitalizar o Centro. Clarissa Grassi, renomada pesquisadora cemiterial responsável pelas visitas guiadas ao Cemitério São Francisco de Paula, Rogério Bealpino, experiente arte-educador e educador patrimonial, e Jefferson Dantas Navolar, arquiteto mestre em Conservação e Restauro e autor do livro “A arquitetura resultante da preservação do patrimônio edificado em Curitiba”, oferecem uma perspectiva profunda sobre a evolução histórica e a importância cultural desta área única da cidade. Resgatando um pouco da história do passado vivo do Centro de Curitiba, os debatedores falam sobre a importância da educação patrimonial e do diálogo com diferentes agentes do setor histórico e cultural, além de destacarem a necessidade de atualização das leis para viabilizar a revitalização de espaços arquitetônicos da cidade.


Centro Vivo: O futuro do Centro de Curitiba (T1.E2)

No segundo episódio, a temporada Centro Vivo continua sua busca por ideias e soluções para a preservação da identidade, a revitalização das ruas e o futuro do Centro de Curitiba. Ilan Kriger, conhecido como o influencer do "Te Amo" e também reconhecido por seu canal "Next Level DJ" no YouTube, e Jean Brasil, superintendente de Obras e Serviços da Secretaria do Meio Ambiente,  destacam aspectos culturais e históricos e analisam oportunidades de desenvolvimento, desafios urbanísticos e iniciativas de revitalização, como o programa Rosto da Cidade. Eles ainda discutem iniciativas para contornar o esvaziamento social, a poluição visual e o vandalismo, a exemplo dos apartamentos retrofit, uma solução imobiliária para revitalizar espaços com estruturas antigas, transformando-os em ambientes modernos e auxiliando na reocupação do Centro curitibano.


Centro Vivo: Visão legislativa sobre o Centro (T1.E3)

No terceiro episódio da temporada Centro Vivo, os espectadores do CMC Podcasts terão a oportunidade de ouvir a perspectiva dos vereadores Rodrigo Reis (PL) e Herivelto Oliveira (Cidadania). Os parlamentares da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) debatem as informações e as ideias apresentadas nos dois primeiros episódios, oferecendo uma visão legislativa sobre o passado e o futuro do Centro de Curitiba. Com foco nas políticas públicas para a cidade e na atividade legislativa como promotora de estratégias de desenvolvimento urbano, o Curitibacraft encerra sua primeira temporada com uma discussão esclarecedora sobre o papel do governo local na transformação e preservação do Centro de Curitiba.


Tebet garante recursos para pagar pisos salariais da saúde e educação

Ministra também confirma investimentos em políticas habitacionais


Brasília, 09/01/2024 - Ministra de Estado do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, participa do programa A Voz do Brasil. Foto Valter Campanato/Agência Brasil.

©Agência Brasil 🇧🇷 

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse nesta terça-feira (9) que o governo dispõe de recursos este ano para pagamento dos pisos salariais da saúde, educação e investir em políticas habitacionais.

“Iremos cumprir os pisos da educação, da saúde. Teremos muito recurso para infraestrutura, para o programa Minha Casa, Minha Vida”, afirmou em entrevista ao programa A Voz do Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC)

De acordo com a ministra, está garantido ainda o pagamento da bolsa a estudantes de baixa renda no ensino médio para permanência na escola. 

Simone Tebet destacou ainda que com as mudanças aprovadas no ano passado, como a reforma tributária, está um “pouco mais otimista” em comparação ao mercado financeiro quanto ao crescimento da economia brasileira em 2024. Para a ministra, é possível “apostar que o Brasil vai crescer acima de 2%”, ao contrário do 1,5% estimado pelo mercado.

Confira a entrevista na íntegra:



Lula diz que vai negociar individualmente com partidos

Acomodação de aliados dará tranquilidade ao governo no Congresso

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. © Canal Gov

© Agencia Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta terça-feira (25), que o Centrão não existe e que conversará individualmente com os partidos sobre a participação de cada um no governo. Segundo ele, isso dará tranquilidade nas votações de matérias de interesse no Congresso Nacional.


“Eu não quero conversar com o Centrão enquanto organização, eu quero conversar com o PP, com o Republicanos, com o PSD, com o União Brasil, é assim que a gente conversa. E é normal que, se esses partidos quiserem apoiar a gente, eles queiram participar do governo e você tenta arrumar um lugar para colocar [no governo], para dar tranquilidade ao governo nas votações que nós precisamos para melhor aprimorar o funcionamento do Brasil. É exatamente isso que vai acontecer”, disse no programa semanal Conversa com o Presidente, transmitido pelo Canal Gov.



Segundo o presidente, em todo o mundo governos democráticos fazem acordos partidários, mas que no Brasil isso é tratado como uma política de “é dando que se recebe”. Para Lula, as pessoas estão com “muita boa vontade de fazer as coisas acontecerem” e, assim, têm direito de pedir participação no governo.


“E eu acho plenamente possível. Nós vamos discutir isso nesses próximos dias. Não estou preocupado, ainda não fiz nenhuma conversa com ninguém”, revelou. “Quando eu conversar, terei todo o interesse que a imprensa saiba porque não tem conversa sigilosa na minha vida política”, acrescentou.


Lula destacou, entretanto, que não é o partido que escolhe o ministério que será ocupado, é o presidente da República. Recentemente, por exemplo, o presidente descartou a troca no comando no Ministério da Saúde, comandado pela pesquisadora Nísia Trindade, ex-presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).


De acordo com Lula, o chamado Centrão é o ajuntamento de um grupo de partidos em determinadas situações. “Eu não reúno o Centrão, o Centrão não existe”, disse. “Eles nasceram na Constituinte de 88, que não queriam que a esquerda avançasse muito, então quando a gente estava votando muitos direitos sociais, criou-se o Centrão. Ou seja, todos os partidos mais conservadores se juntaram, eles estão aí representados em 50 partidos”, explicou.

ANTT publica edital do lote 1 das concessões, que trará R$ 7,9 bilhões em obras ao Paraná

 

A ANTT publicou nesta sexta-feira (12) o edital do primeiro lote da nova concessão rodoviária do Paraná, que envolve trechos das rodovias BR-277, BR-373, BR-376, BR-476, PR-418, PR-423 e PR-427 entre Curitiba, Região Metropolitana, Centro-Sul e Campos Gerais. Leilão será no dia 25 de agosto.

ANTT publica edital do lote 1 das concessões, que vai trazer R$ 7,9 bilhões de investimentos ao Paraná. Foto: Geraldo Bubniak/AEN


@AEN
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou nesta sexta-feira (12) o edital do primeiro lote da nova concessão rodoviária do Paraná, que envolve trechos das rodovias BR-277, BR-373, BR-376, BR-476, PR-418, PR-423 e PR-427 entre Curitiba, Região Metropolitana, Centro-Sul e Campos Gerais. A aprovação do Conselho Diretor do órgão e o aviso de licitação também foram divulgados no Diário Oficial da União.

De acordo com o edital, o leilão será no dia 25 de agosto na Bolsa de Valores, a partir das 14 horas. Os interessados que tiverem necessidade de esclarecimentos complementares poderão solicitá-los à ANTT no período de 25 de maio a 26 de junho. A Comissão de Outorga emitirá atas de respostas aos pedidos de esclarecimento até 27 de julho.

Depois do leilão, a homologação do resultado será dia 27 de outubro e a assinatura do contrato está prevista para até 29 de dezembro. O prazo de concessão é de 30 anos.Poderão participar do leilão, segundo o edital, isoladamente ou em consórcio, pessoas jurídicas brasileiras ou estrangeiras; entidades de previdência complementar; e fundos de investimento. O documento também aponta as regras para as proponentes e detalha outros pontos essenciais ao projeto, como mecanismo de proteção cambial, Desconto de Usuário Frequente e o modelo do seguro-garantia.

Com uma extensão total de 473 quilômetros, entre rodovias federais e estaduais, o projeto prevê investimentos de R$ 7,9 bilhões em obras pela empresa vencedora do leilão ao longo dos primeiros anos de contrato. Ele também prevê a necessidade custos operacionais de aproximadamente R$ 5,2 bilhões para serviços gerais e administrativos, como serviço médico e mecânico, pontos de parada de descanso para caminhoneiros e sistema de balanças de pesagem. Devem ser gerados cerca de 80 mil empregos diretos e indiretos.

Entre as obras incluídas no pacote deste trecho, está a duplicação completa de um trecho de aproximadamente 157 quilômetros da BR-277 entre São Luiz do Purunã e o Trevo do Relógio, que fica Prudentópolis; duplicação da BR-373 entre Ponta Grossa e o Trevo do Relógio; duplicação da Rodovia do Xisto entre Araucária e a Lapa; duplicação da PR-423 entre Araucária e Campo Largo; duplicação do Contorno Norte de Curitiba; e faixas adicionais na BR-277 entre Curitiba e Sprea (entroncamento da BR-277 com a BR-376), além de faixas adicionais e vias marginais no Contorno Sul de Curitiba.

Outros benefícios aos usuários destas rodovias incluem, além dos 344 quilômetros de duplicações, 210 quilômetros de faixas adicionais, 38 quilômetros de terceiras faixas, 44 quilômetros de acostamentos e 31 quilômetros de vias marginais. Também serão construídas 11 passarelas e 60 paradas de ônibus, além de outras 70 Obras de Arte e Especiais.

O lote terá cinco praças de pedágio: São Luiz do Purunã (BR-277), Lapa (BR-476), Porto Amazonas (BR-277), Imbituva (BR-373) e Irati (BR-277).

LEILÃO – O modelo de concessão mantém os três principais pontos defendidos pelo Governo do Paraná, aliando preço justo e disputa pela menor tarifa, garantia de obras e ampla concorrência. A elaboração do programa de concessões foi objeto de um amplo estudo técnico e consulta pública, com milhares de colaborações de usuários, recorde de um processo conduzido pela ANTT.

O leilão vai ocorrer por disputa com base na menor tarifa. A principal novidade é a existência de um aporte para descontos muito altos. O aporte começa a partir dos 18%, com o valor de R$ 100 milhões aportados a cada ponto percentual de desconto até os 23%. Entre 23% e 30% de desconto, o desconto adicional deverá ser de R$ 120 milhões a cada ponto, que passará a ser de R$ 140 milhões para descontos acima de 30%, sempre de forma cumulativa.

CONCESSÕES – As concessões do Paraná estão divididas em seis lotes. O lote 2 deve ser o próximo a ir para leilão e os lotes 3, 4, 5 e 6 ainda passam por análise do Tribunal de Contas da União. Serão 3,3 mil quilômetros de estradas, sendo 1,1 mil quilômetros de rodovias estaduais. Os investimentos devem ultrapassar R$ 50 bilhões em todo o programa.


Via Sacra no Coliseu: desde suas origens até os dias atuais

As meditações dos últimos Papas durante a Via Sacra do Coliseu, um rito que se repete ao longo dos séculos.

Desde o século XIII é realizada a Via Sacra no Coliseu  (Vatican Media)


Amedeo Lomonaco - Cidade do Vaticano

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A Via Sacra tem uma profunda ligação com um local situado no coração de Roma. Trata-se do Coliseu, no Império Romano cenário de espetáculos cruéis com feras e gladiadores, onde foi derramado o sangue dos primeiros mártires. O seu testemunho está ligado ao de tantos cristãos que, noutros momentos da história e também no nosso tempo, deram a sua vida por Cristo.


A Paixão de Jesus passou a ser revivida no Coliseu a partir do século XVIII. No Ano Santo de 1750, anunciado pelo Papa Bento XIV, 14 santuários e uma grande cruz foram erguidos neste local. Por vontade do próprio Pontífice, em 19 de setembro de 1756, o anfiteatro monumental é consagrado à memória da Paixão de Cristo e dos mártires. Duzentos anos mais tarde, em 1959, João XXIII restaura o rito da Via Sacra no Coliseu, depois retomado por Paulo VI em 1964. Partindo precisamente das palavras do Papa Montini naquele ano, recordamos as meditações dos Pontífices que estão ligadas, em particular, com o tempo presente abalado pela guerra.


Paulo VI: a paz de Cristo chove do alto

No final da Via Sacra do Coliseu, em 27 de março de 1964, Paulo VI se concentra sobre dois aspectos da "cena do mundo sobre a qual se projeta a luz da Cruz". Um desses aspectos "é o sofrimento humano". À luz da cruz "a dor (podemos compreender cada miséria, cada pobreza, cada enfermidade e até mesmo cada fraqueza, isto é, uma condição de vida que seja deficiente e necessitada de remédio) parece estranhamente associável à Paixão de Cristo". "Outro aspecto, refletido pela Cruz de Cristo, sobre a face da terra, é a paz".


Aquela paz, que é o bem supremo da ordem humana, aquela  paz que é tão mais desejável quanto mais o mundo evolui para uma forma de vida interdependente e comunitária, de forma que uma ruptura da paz em determinado ponto, repercute em todo o sistema organizacional das nações; aquela paz, portanto, que se torna cada vez mais necessária e obrigatória; aquela paz - infelizmente - que os esforços humanos, mesmo os mais nobres e dignos de aplausos e solidariedade, dificilmente são capazes de proteger em sua integridade e a sustentar por outros meios que não os do medo e do interesse temporal. A paz de Cristo chove do alto; isto é, projeta sobre a terra e entre os homens,motivos e sentimentos originais e prodigiosos .

Via Sacra no Coliseu comPaulo VI, em 27 de março de 1964


João Paulo II: meditemos o mistério da cruz

A primeira Via Sacra presidida por João Paulo II no Coliseu, em 1979, é acompanhada pela meditação de textos dos discursos do Papa Montini. No final da Via Sacra de 28 de março de 1997, o Papa Wojtyla recorda que o Coliseu "está ligado na memória popular ao martírio dos primeiros cristãos". Este lugar da Roma antiga é, portanto, "particularmente adequado para reviver, ano após ano, a paixão e a morte de Cristo".


Hoje nossa atenção mais profunda está focada na Cruz. Meditamos sobre o mistério da Cruz, que se perpetua ao longo dos séculos no sacrifício de tantos crentes, de tantos homens e mulheres associados com o martírio à morte de Jesus. Contemplamos o mistério da agonia e da morte do Senhor, que continua também nos nossos dias na dor e no sofrimento de pessoas e povos severamente provados por violência e guerra. Onde o homem é ferido e morto, é o próprio Cristo que é ofendido e crucificado. Mistério de dor, mistério de amor sem limites! Permaneçamos em silencioso recolhimento diante desse mistério insondável.


Via Sacra no Coliseu com João Paulo II, em 28 de março de 1997


Bento XVI: o caminho da Via Sacra é um convite para todos

Na Sexta-feira Santa de 2012, depois de ter recordado na meditação, na oração e canto os passos de Jesus no caminho da cruz, Bento XVI sublinha que "a experiência do sofrimento marca a humanidade, marca também a família".


O caminho da Via-Sacra, que acabamos de percorrer espiritualmente nesta noite, é um convite feito a todos nós, e de modo especial às famílias, para contemplarmos Cristo crucificado a fim de termos a força de ultrapassar as dificuldades. A Cruz de Jesus é o sinal supremo do amor de Deus por cada homem, a resposta superabundante à necessidade que toda a pessoa sente de ser amada. Quando passamos pela prova, quando as nossas famílias enfrentam o sofrimento, a tribulação, olhemos para a Cruz de Cristo! Nela encontraremos a coragem para prosseguir o caminho.


Via Sacra no Coliseu com Bento XVI, em 6 de abril de 2012


Francisco: a cruz é a resposta aos males do mundo

Na Sexta-feira Santa de 2013, o Papa Francisco enfatiza que "Deus falou, ele respondeu". E sua resposta é a Cruz de Cristo.


Nesta noite, deve permanecer uma única palavra, que é a própria Cruz. A Cruz de Jesus é a Palavra com que Deus respondeu ao mal do mundo. Às vezes parece-nos que Deus não responda ao mal, que permaneça calado. Na realidade, Deus falou, respondeu, e a sua resposta é a Cruz de Cristo: uma Palavra que é amor, misericórdia, perdão. É também julgamento: Deus julga amando-nos. Lembremo-nos: Deus julga amando-nos. Se acolho o seu amor, estou salvo; se o recuso, estou condenado, não por Ele, mas por mim mesmo, porque Deus não condena, Ele unicamente ama e salva.


Via Sacra no Coliseu com o Papa Francisco em 30 de março de 2019

Este ano a Via Sacra volta a ser realizada no Coliseu. Durante dois anos, devido à emergência ligada ao coronavírus, foi realizada na Praça de São Pedro. Nesta Sexta-feira Santa de 2022, as famílias são as protagonistas. Por ocasião do ano dedicado à família, com o qual a Igreja celebra os cinco anos desde a publicação da Exortação Apostólica Amoris laetitia, Francisco confiou a algumas famílias a preparação dos textos das meditações e orações. Entre as linhas e arcos do Coliseu, em um lugar onde milhares de pessoas foram martirizadas no passado por permanecerem fiéis a Cristo, a Cruz abraçará as dores do mundo devastado pela guerra.


Presidente da Petrobras diz que pode reduzir preço da gasolina

 Para Prates, Preço de Paridade de Importação é referência, não dogma

Presidente da Petrobras diz que pode reduzir preço da gasolina. © Tomaz Silva/Agência Brasil


Ouça na Radioagência Nacional: 

 Da Agência Brasil 

Um dia após a Petrobras anunciar a redução do preço do diesel, o presidente da companhia, Jean Paul Prates, disse, nesta quinta-feira (23), no Rio de Janeiro, que a estatal pode diminuir o preço da gasolina. “Sempre que a gente puder vender mais barato para o consumidor brasileiro, a gente vai fazê-lo”, afirmou ao ser perguntado se a empresa deve baixar o preço da gasolina este mês.


Após participar do lançamento do “Caderno FGV [Fundação Getúlio Vargas] Energia de Gás Natural'', Prates destacou que a empresa adota o Preço de Paridade de Importação (PPI) como uma referência e não como um “dogma”.


“Não aceito o dogma do PPI. Aceito a referência internacional. Trabalhamos com a referência internacional com o preço de mercado de acordo com o nosso cliente. [A] cliente bom você dá desconto. É a política de empresa”, explicou.


Referência internacional

Acrescentou que o melhor preço para a empresa é o preço próximo da referência internacional. “Não quer dizer que eu tenho que andar exatamente em cima da linha do preço do importador. É bem diferente. 


Não quer dizer que eu vá me afastar, me isolar e virar uma bolha no mundo. Temos que seguir a referência internacional. Se lá fora o preço do petróleo diminuiu e reduziu em insumos para refinarias, eu tenho que corresponder para o consumidor final. Mas eu não preciso estar necessariamente amarrado ao preço do importador, que é meu principal concorrente. Paridade de importação não é o preço que a Petrobras deve praticar”.


Durante o evento, o presidente da Petrobras ressaltou que a companhia vai investir na infraestrutura para transporte, escoamento e distribuição do gás natural, que ele apontou como entraves para o mercado do gás.

Paraná recebe primeira etapa do ciclo de Exposições Passaporte do Cavalo Crioulo

Foto: Felipe Ulbrich/Divulgação


Texto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective


Evento realizado em Balsa Nova vai selecionar animais da raça para disputar a final da Morfologia na Expointer


Nesta semana tem início o ciclo de Exposições Passaporte para a Morfologia do Cavalo Crioulo. O distrito de São Luiz do Purunã, no município paranaense de Balsa Nova, sediará esta primeira etapa de seleção que vai classificar até oito exemplares para a final da Morfologia, organizada pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) durante a Expointer.


Segundo o presidente do Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos do Paraná, Giulianno Chemin Spréa, os associados do Núcleo estão bem animados, preparando os animais para a Passaporte. “Esperamos um número expressivo de animais com criadores do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo”, observa.


O presidente do Núcleo agradeceu a ABCCC pela confiança de realizar a primeira passaporte do ciclo. “Também é a primeira passaporte do Núcleo de Criadores que vamos organizar. Contamos com a presença de todos. Esperamos realizar um ótimo evento”, destaca.


Para avaliar os animais que estarão na sede da Cabanha São Rafael, de 24 a 26 de março, estará o jurado Rafael Geiss Terra, que terá Ivens Ortigari Junior como jurado auxiliar. A programação também contará com Freio Jovem, Freio do Proprietário e Inclusão de Ouro.


Confira a programação

  • 24 de março de 2023 (Sexta-feira)
  • 15h - Início da Exposição Passaporte (categoria incentivo)
  • 25 de março de 2023 (Sábado)
  • 09h - Início da Exposição Passaporte (categoria oficial)
  • 14h - Continuação da Exposição Passaporte
  • 26 de março de 2023 (Domingo)
  • 09h - Exposição Passaporte (Julgamento Grandes Campeonatos)

Mais informações sobre a ABCCC

Mais Médicos dará incentivo de até R$ 120 mil para áreas vulneráveis

 Programa quer aumentar tempo médio de permanência do médico nos postos

© Lula Marques/ Agência Brasil

© Agência Brasil

O governo federal retomou o programa Mais Médicos para o Brasil, nesta segunda-feira (20), e pagará um incentivo de fixação que pode chegar a R$ 120 mil para o médico que permanecer por quatro anos em áreas vulneráveis. Tal incentivo será ampliado caso o médico tenha sido beneficiado pelo Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies).


As ações do programa têm o objetivo de aumentar o tempo médio de permanência dos profissionais nos locais de atendimento por meio de estratégias de formação para especialistas e pagamento de incentivos. Em cerimônia no Palácio do Planalto, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse que os participantes solicitam desligamento por três principais motivos: busca de ofertas de formação, demandas familiares e outras oportunidades profissionais.


“Por isso queremos avançar na proposta de fixação de médicos formados no Brasil no programa ao longo dos anos. Essa nova etapa propõe extensão para quatro anos, tempo necessário para que o médico possa se submeter a prova de título de especialista”, disse a ministra.


Para isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta segunda-feira a medida provisória que institui a Estratégia Nacional de Formação de Especialistas para a Saúde e o decreto que institui a Comissão Interministerial de gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. O programa de formação inclui também outras áreas da saúde, visando o atendimento de equipes multiprofissionais para um cuidado integral à saúde da população. A previsão é que os primeiros editais viabilizem 963 bolsas de residência médica e 837 bolsas de residência multiprofissional.


Segundo Nísia Trindade, os médicos que já estão no programa terão a continuidade das atividades e os que ingressarem terão incentivo para prova do título de especialidades médicas. “A volta do Mais Médicos se dá em momento fundamental. Contratos de 2,5 mil médicos vem sendo encerrados ou se encerram em junho deste ano. Por isso é necessário prorrogar a permanência desses profissionais, que têm tido a maior média de permanência no [Programa] Saúde da Família. Alguns estão hoje em território yanomami nos ajudando a superara a emergência sanitária”, destacou a ministra.


O novo Mais Médicos já prevê a abertura de 15 mil vagas no programa. A iniciativa visa ampliar o acesso da população ao atendimento médico na atenção primária, porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), principalmente nas regiões de extrema pobreza e de vazios assistenciais. Para o presidente Lula, é uma política que atende a população, os médicos e também os prefeitos de cidades pequenas pelo país.


“Só sabe o que faz de falta um médico numa cidade um prefeito que quer contratar. Às vezes paga um salário mais alto do que poderia pagar e ainda assim não encontra um médico que se disponha a ir para uma cidade pequena do interior, que não tem shopping, que não tem cinema, que não tem nada. As pessoas às vezes não desejam ir e é compreensível”, disse Lula. “Mas também é compreensível o esforço que foi feito para criar esse programa. Na época, sofremos muitas acusações, muita gente da categoria médica não aceitava o Mais Médicos, sobretudo muita gente não aceitava os médicos cubanos que vieram de fora”, lembrou o presidente.


Novas vagas

O objetivo do governo é que até o fim do ano cerca de 28 mil profissionais estejam fixados em todo o país, principalmente em áreas de extrema pobreza. A assessoria do Ministério da Saúde explicou que o programa Mais Médicos, criado em 2013, na gestão de Dilma Rousseff, nunca foi descontinuado e tem, atualmente, 18 mil vagas. Dessas, 13 mil estão preenchidas por médicos contratados em editais anteriores e 5 mil serão ofertadas por meio de novo edital, que será lançado já neste mês de março.


Segundo o governo, nos últimos seis anos, o Mais Médicos foi descaracterizado e sofreu com a falta de incentivos, sendo 2022 o ano com maior desassistência profissional nos municípios. “O ano de 2022 finalizou com mais de 4 mil equipes de Saúde da Família sem médicos, o pior cenário em dez anos, afetando principalmente as áreas e as pessoas em situação de vulnerabilidade”, disse a ministra da Saúde.


Do total de novas vagas para 2023, 10 mil serão oferecidas em um formato que prevê contrapartida dos municípios. Segundo o Ministério da Saúde, com essa forma de contratação, as prefeituras terão menor custo, maior agilidade na reposição do profissional e condições de ampliar a permanência dos profissionais nas localidades. O investimento por parte do governo federal será de R$ 712 milhões neste ano.


Segundo Nísia, o governo manteve diálogo intenso com as entidades representativas médicas, e a preocupação é com a questão de médicos sem registro no Brasil. Por isso, segundo ela, o foco do Mais Médicos é reforçar incentivos para médicos brasileiros formados no país se fixarem no programa.


Quando foi criado, em 2013, o programa foi marcado pela contratação de médicos cubanos. Na ocasião, o governo federal fez acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para trazer esses profissionais para ocupar vagas não preenchidas por brasileiros ou outros estrangeiros com diplomas validados no Brasil.


Como já prevê a lei, podem participar dos editais do Mais Médicos para o Brasil profissionais brasileiros e intercambistas, brasileiros formados no exterior ou estrangeiros, que continuarão atuando com o Registro do Ministério da Saúde. Os médicos brasileiros formados no Brasil terão preferência na seleção dos editais.


“Nós queremos que todos os médicos que se inscrevam sejam médicos brasileiros formados adequadamente [no Brasil]. Se não tiver condições, queremos médicos brasileiros formados no estrangeiro ou médicos estrangeiros que trabalham aqui. Se não tiver, nós vamos fazer chamamento para que médicos estrangeiros [formados no exterior] ocupem essa tarefa, porque o que importa não é apenas saber a nacionalidade do médico é saber a nacionalidade do paciente, que é um brasileiro que precisa de saúde”, argumentou o presidente Lula em seu discurso.


O tempo de participação no programa passa a ser de quatro anos, prorrogável por igual período, quando o médico poderá fazer especialização e mestrado. A bolsa é de R$ 12,8 mil, mais auxílio-moradia. Os brasileiros e estrangeiros formados no exterior que participarem do programa terão desconto de 50% na prova de revalidação do diploma, o Revalida, realizada pelo Ministério da Educação. Na última edição do Revalida, o valor da taxa de inscrição foi de R$ 410.


Formação e incentivos

Levantamento feito pelo Ministério da Saúde aponta que 41% dos participantes do programa desistem de atuar nos locais mais remotos para irem em busca de capacitação e qualificação. Como incentivo, então, eles receberão adicional de 10% a 20% da soma total das bolsas de todo o período de permanência no programa, a depender da vulnerabilidade do município.


O valor, que poderá chegar a R$ 120 mil, será pago ao final dos 48 meses. O profissional também terá a opção de antecipar 30% desse pagamento ao final de 36 meses de atuação no programa.


O Mais Médicos para o Brasil também dará incentivos aos profissionais formados com apoio do governo federal, beneficiados pelo Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies). “O bônus vai permitir que esses médicos saldem as suas dívidas se ficarem todo o tempo do nosso programa”, explicou Nísia.


Nesse caso, o adicional será de 40% a 80% da soma total das bolsas de todo o período de permanência no programa, a depender da vulnerabilidade do município e será pago em quatro parcelas: 10% por ano durante os três primeiros anos, e os 70% restantes ao completar 48 meses de trabalho.


Outro desafio, segundo o governo, é a ampliação da formação de médicos de família e comunidade, que são aqueles direcionados para o atendimento nas unidades básicas de Saúde (UBS). Para isso, serão ofertadas vagas para os médicos residentes que foram beneficiados pelo Fies cumprirem o programa de residência em áreas com falta de profissionais.


Para apoiar a continuidade no programa das médicas mulheres, será feita uma complementação ao auxílio do Instituto Nacional do Serviço Social (INSS), para que ela receba o mesmo valor da bolsa durante o período de seis meses de licença maternidade. Para os participantes do programa que se tornarem pais, será garantida licença de 20 dias com manutenção do valor da bolsa.


Menos internações

Segundo o Ministério da Saúde, o novo Mais Médicos é uma política pública que envolve estratégias pensadas a curto, médio e longo prazo, já que o primeiro atendimento, realizado nas unidades básicas de Saúde, é responsável pelo acompanhamento da situação de saúde da população, prevenção e redução de agravos.


“Hoje existem evidências consolidadas de que o programa conseguiu prover profissionais para as áreas mais vulneráveis, ampliou o acesso na Saúde da Família, diminui internações hospitalares e a mortalidade infantil. É por isso que ele está de volta”, argumentou a ministra da Saúde, Nísia Trindade.


Dados da Rede Observatório do Programa Mais Médicos, disponibilizados pela pasta, apontam que, entre 2013 e 2015, o número de consultas em municípios com médicos do programa aumentou 33%, enquanto o número de internações ficou 4% menor. Nos municípios em que a cobertura do Mais Médicos atingiu mais que 36% da população, a redução no número de internações no mesmo período foi ainda maior, chegando a 8,9%.

Ouça na Radioagência Nacional:

História dos povos do país

Na história e geografia, três datas se destacam na semana: dia 24 de março é o Dia da União dos Povos Latino-Americanos. O Momento Três, da Rádio Nacional, fez sua reverência ao povo latino - formado por diferentes estilos, identidades, culturas e até idiomas, mas que se une também pela música:



Pessoas de origem árabe no Brasil também têm um dia para chamar de seu: dia 25 de março é o Dia Nacional da Comunidade Árabe. Entenda, nesta entrevista que foi ao ar pelo programa VerTV, da TV Brasil, como se deu a imigração árabe para o país:



Também em 25 de março a ONU estabeleceu o Dia Internacional em Lembrança pelas Vítimas da Escravidão e do Tráfego Transatlântico de Escravos nos Navios Negreiros. 

O Na Trilha da História, da Rádio Nacional, tratou sobre o tráfico de africanos escravizados e a rotina de trabalho forçado imposta a esses homens e mulheres.



O Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, reforça que o Brasil foi o local na América que mais recebeu negros cativos: 4,86 milhões de africanos escravizados entre os séculos 16 e 19, segundo o Banco de Dados do Comércio Transatlântico de Escravos, que contém informações de mais de 35 mil viagens de navios negreiros. O episódio mostra ainda como a escravidão continua ecoando na sociedade brasileira.



Mestres da literatura e da música

Dois grandes nomes da literatura nacional são lembrados nesta semana - e ambos foram tema de episódios do programa De Lá Pra Cá, da TV Brasil.


Neste domingo (19) completam-se 125 anos do falecimento do poeta Cruz e Sousa - mestre do simbolismo nacional e tido como o maior poeta negro da língua portuguesa. O programa lembrou também o preconceito e a discriminação que Cruz e Sousa enfrentou em toda a vida, e de como morreu pobre, jovem e sem jamais ter recebido reconhecimento por sua obra.



Graciliano Ramos, que faleceu há 70 anos, no dia 20 de março de 1953, também teve sua vida e obra detalhadas pelo De Lá Pra Cá, em 2013. Trabalhador incansável da palavra, Ramos escreveu contos, romances, memórias e crônicas, tornou-se um dos escritores mais importantes da literatura nacional e tem em Vidas Secas sua obra-prima: 



Também no dia 20, mas do ano de 1863 - ou seja, há 160 anos - nascia o pianista e compositor Ernesto Nazareth. Considerado, ao lado de Chiquinha Gonzaga, um dos maiores compositores brasileiros do final do século 19 e início do século 20, Nazareth ajudou a formatar a identidade musical do país, levando composições genuinamente brasileiras para os grandes salões. Conheça sua história no programa Todas as Vozes, da Rádio MEC:




Cinco anos após assassinato, caso Marielle Franco segue indefinido

 Inquérito foi aberto pela Polícia Federal para apurar o crime

© Arquivo/Guilherme Cunha/Alerj


Por Rafael Cardoso – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

O assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes completa cinco anos nesta terça-feira (14) e segue sem resposta sobre o mandante do crime. As investigações levaram à prisão de dois executores: o policial militar reformado Ronnie Lessa, por ter atirado na vereadora; e o motorista e ex-policial militar Elcio de Queiroz. Os motivos e os líderes do atentado permanecem desconhecidos.


“Já se passaram cinco anos: é muito tempo”. O desabafo é de Marinete da Silva, mãe de Marielle Franco, e resume o sentimento de familiares, amigos, ativistas, e de qualquer pessoa indignada com o crime. “Hoje, o mundo inteiro quer saber quem mandou matar Marielle. Isso não é uma questão a ser resolvida apenas para a família”, complementa a mãe.


O próprio processo de investigação passou a ocupar um lugar central no noticiário. A Polícia Civil teve cinco delegados responsáveis pelo caso na Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro. No Ministério Público Estadual, três equipes diferentes atuaram no caso durante esses anos.


A última mudança aconteceu há 10 dias, quando o procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, escolheu sete novos promotores para integrar a força-tarefa coordenada por Luciano Lessa, chefe do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). As trocas constantes de comando receberam críticas de familiares e movimentos sociais nesses cinco anos, e levaram a suspeitas de obstrução nas investigações.


Em maio de 2019, a Polícia Federal apontou que foram dados depoimentos falsos para dificultar a solução dos homicídios. Procuradoras abandonaram o caso em julho de 2021, com a afirmação de que houve interferência externa na investigação.


O novo comando do MPRJ disse estar comprometido em "não chegar a uma conclusão açodada, divorciada da realidade, mas de realizar um trabalho técnico e sério, voltado para identificar todos os envolvidos”. Sobre os mandantes e o motivo dos assassinatos, afirma que as dificuldades são maiores por ser “um crime onde os executores são profissionais, que foram policiais militares, que sabem como se investiga”.


Prisões

O avanço mais consistente no caso aconteceu em março de 2019, quando Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram presos no Rio de Janeiro. O primeiro é acusado de ter atirado em Marielle e Anderson, o segundo, de dirigir o carro usado no assassinato. Quatro anos depois, eles continuam presos, mas não foram julgados. Procurado pela reportagem, o Tribunal de Justiça do Rio informou que é esperado “o cumprimento de diligências requeridas pela promotoria e pela defesa para que seja marcada a data do julgamento”.


Sobrevivente

Fernanda Chaves, ex-assessora de Marielle Franco, foi a única sobrevivente do atentado. Ela estava no carro quando a parlamentar e o motorista foram atingidos. Fernanda diz que apenas o delegado que assumiu o caso entre 2018 e o início de 2019, Giniton Lages, a chamou para prestar depoimento. Ela só voltou a ser procurada em janeiro deste ano pelo Ministério da Justiça, quando participou de uma reunião com assessores da pasta.


“Você chegar a cinco anos sem que se tenha levado adiante o julgamento dos que estão acusados e presos por conta do assassinato? Sem ter uma investigação que leve aos mandantes? É muito humilhante, eu acho que é vergonhoso para o Estado não entregar essa resposta. O Rio de Janeiro, quando a Marielle foi assassinada, estava sob intervenção federal, militarizado. No centro da cidade, do lado da prefeitura, as vias eram cobertas por câmeras. E cinco anos depois você não tem um avanço. Giniton saiu do caso, as promotoras deixaram o caso alegando interferência. Isso é gravíssimo”, acusa.


Inquérito federal

A reunião de Fernanda marca uma mudança de postura do governo federal em relação ao caso. A federalização das investigações esteve em pauta desde o início e chegou a constar em um pedido da então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em setembro de 2019. A tentativa não avançou após proibição do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do desinteresse do governo federal na época e da preocupação dos familiares.


Em fevereiro deste ano, o ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou que a Polícia Federal (PF) abrisse um inquérito paralelo para auxiliar as autoridades fluminenses. Ontem (13), o ministro disse que o caso é uma prioridade da corporação e que pretende identificar todos os envolvidos.


“O que eu posso afirmar é que o trabalho está evoluindo bem. Mas é claro que, sobre o resultado, nós teremos nos próximos meses a apresentação dos investigadores daquilo que foi possível alcançar. Não é possível nesse momento fixar prazos, nem que momento isso finalizará. Mas eu posso afirmar que há prioridade, há uma equipe dedicada na Polícia Federal só para isso e eu tenho, sim, a expectativa e a esperança, que é de todos nós, que a PF vai ajudar a esclarecer definitivamente esse crime”.


Justiça por Marielle e Anderson

Rio de Janeiro - Passeata em homenagem à vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Pedro Gomes, no centro da cidade  - Fernando Frazão/Arquivo Agência Brasil

Para aumentar a pressão sobre as investigações, foi criado em julho de 2021 o Comitê Justiça por Marielle e Anderson. Ele é formado pelos familiares das vítimas, pela Justiça Global, Terra de Direitos, Coalizão Negra por Direitos e Anistia Internacional Brasil. Esta última organizou e participou de campanhas desde que os assassinatos aconteceram.


Para a diretora-executiva Jurema Werneck, as autoridades do Rio estão falhando há cinco anos com as famílias das vítimas e a sociedade como um todo. Ela defende que a solução do caso é fundamental para o país mostrar que está comprometido no combate aos crimes políticos.


“O ministro da Justiça diz que vai cooperar. A gente só tem que confiar que, dessa vez, vão colaborar de fato. E que dessa vez vão contribuir para o Rio de Janeiro e o Brasil superarem essa ineficiência crônica de elucidação de homicídios. E principalmente elucidação de homicídios políticos. O Brasil é o quarto país do mundo que mais mata ativistas. Portanto, o ministro da Justiça, além de elucidar esse crime, precisa estabelecer políticas e mecanismos consistentes para que o Brasil deixe de estar entre os campeões do mundo de assassinatos políticos”.


Essa visão é compartilhada por organismos internacionais, que pressionam o Brasil a solucionar o atentado. Jan Jarab, representante da ONU Direitos Humanos para a América do Sul, defende que é preciso inserir o caso em um contexto mais amplo de ataques contra defensores dos direitos humanos.


“Devemos evitar a impunidade. No sentido amplo da palavra, não só sobre quem executa os atos violentos, mas também quando há pessoas por trás. Mas também é importante a prevenção, primária e secundária, e as medidas de segurança física. E intervir quando já existem ameaças, quando existem crimes de ódio verbal. Que não se banalizem essas formas de agressão verbal, principalmente no âmbito das redes sociais”.


Esperanças renovadas

Brasília - Câmara dos Deputados realiza sessão solene para celebrar Dia Internacional do Direito à Verdade e prestar homenagem a vereadora Marielle Franco e ao motorista Anderson Gomes  - Marcelo Camargo/Arquivo Agência Brasil

Meia década de tristeza, angústia e ansiedade. Mas não de desistência. É dessa forma que amigos e familiares renovam as esperanças de que, com o apoio de diversos setores da sociedade civil, não será preciso passar mais um ano sem a resposta sobre “Quem mandou matar Marielle?”.


“Infelizmente, a gente vive em um país onde muitas pessoas são assassinadas e seguem sem saber quem mandou matar e o porquê. Mas eu acho que o Brasil merece dar essa resposta para democracia”, diz Anielle Franco, irmã da vereadora e ministra da Igualdade Racial.


“Eu preciso acreditar nas instituições, eu preciso acreditar que esse resultado vai ser apresentado. Eu não posso acreditar em um país que tenha autoridades e instituições funcionando, em um Estado Democrático de Direito, que não entrega essa resposta. Eu preciso acreditar nisso, eu tenho esperança”, diz Fernanda Chaves.


“Eu entendo hoje que fazer justiça por Marielle não tem só a ver com o final de um inquérito. Isso o Estado brasileiro deve à família e à sociedade”, defende Mônica Benício, viúva de Marielle.


“É a gente poder viver numa sociedade onde ‘Marielles’ não sejam assassinadas, mas possam florescer no seu máximo de potência. É a gente ter uma sociedade em que não haja racismo, LGBTfobia, machismo. Ou seja, que todos os corpos possam viver e ter igualdade de direitos, que todas as vidas possam importar igualmente aos olhos do Estado e aos olhos da sociedade. Quando a gente tiver essa sociedade, fizemos justiça por Marielle”.


Ouça matéria na Radioagência Nacional:


Cronologia do caso

  • 14 de março de 2018: Marielle Franco e Anderson Gomes são assassinados.
  • 15 de março de 2018: Giniton Lages assume a Delegacia de Homicídios do Rio e o caso.
  • 21 de março de 2018: O MPRJ escolhe um grupo de promotores para a apuração do crime.
  • 01 de setembro de 2018: Entra no caso o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ). Acontece a primeira troca de promotores do MPRJ.
  • 25 de setembro de 2018: Orlando Curicica, encarcerado no Presídio Federal de Mossoró por crimes ligados à milícia, menciona o ‘Escritório do Crime’ para os investigadores. Uma testemunha cita o vereador Marcello Siciliano por suposto envolvimento na morte de Marielle. Siciliano foi preso, mas o envolvimento dele foi descartado depois.
  • 11 de outubro de 2018: Investigações do MPRJ identificam biotipo do executor do crime e rastreiam novos locais por onde circulou o carro usado no crime.
  • 11 de março de 2019: A primeira fase de investigações é encerrada. Ronnie Lessa e Élcio Queiroz são denunciados por homicídio doloso.
  • 12 de março de 2019: Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa são presos no Rio de Janeiro.
  • 25 de março de 2019: Giniton Lages é substituído por Daniel Rosa na Delegacia de Homicídios do Rio.
  • 23 de maio de 2019: Polícia Federal aponta que foram dados depoimentos falsos para dificultar a solução dos homicídios.
  • 11 de setembro de 2019: A então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pede a federalização das investigações.
  • 10 de março de 2020: Justiça do Rio determina que Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz sejam levados a júri popular.
  • 27 de maio de 2020: Superior Tribunal de Justiça (STJ) nega a federalização das investigações.
  • 17 de setembro de 2020: Delegado Daniel Rosa deixa o caso. Moisés Santana assume o lugar dele.
  • 05 de julho de 2021: Terceira troca na Delegacia de Homicídios: sai Moisés Santana, entra Edson Henrique Damasceno.
  • 02 de fevereiro de 2022: Quarta troca: Edson Henrique Damasceno é substituído por Alexandre Herdy.
  • 30 de agosto de 2022: Supremo Tribunal Federal (STF) nega recursos das defesas de Ronnie Lessa e Élcio Vieira, e mantém decisão sobre júri popular.
  • 22 de fevereiro de 2023: O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anuncia abertura de inquérito da Polícia Federal para investigar assassinatos.
  • 04 de março de 2023: MP do Rio define novos promotores do caso Marielle Franco.

Papa: cuidado com os falsos "messias", o ser humano é o verdadeiro templo de Deus



No Dia Mundial dos Pobres, Francisco celebrou a missa na Basílica de São Pedro com a participação de milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade. Na homilia, exortou os fiéis a romperem a "surdez interior" que impede de ouvir o grito de sofrimento dos mais frágeis. E convidou a refletir sobre o que fazer diante da III Guerra Mundial.


Bianca Fraccalvieri – Vatican News


O ser humano é o verdadeiro templo de Deus: foi o que recordou o Papa Francisco ao celebrar a missa na Basílica de São Pedro neste Dia Mundial dos Pobres.

O Pontífice inspirou a sua homilia no Evangelho deste XXXIII Domingo do Tempo Comum, em que Jesus faz duas exortações: não vos deixeis enganar e dai testemunho.

Jesus quer nos livrar da tentação de ler os fatos mais dramáticos de modo supersticioso ou catastrófico, como se estivéssemos já perto do fim do mundo não valendo a pena empenhar-nos em algo de bom. Durante as crises, nunca faltam magos, gurus, horóscopos e teorias fantasiosas propostas por qualquer “messias” da última hora. "E muitos cristãos buscam o horóscopo como se fosse a voz de Deus", lamentou. Por sua vez, o discípulo do Senhor não cede ao desânimo nem mesmo nas situações mais difíceis, porque o seu Deus é o Deus da ressurreição e da esperança.


Ouça a reportagem completa com a voz do Papa Francisco



A arte tipicamente cristã: reagir ao mal com o bem

Assim, a segunda exortação é justamente esta: Tereis ocasião de dar testemunho. E Francisco acentuou a palavra “ocasião”, ressaltando que é uma “arte tipicamente cristã” não ficar refém daquilo que acontece, mas aproveitar a oportunidade de construir mesmo a partir de situações negativas. "O cristão não permanece vítima daquilo que acontece", recordou o Papa. Portanto, situações de prova, de perda de controle, de insegurança são ocasiões para testemunhar o Evangelho. "Também eu me faço esta pergunta hoje: o que está nos dizendo o Senhor diante desta III Guerra Mundial?"


A crise, explicou ainda Francisco, é abertura, enquanto o mau espírito trabalha para que a crise se torne conflito. "O conflito é sempre fechamento, sem horizonte e sem saída. Não! Vivamos a crise como pessoas humanas, como cristãos, sem as transformar em conflito porque toda crise é uma possibilidade e oferece ocasião de crescimento."


O Papa convidou cada um a se interrogar: "Diante desta III Guerra Mundial tão cruel, diante da fome de tantas crianças, de tantas pessoas: eu posso desperdiçar, desperdiçar dinheiro, desperdiçar a minha vida, desperdiçar o sentido da minha vida sem tomar coragem e ir avante?"


O sofrimento do povo ucraniano

E este é o convite que ressoa neste Dia Mundial dos Pobres, para romper esta surdez interior que nos impede de ouvir o grito de sofrimento, sufocado, dos mais frágeis.

Também hoje vivemos em sociedades feridas e assistimos, tal como nos disse o Evangelho, a cenários de violência, "é só pensar na crueldade que está sofrendo o povo ucraniano", de injustiça e de perseguição; há a crise gerada pelas alterações climáticas e pela pandemia; ampliam-se os conflitos, estamos diante da “calamidade da guerra”; há desemprego e migração forçada. E os pobres são os mais penalizados.

“Mas, se o nosso coração estiver blindado e indiferente, não conseguiremos ouvir o seu flébil grito de dor, chorar com eles e por eles, ver quanta solidão e angústia se escondem mesmo nos cantos esquecidos das nossas cidades, vê-se ali tanta miséria, tanta dor e tanta pobreza descartada.”


Não dar ouvidos aos falsos "messias"

Portanto, prosseguiu o Papa, façamos nosso o convite forte e claro do Evangelho a não nos deixarmos enganar. Não vamos dar ouvidos aos profetas da desgraça, às sirenes do populismo, aos falsos "messias" que, em nome do lucro, proclamam receitas úteis apenas para aumentar a riqueza de poucos.

Ao contrário, vamos dar testemunho: aproveitar a ocasião para testemunhar o Evangelho da alegria e construir um mundo mais fraterno; empenhando-nos em prol da justiça, da legalidade e da paz, permanecendo ao lado dos mais frágeis. “Não fujamos para nos defender da história, mas lutemos para dar a esta história que estamos vivendo um rosto diferente.”

A força vem da confiança em Deus. Abrindo o nosso coração a Ele, aumentará em nós a capacidade de amar e "este é o caminho: crescer no amor". Deixemo-nos interrogar: como cristãos, que atitude tomar diante desta civilização que descarta os pobres, os velhos e os nascituros? Francisco recordou uma tradição italiana, na ceia de Natal, de reservar um lugar vazio à mesa para o Senhor que poderá bater à porta. E questionou: "O seu coração tem sempre um lugar vazio para aquela gente, ou estamos tão atarefados com os amigos, os eventos sociais, as obrigações? Nunca temos um lugar vazio para aquelas pessoas. Amados por Ele, decidamo-nos amar os filhos mais descartados. Ele se identifica com o pobre."

“Não podemos ficar – como aqueles de quem fala o Evangelho – a admirar as belas pedras do templo, sem reconhecer o verdadeiro templo de Deus, o ser humano, o homem e a mulher, especialmente o pobre, em cujo rosto, em cuja história, em cujas feridas está Jesus. Foi Ele que o disse… Nunca o esqueçamos!”

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