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A escola do futuro se faz presente

  • Gustavo Thayllon França Silva (*)

Como era a escola quando você estudou nos tempos de criança e de que maneira era o ensino? Falar da escola do futuro é rememorar a escola que estamos vivendo no presente. O modelo de escola vem mudando desde os tempos mais remotos, contudo, o modelo que se instaurou, onde temos carteiras enfileiradas permaneceu por muitas décadas até chegarmos no século XXI, para ser mais exato em 2020.

Sempre tínhamos em mente que a escola se aproximaria cada vez mais dos aspectos tecnológicos, isto é, uma escola onde temos experiências, vivências e aprendizagem mediadas por recursos tecnológicos. Imaginem só, uma escola totalmente conectada, uma escola em rede, onde os estudantes virtualmente podem visitar museus europeus, ou ainda, compreender como são os vulcões, isto é, tendo um olhar interno dessa estrutura magnifica que a natureza disponibiliza.

Destarte, podemos dizer que a escola do futuro é a escola que estamos vivendo neste momento presente, onde professores e estudantes precisam desenvolver habilidades, atitudes e competências para estabelecerem vínculos de aprendizagem uns com os outros, principalmente em ambientes digitais.

Professores, cada vez mais, estão tendo que incorporar em seus planejamentos, diferentes estratégias ativas para engajar e tornar sua aula especial, onde os estudantes realmente sejam protagonistas da sua aprendizagem.

Em períodos onde a mediação tecnológica é a base para fazer com que a educação continue, algumas competências precisam ser desenvolvidas, sobretudo para fazer com que a escola do futuro-presente, esteja a cada momento mais adequada a realidade. São elas: competências relacionadas a psicopedagogia, no qual o docente precisa compreender a motivação do estudante em aprender, seus interesses e suas dificuldades, fluência digital, letramento digital, organização, gestão dos tempos e espaços escolares, netiqueta e competência informacional e inteligência emocional.

Além de todas estas competências, o professor precisa deixar as aulas mais atrativas, garantindo interatividade e interação dos estudantes e para isso, precisa estar munido de ferramentas como as chamadas metodologias ativas, como o próprio nome diz, busca colocar os estudantes em movimento, práticas e discussões.

A título de exemplo, temos os movimentos Maker, onde a aprendizagem é vivenciada, baseada em projetos, problemas, por rotações de estações, instrução por pares, dentre outras.

Precisamos lembrar que para um bom planejamento é necessário contemplar as múltiplas inteligências, desde compreender quem são os estudantes, como eles aprendem, qual o canal de recepção da informação quando mais estimulados para, na sequência, realizar um diagnóstico da estrutura e identificar os recursos disponíveis.

Portanto, a escola do futuro que se materializou no presente é uma escola onde o ensino e a aprendizagem se tornam cada vez mais personalizado e o ambiente conectado e em rede.


  • (*) Gustavo Thayllon França Silva é Bacharel em Psicopedagogia e Licenciado em Pedagogia  e especialista em Psicopedagogia Clínica, institucional, empresarial e hospitalar e também Professor da Área da Educação da Escola Superior de Educação do Centro Universitário Internacional

FONTE:Nqm Comunicação

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Latin Trade homenageia as empresas mais sustentáveis da América Latina

Cinco empresas recebem o 2019 Latin Trade IndexAmericas Sustainability Awards


WASHINGTON, abril de 2019 - /PRNewswire/ -- 
A Latin Trade escolheu as cinco empresas mais sustentáveis da América Latina. A publicação comercial vai homenagear essas empresas com o 2019 Latin Trade IndexAmericas Sustainability Award. Os vencedores deste ano em reconhecimento a excelência em meio ambiente, social, governança, contribuição ao desenvolvimento sustentável e práticas notáveis de sustentabilidade são o Grupo Argos, EDP Brasil, PepsiCo Latam, Citigroup Latam e Mexichem. Esses prêmios, desenvolvidos em parceria com o Banco de Desenvolvimento Interamericano, serão concedidos em uma cerimônia especial em Washington, D.C., no dia 11 de abril.

Os vencedores compartilham de um método rigoroso no que diz respeito à edificação e gerencialmente de uma operação sustentável. Seus conselhos estabelecem práticas estritas e metas claras em ESG (meio ambiente, social e governança), bem como avaliam e monitoram seu progresso quanto ao cumprimento. Sua cultura corporativa deposita uma ênfase firme na ética e nos direitos humanos, sendo caracterizada por um forte ímpeto para satisfazer todas as partes interessadas e promover um relatório transparente.

Os vencedores foram escolhidos por um conselho editorial de um universo de mais de 7.000 empresas, que passaram por uma triagem e reduziu-se a 100 candidatos pelo Banco de Desenvolvimento Interamericano em seu IndexAmericas.

As ações conjuntas dos homenageados deste ano impactaram a região de diversas maneiras. Essas empresas mitigaram as alterações climáticas, preservaram a biodiversidade e os recursos hídricos (Argos: vencedora na categoria Meio ambiente). Elas combateram todas as formas de corrupção, improbidade administrativa, lavagem de dinheiro, conluio, conflitos de interesses e promoveram o treinamento e cuidados com a saúde aumentando, ao mesmo tempo, o lucro para os acionistas (EDP - Social). Eles demonstraram como construir verdadeiramente uma empresa com propósito, onde cada ação corporativa concentra-se em metas cruciais quanto às pessoas, ao planeta e aos seus produtos (PepsiCo - Governança). Financiaram projetos ambientais e definiram métodos precisos de relatórios (Citigroup - Desenvolvimento), e se envolveram em irrigação, essencial para gestão hídrica e produção de alimentos, e adotaram até mesmo sua rigorosa cultura ESG em países de primeiro mundo (Mexichem - Multilatinas).

"Nós sentimos que o Latin Trade IndexAmericas Sustainability Award é uma de nossas atividades mais importantes. Ela nos ajuda a promover a ordem que nós mesmos nos impusemos de sermos essenciais à promoção do desenvolvimento sustentável na região. Nós cremos que apresentar a excelência em práticas, gerentes e empresas ajudará a aprimorar o modo como os negócios são levados a cabo na América Latina", declarou Santiago Gutiérrez, editor executivo da Latin Trade.

No ano passado, o Latin Trade IndexAmericas Sustainability Awards foi para a Valeo (Meio ambiente) da França, AES Corporation (Social) e Johnson & Johnson com sede nos EUA (Governança), Telefónica (Desenvolvimento) da Espanha e Globant (Multilatinas) da Argentina).

Sobre a Latin Trade
A Latin Trade é uma publicação com 25 anos de existência e que cobre o setor de negócios da América Latina. A revista Latin Trade é publicada em inglês e espanhol, sendo distribuída por todas as Américas para os assinantes, salas VIP de companhias áreas, hotéis selecionados e eventos regionais. O portfólio da empresa inclui boletins informativos que atingem uma grande proporção da comunidade corporativa da região, bem como eventos de negócios especializados.


Contato com a imprensa: David Buchanan - vice editor, Latintrade.com
dbuchanan@latintrade.comFONTE Latin Trade



“É difícil recuperar os neurônios da memória; é melhor evitar que eles morram”

Cientista norueguesa foi uma das descobridoras do ‘GPS’ com o qual nosso cérebro se orienta



“Meu GPS cerebral está em apuros hoje”, ri a cientista norueguesa May-Britt Moser (Fosnavåg, 1963), comentando a jornada cheia de encontros e deslocamentos que a Fundação AstraZeneca organizou para ela em Madri – e na qual se inclui esta entrevista. A referência aos sistemas de navegação e localização é uma piada autorreferente: Moser, Edvard Moser (seu então marido) e o norte-americano John O’Keefe partilharam em 2014 o prêmio Nobel de Medicina por seus trabalhos com as células cerebrais que servem para a nossa orientação.

Os trabalhos premiados são de 12 anos atrás, mas a pesquisadora continua atuando no mesmo campo. Com um acréscimo: “Encontramos, em uma área irmã do cérebro, as células que determinam como se percebe o tempo, por que às vezes ele passa voando, e às vezes parece eterno”, explica.

Ela salienta que seu laboratório se dedica à ciência básica, a qual, se tudo correr bem, acabará chegando a um uso clínico. Mas, embora esse não seja seu objetivo primordial, não se furta a especular sobre a utilidade de suas descobertas. “Estudamos uma área muito importante para a navegação espacial do hipocampo”, a zona do cérebro onde ela encontrou os neurônios relacionados com a localização e o tempo. É uma região “fundamental no ser humano, e, quando estas células morrem, perdem-se funções”.

A médica não acredita que aspectos tão básicos para o indivíduo possam ser facilmente recuperados. A realidade nos hospitais de meio mundo confirma isso. Quando uma pessoa tem Alzheimer, por exemplo, não há, ao menos por enquanto, uma maneira de que volte a recordar o que esqueceu. Por isso “é difícil recuperar os neurônios da memória; é melhor evitar que morram”, afirma. Não acredita que a plasticidade do cérebro, sua capacidade de substituir um circuito perdido por outro, seja de grande utilidade quando funções tão básicas se deterioram. “Se não soubermos por que morrem, não podemos agir”, conclui.

Apesar do cansaço, Moser comenta sua visita com entusiasmo, especialmente os diversos encontros com jovens. “Minha mensagem é que é preciso trabalhar para explicar como o cérebro elabora as lembranças episódicas [de um fato concreto]. Por que, como e quando essas memórias são recuperadas.” Embora às vezes receba comentários muito desconcertantes nesses encontros. “Como esses jovens que chegaram até mim esta manhã e me disseram: ‘Puxa, então você é um ser humano’”, conta, rindo. Mas acha isso bom. “Se me virem como um ser humano, sabem que eles também podem chegar a fazer o que amam.”

No caso dessa cientista (as mulheres são apenas 5% dos ganhadores do Nobel), o prêmio não mudou muito a sua vida. Houve ofertas – “e pressões”, admite – para que deixasse o laboratório de Trondheim, no meio da Noruega, onde trabalha. Também a solicitam muito para que vá a eventos – “mas nunca faço algo que não queira”. “Certamente me chamam mais que ao meu ex-marido, talvez porque eu seja mulher”, diz, “e isso que ele é mais amável”.

Imagina-se no mesmo lugar, pesquisando, pelos próximos 10 anos. Trabalhando e levando seu cachorro para passear. Apesar de suas duas filhas, já adultas, terem saído de casa, não se sente sozinha. “Quando você tem um cachorro, não há espaço para hobbies. Saio com ele pelo menos duas vezes por dia, e lhe dedico muito tempo.” O frio não a impede de sair à rua com seu animal. “Na Noruega dizemos que não há tempo tuim, o que há é roupa ruim. Eu me abrigo, e o cachorro, também.”

Idosos recebem a primavera com festa e muita alegria




Cerca de 300 idosos que frequentam as atividades e serviços oferecidos pela Prefeitura na Regional Matriz participaram, nesta sexta-feira (21/9), da 1ª Festa da Primavera do Centro de Atividades para Pessoas Idosas (Cati) da região, na praça Ouvidor Pardinho. O evento, que reuniu o público da Fundação de Ação Social (FAS) e das secretarias municipais da Saúde (SMS) e do Esporte, Lazer e Juventude (Smelj), teve música, dança, sorteio de brindes, plantio de uma pitangueira e mesa de lanche preparada com alimentos levados pelos participantes.

A presidente da FAS, Elenice Malzoni, prestigiou a iniciativa. “Estão de parabéns todos os idosos. A festa é pra vocês, que deram o mesmo amor que os voluntários e nossas equipes para que essa festa acontecesse”, disse. Na praça que sediou o evento funcionam, além do Cati, a Unidade de Saúde Ouvidor Pardinho e uma unidade esportiva da Smelj. O Cati é frequentado por aproximadamente 250 pessoas idosas, matriculadas em 16 cursos ou atividades sociointegrativas.

A professora aposentada de Educação Especial Erci Cardoso, de 77 anos, contribuiu para a festa com uma generosa travessa de morangos frescos. A preocupação com a alimentação saudável faz parte de sua rotina. Ela faz hidroginástica na praça duas vezes por semana. “Não dá pra ficar parada. Por isso não podia perder isso aqui”, disse ela, que mora no Campo Comprido.

Cantora do Coral do Cati “há mais de 20 anos”, a artesã Maria Elizabeth Formosi, de 63 anos, também veio de longe. Ela se mudou para o município de São Bento do Sul (SC) e, uma vez por semana, pega o ônibus e vem para o ensaio do grupo, que se apresentou na festa. “Claro que eu tinha que vir e participar, ainda mais sendo contralto, voz que não é muito comum”, disse orgulhosa. Ela aproveitou para ver o show da banda Projeto Reinventar, que fez uma apresentação voluntária no evento.

“Esses são os nossos idosos: dinâmicos, autônomos e exemplos de vida”, disse a coordenadora do Cati Matriz, Amira Yousseif. Na unidade, eles fazem cursos de línguas estrangeiras (inglês, francês, japonês e italiano) e pintura em tela. Quadros pintados nas aulas de arte foram expostos no evento.


Confira as imagens do Evento. Fotos: Ricardo Marajó/FAS

Idosos recebem a primavera com festa e muita alegria

Fadiga por compaixão: “Os problemas dos outros me oprimem”

Como canalizar os sentimentos para realmente conseguir ajudar






Sempre atento, sempre disposto. Sempre perto, ouvindo, apoiando. Dizem que estar com você é um prazer, que seu ombro é mais do que confortável para se apoiar e chorar. E você faz isso com satisfação; é algo natural. Enfrenta com facilidade com qualquer situação, sabe o que precisa ser feito. É capaz de se colocar no lugar dos outros. Um ser empático.

Mas tudo tem um limite.

"Empatia é a capacidade de se colocar no lugar outro, embora eu sempre tenha pensado que esta definição não é muito precisa", afirma María Dolores Sobrino, psicóloga e chefe do Departamento de Intervenções da Associação Aragonesa Pró-Saúde Mental (ASAPME). "Ninguém pode se colocar no lugar do outro, porque já está ocupado," acrescenta. Para ela, a empatia é a capacidade de entender o que acontece com a outra pessoa para, a partir de nossa posição, estar ao seu lado, junto a ela, apoiando-a.

E também entende que sentir exatamente o que os outros sentem é impossível. Embora possamos nos aproximar muito. E são nesses casos que podemos sofrer as consequências associadas a uma síndrome à qual os profissionais de saúde estão mais expostos, mas que qualquer pessoa pode desenvolver: a Síndrome de Desgaste por Empatia (SDE). A síndrome recebeu este nome do psicólogo Charles Figley, e também pode ser chamada Fadiga por Compaixão, para se referir à "exaustão emocional que certos profissionais sofrem por trabalhar com clientes traumatizados". Figley descobriu o distúrbio depois de analisar o comportamento de um grupo de nova-iorquinos voluntários após os ataques de 11 de Setembro.

Ao contrário de outras síndromes que também resultam em esgotamento -- como o chamado burnout, associado ao trabalho e que se manifesta de repente, quando a pessoa já está no limite --, a SDE chega lentamente, de forma silenciosa, em nossa mente e emoções. E, embora seja mais comum em terapeutas, médicos e profissionais de saúde em geral, pode revelar sua sombra com quase todos que se orgulham de ser incrivelmente sensíveis aos dramas alheios.

Quando sei que "seus" problemas já são "meus" problemas?
"A empatia é sempre de boa qualidade, mas, como tudo, é conveniente ajustá-la ao meio-termo para encontrar a virtude", diz Sobrino. Seu trabalho envolve contato direto e diário com doentes mentais; quadros clínicos e histórias de vida potencialmente difíceis, combinadas com o trabalho com as famílias e o ambiente do paciente. "Até você se acostumar, é normal levar os problemas para casa, mas você aprende a racionalizar. Caso contrário, seria impossível desenvolver esta especialidade."

Seu perfil é profissional, o que a deixa preparada para isso. Isso não vale para os demais. "Esse desgaste é mais frequente em pessoas um tanto dependentes, um tanto obsessivas, que têm um traço de personalidade não suficientemente forte", analisa a psicóloga. A SDE é identificada, como explica Figley, criador do termo, com três sintomas: a reexperimentação constante, o embotamento afetivo e a hiperativação e o estado de nervosismo constante.

Em seu estudo Compassion fatigue and resilience: A qualitative analysis of social work practice (compaixão, fadiga e resiliência: uma análise qualitativa do trabalho social), os psicólogos Maryanne Kapoulitsas e Tim Corcoran acrescentam mais consequências para esta lista e aprofundam as identificadas por Figley: irascibilidade e mudanças repentinas de humor, sentimentos de culpa e até pesadelos. Também mencionam problemas para dormir ou se concentrar. Além disso, essa síndrome pode levar à anedonia -- incapacidade de sentir prazer -- e à perda de interesse em qualquer contexto. E, acima de tudo, é representada na forma de laje; a adquirida e contagiada pelos problemas do outro, entendidos como próprios.

O tempo conta, segundo Sobrino: “Se uma pessoa a quem você ama sofre uma tragédia, logicamente essa situação nos impactará de forma negativa. O problema ocorre quando esse impacto se prolonga no tempo”, afirma. A autêntica empatia surge quando, depois do trauma, o outro é capaz de tomar distância e aplicar a racionalidade para, a partir daí, servir de apoio àquele que realmente sofreu o problema em primeira pessoa.

Como ajudar (e se ajudar) sem bloquear os sentimentos negativos
É lógico pensar que será impossível curar o outro se você tiver a mesma doença. E é lógico que situações assim nos levem à tentação de bloquear as emoções, deixar de prestar atenção nelas. Engano: “É muito importante, fundamental, prestar atenção a todas as emoções, já que elas constituem os alarmes que conduzem às ferramentas com as quais enfrentar as situações e solucioná-las”, diz Sobrino.

A solução para a Síndrome por Desgaste de Empatia não está em bloquear os sentimentos negativos, e sim em passá-los pelo filtro da racionalidade. “Entender que a desgraça humana é parte da vida e adotar os estímulos negativos será o primeiro passo para se tornar um ser empático realmente saudável e predisposto a colaborar”, observa Sobrino, que acrescenta: “Em uma dupla na qual alguém está afligido por uma dor e o outro quer contribuir para sua cura, é preciso ser este segundo quem, com a cabeça fria, estabeleça o critério para levantar o machucado”.

Assim, a primeira coisa é encarar e entender. A psicóloga recorre de novo à ideia de que é impossível calçar os sapatos do outro, pois estes já estão ocupados. E, para não terminar encaixando o pé à força, contagiado de pena pelo outro, é fundamental agir com a melhor versão de si mesmo. Para isso, a meditação e a atenção plena, o mindfulness, “apresentam muitos benefícios, pois ajudam a conectar com a racionalidade e a tranquilidade interior”, prossegue Sobrino. O mesmo acontece com as atividades de lazer e com exercícios que protejam o equilíbrio emocional, como os quatro Cs que contamos no EL PAÍS para encontrar a felicidade em vez do prazer.

Embora o conselho básico continue sendo praticar “a reflexão, manter a calma; dar-se tempo para, com a serenidade de ser um elemento externo, poder agir como ser empático equilibrado”, conclui Sobrino. Porque, quando se trata de enxugar lágrimas, é melhor que não se apresente um lenço já empapado.

Adolescentes atendidos pelo Caps vão ao cinema ver ficção científica




Eles têm entre 13 e 17 anos e frequentam o Centro de Atenção Psicossocial Infantil Pinheirinho (Caps I Pinheirinho), onde são acompanhados por profissionais da Saúde em momentos de grave sofrimento psíquico. Nesta quarta-feira (5/9), os 17 adolescentes fizeram um programa que atrai todo jovem: foram ao cinema.

Na tela, em vez dos filmes de super-heróis ou animações em 3D, um filme nacional. O local também foi diferente: em vez dos shoppings centers, o grupo conheceu o Cine Guarani, no complexo Portão Cultural.

A ideia surgiu há um mês, após uma visita dos adolescentes ao Museu Municipal de Arte (MuMa), também anexo ao Portão Cultural, quando descobriram que o local tinha uma sala de cinema. “Fizemos reuniões para escolherem o filme que queriam ver”, conta o coordenador do Caps I Pinheirinho, Ian Santarém.

A película escolhida foi a ficção científica O Homem do Futuro, com Wagner Moura e Alinne Moraes. “Nunca tinha assistido a um filme nacional no cinema e foi uma história muito legal. Tinha tudo para acabar triste, mas teve um final surpreendente”, contou o estudante Breno Wilian Garcia Hacker, 16 anos.

A técnica em enfermagem Regina Tosti, uma das profissionais do Caps I Pinheirinho que acompanhou o grupo, explica que a iniciativa tem o objetivo de proporcionar aos adolescentes e jovens o acesso a atividades culturais e de lazer, além daquelas ofertados nos tratamentos terapêuticos. “Queremos que conheçam os locais culturais na região onde moram, para gerar neles a autonomia de frequentar esses espaços.”

Mãe de Breno, a professora Marcia Garcia Hacker, 53 anos, aprovou a iniciativa. “Foi uma oportunidade de conhecer um lugar diferente e assistir a filmes que ele não procuraria por iniciativa própria”, disse.

Os pais dos adolescentes são convidados a acompanhá-los na atividade, mas a presença não é obrigatória. 

Próximas sessões

As sessões de cinema serão mensais e fazem parte das ações dos profissionais dos Caps para criar redes intersetoriais entre as diferentes áreas da Prefeitura. A iniciativa é feita em parceria com a Fundação Cultural.

Na próxima semana, é a vez das crianças do Caps I Pinheirinho conhecerem o Cine Guarani. Os pais dos pequenos de 7 a 10 anos atendidos pelo Centro estão convidados a levá-los para assistir a cinco curtas-metragens de animação. 

Você tem algum desses sintomas? Chegou a hora de ir a um sexólogo

Com a educação sexual como assunto a se resolver, muitos ainda resistem em consultar sexólogos



A figura do sexólogo lembra um pouco a do psicólogo e do psiquiatra de muitos anos atrás. As pessoas custavam a reconhecer que precisavam ir a esses profissionais e mantinham suas sessões em segredo. As feridas da alma se tornaram tão cotidianas nesse mundo cruel que ninguém se atreve a questionar que alguma vez ele mesmo irá precisar desses cuidados. O que, entretanto, ainda mantém certa dose de tabu é a ideia de ir à consulta de um sexólogo, porque nesse país de machões e bombas sexuais, reconhecer que se tem problemas na cama é como ficar totalmente nu. E nem todos são partidários do nudismo.

Muitos ainda têm a ideia de que o sexo é algo instintivo; entre eles as autoridades competentes, que não acham necessário um programa de educação sexual nos colégios. O que sabemos de sexo, portanto, é o que experimentamos diretamente, o que vemos nos filmes pornô e nos relatos que os mais íntimos nos contam, condimentados com um certo nível de literatura e fantasia. O adubo perfeito ao cultivo de ideias incorretas, traumas nascidos do imaginário coletivo e medos injustificados; porque se alguma vez existiu algum tipo de educação sexual ele sempre foi orientado à assepsia, ao contágio, à prevenção de doenças, ao choro e ao ranger de dentes. Nunca ao prazer, à comunicação em casal e ao cultivo dessa delicada e exótica flor que é o desejo.

A medicina oficial também não contempla muito o sexo. Os médicos, com pouco mais de dez minutos para atenderem a cada paciente, podem nos perguntar se dormimos bem, se vamos ao banheiro regularmente e qual é nossa alimentação, mas quase ninguém se interessa por nossa vida sexual, como se essa não fizesse parte de nossa saúde, como se fosse um divertimento sem muitas consequências.

De modo que quando alguém tem um problema sexual, segundo Iván Rotella, diretor do Astursex, centro de atenção sexológica em Avilés e membro da Associação Estatal de Profissionais da Sexologia (AEPS), “as pessoas levam em média de 6 meses (se for uma mulher) a 5 anos (se for um homem), no caso de terem um relacionamento, para consultarem um profissional. Se estão sozinhos, sem nenhuma relação, então eles vão antes delas. O difícil, quando se tem a necessidade de um sexólogo, é tirar o telefone do gancho e marcar a consulta. Um dos fatores dessa mudança foi a crise econômica, que fez com que nossas consultas aumentassem em 20%. Os sexólogos são mais baratos do que os advogados e o custo econômico de uma separação pode ser muito alto. Antes as pessoas se separavam quando ocorriam problemas; agora, se as coisas não estão muito ruins, tentam recuperar a relação”.

Essa vertente de consultor, de terapeuta de casais, é uma das muitas tarefas desse profissional, mas não a única. Francisca Molero, sexóloga, ginecologista, diretora do Institut Clinic de Sexologia de Barcelona, do Instituto Ibero-americano de Sexologia e presidenta da Federação Espanhola de Sociedades de Sexologia, enumera muitas mais, “quando se fala na Espanha da figura do sexólogo, as pessoas costumam relacioná-la a um psicólogo; já que tendem a pensar que a maioria dos problemas sexuais deriva do terreno mental, mas isso não é de todo certo, já que também existem muitas disfunções sexuais.

O que acontece é que os dois campos estão muito ligados. Um problema físico não resolvido pode acabar em um psicológico e de casal e o contrário, como acontece muitas vezes com o vaginismo, quando tem sua origem em abusos e experiências sexuais ruins. A sexologia é uma ciência que estuda tudo o relacionado à sexualidade humana. Nossos pacientes podem ser desde jovens que não têm muito claro sua orientação sexual e que procuram conselho, problemas de falta de desejo (os mais frequentes, tanto em homens como em mulheres), transtornos do orgasmo e da ereção, vício ao sexo e assexualidade, vítimas de abusos e violência doméstica, pedófilos e, ultimamente, crianças transexuais que trazem seus pais em busca de ajuda para entender e lidar melhor com sua realidade”.

No setor dos problemas de relação, “o mais comum é o casal que caiu na rotina e procura reavivar a paixão e o desejo”, diz Molero, “mas também existem relações rompidas que procuram um mediador. Alguém que os acompanhe no processo de ruptura para que ele seja menos doloroso. Existem também pessoas que, sem ter nenhum problema, procuram melhorar sua vida sexual; e os que, após uma longa doença como o câncer, querem recuperar sua dimensão erótica. Algo que em muitos casos passa por reformular a ideia que tinham do que é uma relação sexual”.

Acreditamos no que acontece nos filmes pornô
O mecanismo geral de atuação, quando existe algum problema sexual, reflete a potencial capacidade de adaptação do ser humano às situações mais inóspitas e à pouca importância que se dá ao prazer e ao hedonismo em nossas vidas. Se algum assunto erótico perturba nossa existência, iremos primeiro falar com nossos amigos mais próximos e tentaremos buscar soluções por nossa conta. “E tudo bem com isso”, diz Molero, “mas se a pessoa não encontra uma solução, acaba se conformando com uma sexualidade muito limitada. É o caso do vaginismo, uma das doenças que causam mais angústia porque a contração dos músculos vaginais torna a penetração impossível. A média de espera para se buscar um profissional é de 5 a 6 anos. Os casais procuram recursos e recorrem à masturbação mútua, o sexo anal, qualquer prática que não implique no coito. E isso serve para eles. Curiosamente, muitos casais decidem ir ao sexólogo quando querem ter filhos e ela pretende engravidar”.

Iván Rotella ressalta a ideia de que “deveríamos nos preocupar mais com nosso prazer, levá-lo em consideração e dar a ele o mesmo status que tem nossa saúde”. Em sua consulta, 50% de seus pacientes vão porque sofrem alguma disfunção, “nos homens tudo o relacionado ao pênis e nas mulheres a falta de desejo”. Fora do erótico, os outros 50% vão por problemas de relação de casal. “Na Espanha os casais precisam aprender a discutir, a lidar com seus problemas e a evitar que a rotina acabe no comando. Ultimamente recorrem aos nossos serviços muitos casais com diferentes horários de trabalho (a maioria trabalha por turnos), algo que está repercutindo muito negativamente em sua relação, já que não têm espaços para se encontrarem”.

No lado oposto aos desleixados, aos que postergam sua vida sexual a outras reencarnações por conta do trabalho, dos filhos e de qualquer outra desculpa, estão os hipocondríacos do erótico, que se autodiagnosticam com uma disfunção se não podem imitar Nacho Vidal. “Nessa esfera, a queixa mais comum entre os homens é não poder aguentar o tempo que eles consideram ‘ideal’ antes de ejacular. Existem muitos pretensos ejaculadores precoces que não o são por uma falsa ideia do que é uma relação sexual, fomentada em muitos casos por uma interpretação errônea da pornografia”, diz Rotella. “Muitas mulheres vêm porque querem realizar determinadas práticas que acham que devem executar, como por exemplo o sexo anal, mesmo não sendo prazerosas a elas. Tudo isso poderia ser evitado com uma educação sexual adequada, que não se reduz a ensinar as pessoas a colocarem uma camisinha, mas muito mais do que isso, e que passa também por uma educação sentimental”, diz o sexólogo.

“Se as pessoas se dessem conta de que a sexualidade é uma aprendizagem e, evidentemente, se existisse uma boa educação sexual nas escolas muitos problemas acabariam”, afirma Molero. Desde ideias errôneas sobre sexualidade a maus-tratos e violência doméstica. Conhecer o próprio corpo e saber suas reações é uma matéria a se resolver, existem muitas mulheres que não sabem se tiveram um orgasmo ou não. Em muitos casos não são anorgásmicas, mas têm expectativas muito altas e acham que o que experimentam é pouco comparado à sua ideia irreal do que é o clímax”.

Os dois profissionais têm a mesma opinião de que antes de ir a um sexólogo é preciso se informar um pouco e escolher alguém recomendado por uma associação de sexologia. “Os tratamentos podem ter até 10 ou 12 sessões. Geralmente em sexologia se utiliza muito a terapia cognitiva-comportamental, que é a que dá melhores resultados, mas em nosso centro fazemos uma mais integradora e incorporamos elementos da Gestalt, da terapia breve estratégica, do Sexocorporel e da hipnose Ericksoniana”.

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