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A esperança nunca decepciona

 

*Por Padre Alex Nogueira


A cada 25 anos, o Papa anuncia o ano jubilar, tempo para os fiéis renovarem a esperança. Desse modo, em 2025 será vivido com maior fervor o ensinamento cristão reafirmado por São Paulo: “Ora, a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5, 5).


A intenção do ano jubilar é conduzir os fiéis a seguirem pela trilha da esperança com consciência de serem peregrinos neste mundo rumo ao céu. Por isso, o período que antecede ao jubileu foi definido como o “Ano da Oração”. Uma pessoa que reza, cresce na virtude da esperança, estabelece um diálogo com Deus e renova suas forças espirituais.


Para ajudar as pessoas a rezarem bem e compreenderem a dimensão da oração do Pai Nosso é importante seguir um caminho simples e mergulhar o coração na esperança que não decepciona. Compreender e viver a oração que o próprio Jesus ensinou é um caminho de esperança para todo cristão.  


Embora as pessoas possam decepcionar, os projetos frustrarem e as tristezas se acumularem, um coração ancorado pela esperança está preparado para as tribulações e sairá vitorioso. A vitória já foi conquistada por Jesus, e cada passo dado em meio as adversidades é feito com Cristo. Esta esperança é impulsionada quando se reza, e tal oração é com reta intenção e frutuosa.


Não perca a sua crença! Deus presenteia a humanidade com diversas oportunidades de descobrir os caminhos da esperança. O ano de 2025 é uma dessas oportunidades que você não pode deixar passar sem frutos espirituais na sua vida. Prepare-se bem para o tempo da graça que está por vir, reze com a alma e seja revigorado pelo Espírito Santo que consola os corações e os cumula de verdadeira esperança.


*Padre Alex Nogueira é mestre em direito canônico, professor acadêmico e autor do livro Orar faz muito bem!

São José de Anchieta, Apóstolo do Brasil

Foi sacerdote, missionário, professor, historiador e, especialmente, evangelizador e catequista. É considerado iniciador da literatura, do teatro e da poesia brasileira.


São José de Anchieta, Apóstolo do Brasil 

Vatican News

José de Anchieta nasceu no dia 19 de março de 1534, em Tenerife, Ilha do Arquipélago das Canárias, Espanha. Era um dos doze filhos de João López de Anchieta e de Mência Diaz de Clavijo y Llarena. Foi batizado em 7 abril de 1534, na Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios, atual Catedral de San Cristóbal de La Laguna, de onde seu pai era prefeito.

José viveu com a família até aos quatorze anos de idade, quando se mudou para Coimbra, Portugal, para estudar filosofia no Real Colégio das Artes e Humanidades, anexo à Universidade de Coimbra. Ali, em 1 de maio de 1551, entrou como noviço da Companhia de Jesus. Mas, pouco tempo depois, foi acometido por uma tuberculose óssea, que lhe causou uma escoliose. Como último recurso, os médicos aconselharam-lhe a partir para o Brasil, onde o clima era mais saudável.


Missão no Brasil

Em 1553, ao chegar às terras brasileiras, José de Anchieta começou a trabalhar como catequista dos indígenas.  Além disso, desempenhou outras funções: professor, músico, enfermeiro, sapateiro, taumaturgo, construtor e conselheiro espiritual. Aprendeu a língua tupi, tornando-se verdadeiro mestre: compôs a "Arte de gramática” da língua mais falada na costa do Novo Mundo.


Em janeiro de 1554, José de Anchieta participou da inauguração do Colégio de São Paulo de Piratininga, hoje “Páteo do Collégio”, onde teve origem a cidade de São Paulo.


Em 1566, José de Anchieta foi ordenado sacerdote, em Salvador da Bahia. Após três anos, fundou o povoado de Reritiba, atual cidade Anchieta, no Espírito Santo. Em 1577, foi nomeado Provincial da Companhia de Jesus no Brasil, função que exerceu até 1585. Em 1595, retirou-se para Reritiba, onde permaneceu até à sua morte, que ocorreu em 9 de junho de 1597, aos 63 anos de idade.


Poema à Virgem

Em 1563, com o apoio dos franceses, a tribo dos Tamoios rebelou-se contra a colonização portuguesa. Padre José de Anchieta e Padre Manuel da Nóbrega, chefe da primeira Missão Jesuíta no Brasil, foram à aldeia de Iperoig - atual cidade de Ubatuba, litoral norte de São Paulo – como mediadores da revolta. Anchieta ofereceu-se como refém, enquanto Manuel da Nóbrega pôs a negociar a paz.


Durante o cativeiro, que durou cinco meses, o Jesuíta dedicou a Nossa Senhora seu mais lindo poema: o “Poema à Virgem”, cujos versos foram escritos na areia.


Canonização

A Canonização do “Apóstolo do Brasil” ocorreu 417 anos depois da sua morte, no dia 24 de abril de 2014, pelo Papa Francisco, em Roma. Em um documento dos Postuladores da Causa de Canonização, de 488 páginas, registram-se 5.350 histórias de pessoas, que alcançaram graças, por intercessão de São José de Anchieta.


Oração a São José de Anchieta

São José de Anchieta, Apóstolo do Brasil,
Poeta da Virgem Maria intercede por nós, hoje e sempre.
Dá-nos a disponibilidade de servir a Jesus,
como tu o serviste nos mais pobres e necessitados.
Protege-nos de todos os males do corpo e da alma.
E, se for vontade de Deus, alcança-nos a graça, que te pedimos.
São José de Anchieta, rogai por nós!

No Centro Cívico, Greca se reúne aos fiéis da procissão de Corpus Christi em Curitiba



Celebração de Corpus Christi em Curitiba. Curitiba, 30/05/2024.
Foto: José Fernando Ogura/SMCS

@SMCS

As milhares de pessoas que participaram da procissão de Corpus Christi foram recepcionadas pelo prefeito Rafael Greca em frente da sede da Prefeitura de Curitiba nesta quinta-feira (30/5). Diante da Santa Ceia, a última das quatro estações dispostas ao longo do trajeto entre a Catedral Metropolitana até o Centro Cívico, na Avenida Cândido de Abreu, Greca reverenciou a imagem do Santíssimo (símbolo da presença de Jesus), trazido pelo arcebispo Dom José Antônio Peruzzo. 


Os bispos auxiliares Dom Reginei Modolo e Dom Adenis Roberto de Oliveira acompanharam o arcebispo até o Palácio Iguaçu, onde estava o Padre Reginaldo Manzotti, para a benção final e dispersão. Este ano, o tema escolhido para o evento foi “Jesus Eucarístico: pão da unidade para a paz no mundo”. O Corpus Christi é considerado a maior festa da Eucaristia (celebração da Igreja Católica para lembrar a morte e ressurreição de Jesus Cristo) e uma das principais datas do calendário católico mundial.


Celebração de Corpus Christi em Curitiba. Curitiba, 30/05/2024. 
Foto: José Fernando Ogura/SMCS


Fiéis

Nem o frio ou a cadeira de rodas que usa para se locomover foram empecilhos para Alice Stefhani Gomes Amorim estar na procissão pelo segundo ano consecutivo. “Viemos da CIC: eu meus pais, minha avó e minha irmã. É uma ocasião especial pra todos nós”, contou a jovem, que fez questão de tirar uma foto com o Prefeito.


A professora da rede municipal de ensino Lúcia Romana Nísio, da Escola Professor Brandão, também aproveitou o evento religioso para cumprimentar o Prefeito e tirar outra foto com ele. A primeira, mostrou, é de 1995 – quando Greca, então prefeito pela primeira vez, visitava o colégio onde a educadora estudava. 


Prefeito Rafael Greca acompanha procissão de Corpus Christi em frente a prefeitura. Curitiba, 30/05/2024.
Foto: José Fernando Ogura/SMCS



Também participaram do evento a presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Ana Cristina de Castro; a secretária municipal do Meio Ambiente, Marilza Dias; as deputadas estaduais Maria Victória e Márcia Huçulak; e os vereadores Leonidas Dias, João da Loja 5 Irmãos e Herivelto Oliveira, que a partir desta sexta-feira (31/5) assumirá interinamente o cargo de Prefeito de Curitiba.


Celebração de Corpus Christi em Curitiba. Curitiba, 30/05/2024. 
Foto: José Fernando Ogura/SMCS


O Papa: a fé em Jesus, o vínculo com Ele, nos abre para receber a seiva do amor de Deus

Visita a Veneza - Papa Francisco, 28 de abril de 2024


Permanecer no Senhor significa crescer no relacionamento com Ele, dialogar com Ele, acolher sua Palavra, segui-lo no caminho para o Reino de Deus. Portanto, trata-se colocar-nos a caminho atrás d’Ele, de nos deixarmos provocar por seu Evangelho e de nos tornarmos testemunhas de seu amor: disse o Papa Francisco em seu último compromisso em terras venezianas, este domingo, 28 de abril, na Missa celebrada na Praça São Marcos


Raimundo de Lima – Vatican News

A fé em Jesus, o vínculo com Ele, não aprisiona nossa liberdade, mas, ao contrário, nos abre para receber a seiva do amor de Deus, que multiplica nossa alegria, cuida de nós com o cuidado de um bom vinhateiro e faz nascer brotos mesmo quando o solo de nossa vida se torna árido. Foi o que disse o Santo Padre na celebração da Eucaristia – centro e ápice da vida cristã –, ponto alto de sua visita pastoral a Veneza, este domingo, 28 de abril, numa Praça São Marcos repleta de fiéis e peregrinos, cerca de 10.500, de Veneza e das dioceses do Vêneto, norte da Itália.


Visita pastoral do papa Francisco a Veneza- celebração da Santa Missa na praça São Marcos 
(Vatican media)


Somente aquele que permanece unido a Jesus dá frutos. Em sua homilia, Francisco deteve-se sobre o Evangelho deste V Domingo do Tempo Pascal, que nos traz a parábola da videira.



Visita pastoral do papa Francisco a Veneza- celebração da Santa Missa na praça São Marcos
(Vatican media)

Eu sou a videira e vós sois os ramos

Jesus é a videira, nós somos os ramos. E Deus, o Pai misericordioso e bom, como um agricultor paciente, trabalha conosco com cuidado para que nossa vida seja repleta de frutos. É por isso que Jesus recomenda que conservemos a dádiva inestimável que é o vínculo com Ele, do qual dependem nossa vida e fecundidade.


Assim, a metáfora da videira, ao mesmo tempo em que expressa o cuidado amoroso de Deus por nós, por outro lado nos adverte, pois se rompermos esse vínculo com o Senhor, não poderemos gerar frutos de boa vida e nós mesmos corremos o risco de nos tornarmos ramos secos, que serão jogados fora.


Tendo como pano de fundo a imagem usada por Jesus, continuou o Pontífice, penso também na longa história que liga Veneza ao trabalho das videiras e à produção de vinho, no cuidado de tantos viticultores e nos numerosos vinhedos que surgiram nas ilhas da Lagoa e nos jardins entre as calas da cidade, e naqueles que engajaram os monges na produção de vinho para suas comunidades.


Isso é o que conta, permanecer no Senhor, habitar n’Ele

Mas a metáfora que saiu do coração de Jesus também pode ser lida ao pensarmos nessa cidade construída sobre a água e reconhecida por essa singularidade como um dos lugares mais evocativos do mundo. Veneza é uma só com as águas sobre as quais está situada e, sem o cuidado e a proteção desse ambiente natural, poderia até deixar de existir. Assim também é nossa vida: nós também, imersos para sempre nas fontes do amor de Deus, fomos regenerados no Batismo, renascemos para uma nova vida pela água e pelo Espírito Santo e fomos inseridos em Cristo como ramos na videira. Em nós flui a seiva desse amor, sem o qual nos tornamos ramos secos que não dão frutos.


Francisco deteve-se sobre uma das palavras-chave dadas por Jesus aos seus apóstolos antes de concluir sua missão terrena: trata-se da palavra “permanecei”, exortando os apóstolos a manter vivo o vínculo com Ele, a permanecer unidos a Ele como os ramos à videira.


Irmãos e irmãs, isso é o que conta: permanecer no Senhor, habitar n’Ele. E esse verbo - permanecer - não deve ser interpretado como algo estático, como se quisesse nos dizer para ficarmos parados, estacionados na passividade; na realidade, ele nos convida a nos colocarmos em movimento, porque permanecer no Senhor significa crescer no relacionamento com Ele, dialogar com Ele, acolher sua Palavra, segui-lo no caminho para o Reino de Deus. Portanto, trata-se colocar-nos a caminho atrás d’Ele, de nos deixarmos provocar por seu Evangelho e de nos tornarmos testemunhas de seu amor.


Produzir os frutos do Evangelho em nossa realidade

E nós, cristãos, disse Francisco, que somos ramos unidos à videira, a videira do Deus que cuida da humanidade e criou o mundo como um jardim para que possamos florescer nele e fazê-lo florescer, como respondemos?

Permanecendo unidos a Cristo, seremos capazes de produzir os frutos do Evangelho na realidade em que vivemos: frutos de justiça e paz, frutos de solidariedade e cuidado mútuo; escolhas de cuidado com o meio ambiente, mas também com o patrimônio humano: precisamos que nossas comunidades cristãs, nossos bairros, nossas cidades se tornem lugares hospitaleiros, acolhedores e inclusivos. E Veneza, que sempre foi um lugar de encontro e de intercâmbio cultural, é chamada a ser um sinal de beleza acessível a todos, a começar pelos últimos, um sinal de fraternidade e de cuidado com a nossa casa comum. Veneza, terra que faz irmãos. Obrigado!

Concluída a celebração eucarística - último compromisso da visita pastoral do Papa a Veneza -, Francisco visitou de forma privada a Basílica de São Marcos para venerar as relíquias do Santo Evangelista, detendo-se por um breve momento em oração.


Última atualização às 12h36



 
Visita pastoral do papa Francisco a Veneza- celebração da Santa Missa na praça São Marcos (Vatican media)


Relicário de Santa Teresinha chega a Curitiba em tarde de fé



Chegada das relíquias de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face na Igreja Carmelo Nossa Senhora de Assunção e São José, no bairro Guabirotuba. - Curitiba, 25/03/2024 -
Foto: Daniel Castellano / SMCS


@SMCS

O prefeito Rafael Greca recebeu, nesta segunda-feira (25/3), as relíquias de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, que chegaram à cidade. A acolhida do relicário foi realizada na Igreja Carmelo Nossa Senhora de Assunção e São José, no bairro Guabirotuba.

Sob uma chuva de pétalas de rosas, em homenagem à santa, o prefeito disse, emocionado, que desde menino é devoto.


"Sou filho de Teresinha e devoto de Teresinha. Fiz questão de estar aqui pessoalmente para agradecer esta grande graça que é a chegada do relicário", afirmou o prefeito, em frente à igreja.

Com o prefeito estavam os freis Everton Machado, Anderson Fontes Dias, Alceu Filipin, José Natal Paljkoski, Rafael Rodrigues e Gentil Minatti, além da presidente da Fundação Cultural, Ana Castro, do comandante da Guarda Municipal, Carlos Celso dos Santos Junior, do controlador do Município, Daniel Falcão Ribeiro, e da assessora de gabinete Silvana Aichinger, representando o vice-prefeito e secretário estadual das Cidades, Eduardo Pimentel. A Banda Lyra também esteve presente.

O relicário, uma urna com alguns ossos do corpo da santa, veio da Basílica de Santa Teresa de Lisieux, na França, e está percorrendo cidades brasileiras desde o início de fevereiro até o mês de outubro. Ele é destinado, desde 1994, a peregrinar pelo mundo.

A chegada ao Brasil foi um pedido da Ordem dos Freis Carmelitas Descalços no Brasil. Em Curitiba, os fiéis poderão ver o relicário e participar das celebrações em igrejas da cidade.

A devota Patrícia Nardelli contou que até filha dela de 7 anos já fez novena para a santa, e ganhou uma rosa.


"Muito linda esta recepção, as rosas, os fiéis. Sou moradora de Curitiba e não quis perder esta oportunidade", contou Patrícia.
Canonização

Santa Teresa de Lisieux, nascida Marie-Françoise-Thérèse Martin em 2 de janeiro de 1873, em Alençon, na França, faleceu no dia 30 de setembro de 1897, em Lisieux, com apenas 24 anos de idade.

Ela entrou no Convento das Carmelitas em Lisieux aos 15 anos e viveu uma vida de humildade e amor a Deus. Devota do Menino Jesus e da Sagrada Face de Cristo, procurou em tudo se assemelhar a Jesus, a quem se referia como "Meu Bem-Amado" ou "Meu Pequeno Rei".

Foi canonizada em 1925 pelo Papa Pio XI. No ano de 1927 foi declarada "patrona universal das missões católicas"; e em 1997, pelo papa João Paulo II, foi proclamada Doutora da Igreja, graças à atualidade do seu testemunho de fé e a atração que seus escritos e espiritualidade exerceram na vida de inúmeros fiéis, mostrando que a vivência do Evangelho é possível a todos.


Locais por onde vão passar as relíquias de Santa Teresinha

Das 17h de segunda-feira (25/3) até 16h de terça-feira (26/3)
Carmelo Nossa Senhora da Assunção e São José
Rua Dr. Joaquim Ignácio Silveira da Motta, 540 – Guabirotuba
Missas: segunda, dia 25, às 18h; terça, dia, 26, às 7h, 12h e 15h
Carreata: terça, dia 26, 16h

Das 17h de terça-feira (26/3) até 16h de quarta-feira (27/3)
Santuário Santa Teresinha do Menino Jesus
Avenida Visconde de Guarapuava, 4.787 – Batel
Missas: terça, dia 26, 17h30; quarta, dia 27, 7h30 e 15h
Carreata: quarta, dia 27, 16h

Das 17h de quarta-feira (27/3) até 6h de quinta-feira (28/3)
Comunidade Santa Teresinha da Paróquia Profeta Elias
Rua Mandirituba, 1.951 – Sítio Cercado
Missa: quarta, dia 27, 20h
Carreata: quinta, dia 28, 6h

Das 6h45 de quinta-feira (28/3) até 9h de quinta-feira (28/3)
Santuário Nossa Senhora de Guadalupe
Praça Senador Coreia, 128 – Centro
Missa: quinta, dia 28, 7h30
Carreata: quinta, dia 28, 9h

Das 10h de quinta-feira (28/3) até 16h de quinta-feira (28/3)
Paróquia Profeta Elias
Rua Nova Aurora, 1.340 - Sítio Cercado
Carreata: quinta, dia 28, 16h

Das 17h de quinta-feira (28/3) até domingo (31/3)
Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora das Vitórias
Rua Coronel Luiz José dos Santos, 2.515 – Boqueirão
Missas: quinta, dia 28, 20h; sábado, dia 30, 20h; e domingo, dia 31, 8h, 10h e 19h

    Desafios e oportunidades para parlamentares cristãos no Brasil

    Parlamentares cristãos do mundo todo reunidos em Porto Alegre.


    No atual cenário político global, parlamentares cristãos enfrentam uma interseção desafiadora entre suas convicções religiosas e a complexidade das demandas sociais e políticas. No Brasil e em diversos países, a busca por equilíbrio entre princípios cristãos e a diversidade de opiniões na esfera legislativa torna-se cada vez mais crucial. Para entender como se sair sobre nesse mundo em transformação, a Senadora Brasileira, Damares Alves, irá subir ao palco em uma das palestras do UNR Global Conference, em Porto Alegre. O debate “Cenários e desafios para parlamentares cristãos no Brasil e no mundo” vai acontecer no dia 24 de novembro, na sala Dante Barone, na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. 


    De acordo com a Senadora, se deve manter uma o respeito com todas as opiniões nesse cenário, concordando ou não “É importante manter um diálogo aberto e respeitoso em meio a diversidade de opiniões. Neste contexto desafiador, é fundamental para legisladores cristãos conciliarem suas convicções com a promoção de políticas inclusivas que atendam as necessidades de toda a sociedade. O respeito à liberdade religiosa e a busca por soluções justas são os alicerces para a construção de um futuro onde valores éticos e princípios cristãos coexistam harmoniosamente com a pluralidade do nosso mundo em constante transformação.” declarou.


    A “UNR Global Conference”, evento onde o debate será realizado, é uma conferência global, organizada pela entidade argentina Parlamento & Fé. Acontece anualmente e, na edição de 2023, Porto Alegre foi a cidade escolhida para sediar a conferência. O evento vai acontecer nos dias 23, 24 e 25 de novembro, na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. 

    O Papa no Cemitério de Guerra de Roma: "Chega de guerras, elas destroem a vida"



    Francisco celebrou a missa de Comemoração de todos os Fiéis Defuntos no Cemitério de Guerra de Roma, entre os túmulos dos que morreram na guerra. Cerca de 300 pessoas estiveram presentes. O Papa recordou a tenra idade dos caídos e expressou sua tristeza: "Tantos mortos inocentes, tantas vidas ceifadas, as guerras são sempre uma derrota. Não há vitória total". Ele exortou a pedir a Deus o dom da paz.


    Salvatore Cernuzio – Vatican News


    Hoje, pensando nos mortos, pedimos ao Senhor a paz para que as pessoas não se matem mais nas guerras. Muitos inocentes mortos, muitos soldados que ali perdem a vida. Isso porque as guerras são sempre uma derrota. Sempre.


    Francisco levou um buquê de flores brancas, depois uniu as mãos em oração e apoiou o queixo nelas, enquanto, sentado numa cadeira de rodas, se dirigiu rumo ao gramado onde estão as 426 lápides do Cemitério de Guerra de Roma, cemitério que preserva os restos mortais dos militares da Comunidade dos caídos. Este espaço verde criado pelo arquiteto Louis de Soissons após a II Guerra Mundial localizado no bairro Testaccio de Roma, pouco conhecido aos romanos, mas bem visível, Francisco escolheu este ano para celebrar a missa de 2 de novembro, na Comemoração de todos os Fiéis Defuntos.



    O Papa no Cemitério de Guerra de Roma

    As guerras, sempre uma derrota

    Uma tradição realizada várias vezes nesses mais de dez anos de pontificado, com celebrações no Cemitério Laurentino, no Cemitério Militar Francês, no Verano, no Prima Porta e no Cemitério Americano em Nettuno. Lugares de memória, de história, de dor que, nestes tempos dilacerados por conflitos, lembram à humanidade qual é a principal consequência da guerra: a morte. De todos, dos vencedores e dos vencidos. "Sem consciência".


    "As guerras são sempre uma derrota. Sempre...", disse o Papa na breve homilia, proferida espontaneamente, repetindo o que já tinha dito nos últimos Angelus desde a eclosão da violência no Oriente Médio.


    Muitos jovens e idosos na guerra do mundo, até mesmo perto de nós na Europa. Quantas mortes! Destrói-se a vida, sem consciência disso. Não há vitória total, não. Sim, um vence o outro, mas por trás disso está a derrota do preço pago.



    Francisco na entrada do Cemitério de Guerra de Roma

    Vidas ceifadas

    O Pontífice chegou ao Cemitério de Guerra de Roma quase meia hora mais cedo. Primeiro ele cumprimentou, na entrada, o grupo de fiéis que já estava ali há algumas horas, apesar da chuva torrencial da manhã. Depois, sob o mausoléu, apertou a mão dos funcionários da Comissão de Túmulos de Guerra da Comunidade (Cwgc), que cuida da manutenção e gestão do cemitério. Em seguida, o habitual passeio entre os túmulos dos caídos em guerra. Francisco olhava, tentando ler os nomes escritos no mármore. Nomes de diferentes nacionalidades, incluindo militares, soldados e até alguns aviadores que morreram como prisioneiros de guerra em Roma. Nomes ladeados pelo brasão da entidade militar à qual pertenciam, por alguns lemas e sobretudo pelas datas que indicam a idade, ainda que muito jovem, dos falecidos.


    Olhei a idade desses caídos, a maioria entre 20 e 30 anos. Vidas ceifadas. E pensei nos pais, nas mães que recebem aquela carta: Senhora, tenho a honra de lhe dizer que tem um filho herói. Sim, herói, mas tiraram ele de mim. Tantas lágrimas nestas vidas interrompidas.



    O Papa entre as lápide
    s

    Cerca de 300 pessoas presentes sob sol e chuva

    Entretanto, das Muralhas Aurelianas que fazem fronteira com o cemitério, um rápido raio de sol estende-se por alguns momentos e abre caminho através das nuvens cinzentas. A chuva voltou a cair forte assim que terminou a homilia e espalhou o cheiro de grama molhada. A terra faz afundar as cadeiras colocadas em frente ao altar, montado sob uma tenda branca exatamente em frente à Pedra da Memória, ou seja, uma grande cruz de pedra.


    Cerca de 300 pessoas estiveram presentes, entre sacerdotes, familiares, idosos, militares, autoridades, incluindo o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri. Eles abrem os guarda-chuvas e vestem as capas. Não aplaudem a chegada do Papa, nem comentam nem dizem nenhuma palavra. Mantêm o silêncio que permeia toda a celebração, interrompido apenas pelo choro de uma menina e pelo barulho de uma furadeira nas obras das estradas ali próximas.


    Memória e esperança

    Esta celebração, disse o Papa no início de sua reflexão, "nos traz dois pensamentos: memória e esperança". A "memória daqueles que nos precederam, que fizeram suas vidas, que terminaram suas vidas". Memória de "tantas pessoas que nos fizeram bem, familiares, amigos, memória também daqueles que não fizeram tanto bem, mas que na misericórdia de Deus foram acolhidos, a grande misericórdia do Senhor".


    Depois a esperança, repetiu o Papa: “Esta é uma memória para olhar em frente, para olhar o nosso caminho, a nossa estrada”.


    Caminhamos para um encontro com o Senhor. Devemos pedir a graça da esperança... A esperança de todos os dias que nos leva adiante, nos ajuda a resolver os problemas.


    Pedir a Deus a paz

    Francisco olhou para os acontecimentos atuais, para este mundo ferido pelas guerras. Como no passado, ele dirigiu o seu pensamento às famílias de quem morre no campo de batalha. “Tantas lágrimas nestas vidas interrompidas”, repetiu. Depois exortou os presentes a invocar a paz de Deus e a rezar pelos “nossos defuntos”, de hoje e de ontem, “por todos”.


    Que o Senhor receba a todos. E que o Senhor também tenha piedade de nós e nos dê esperança para seguir em frente e encontrá-los todos juntos quando Ele nos chamar. Que assim seja.


    No final da liturgia marcada por cantos e orações, pelo sol e pela chuva, ouve a oração do Descanso Eterno. Depois, acompanhado de aplausos e gritos de “Viva o Papa” por trás dos portões, Francisco lentamente se dirigiu em direção à saída, com a cabeça voltada para baixo. Deu um último olhar nas lápides de mármore que contêm uma vida inteira. Uma vida "ceifada".


    100 anos de Turquia: como caiu o Império Otomano, a superpotência que queria ser universal




    A Turquia completa 100 anos em 29 de outubro


    “Viva a República! Vida longa a Mustafa Kemal Pasha!", gritaram os legisladores turcos em 29 de outubro de 1923, depois de proclamarem um novo modelo de governo e empossar Kemal Atatürk como primeiro presidente do país que acabava de nascer.


    Enquanto muitos comemoravam, outros ainda lamentavam a queda do Império Otomano, uma das maiores superpotências que a humanidade já conheceu.


    Neste domingo (29/10), completam-se 100 anos desde o nascimento da Turquia e pouco mais de um século desde a queda definitiva do Império.


    O golpe final foi desferido em novembro de 1922, quando a Grande Assembleia Nacional aboliu o cargo de sultão, encerrando aproximadamente 600 anos de história da dinastia Osmanli, a família que liderou o império desde sua fundação, em 1299, até a sua dissolução.


    A queda da superpotência, que rivalizou com os países mais poderosos do mundo durante vários períodos da história, foi uma tragédia para os turcos.


    O Estado otomano se expandiu por três continentes, governando o que hoje é a Bulgária, o Egito, a Grécia, a Hungria, a Jordânia, o Líbano, Israel, os territórios palestinos, a Macedônia, a Romênia, a Síria, partes da Arábia Saudita e a costa norte de África.


    Muitos outros países como a Albânia, Chipre, Iraque, Sérvia, Qatar e Iêmen também eram parcial ou totalmente otomanos.


    Em muitas destas nações, no entanto, o legado imperial é tão controverso que alguns preferem esquecê-lo. Em outras, como a Turquia, ele é recordado com nostalgia e como uma época dourada que gera orgulho.

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    A dinastia Osmanli (ou Casa de Osman) começou com uma oportunidade aproveitada por Osman I, então líder do império Seljuk.


    Ao notar a fraqueza de seu império e do vizinho Bizantino, Osman decidiu fundar seu emirado em 1299 na Anatólia, o território hoje conhecido como Turquia.


    Ele se tornava assim o fundador e primeiro sultão de um Estado turco que logo começaria a se expandir até cobrir mais de 5 milhões de km2.


    Os descendentes de Osman, cujo nome às vezes é escrito Ottman ou Othman e de onde veio o termo "Otomano", governaram a poderosa nação durante seis séculos.


    A queda de Constantinopla

    Olivier Bouquet, professor de História Otomana e do Oriente Médio na Universidade Paris Diderot, destaca que, em 1299, foi fundado apenas um “Estado Turco”.


    O Império de fato começaria a tomar forma com a queda de Constantinopla, em 1453.


    Com uma entrada simbólica em Constantinopla, montado em um cavalo branco, o sultão Mehmed II pôs fim a mil anos de Império Bizantino e posteriormente ordenou o assassinato de grande parte da população local, forçando o resto ao exílio.


    Ele logo repovoou a cidade trazendo pessoas de outras partes do território otomano.


    Mehmed II também renomeou Constantinopla para Istambul, a "cidade do Islã", e começou a reconstruí-la.


    Assim, a cidade se tornou não só a capital política e militar do império, mas também, devido à sua posição no cruzamento entre Europa, África e Ásia, um importante centro comercial mundial.


    A força econômica que o império ganharia deveu-se em grande parte à política de Mehmed II de incentivar o aumento da quantidade de comerciantes e artesãos no seu estado.


    Ele encorajou muitos comerciantes a se mudarem para Istambul e estabelecerem negócios lá. Os governantes posteriores continuaram esta política.


    Receita do sucesso

    Além do fato de o poder máximo ter sido transferido para apenas uma pessoa, evitando rivalidades, Bouquet explica que o império teve sucesso por outros motivos, sendo um dos principais o seu caráter de Estado fiscal-militar.



    O chefe turco Osman (1258-1324), considerado o fundador do Império Otomano. Getty imagens 


    “Era um Estado em que a extração de recursos da riqueza fiscal estava ligada à conquista militar, que tinha o objetivo de adquirir mais riqueza e fazer entrar mais impostos de forma centralizada”, disse o especialista à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC.


    Outro elemento propulsor do império, segundo o historiador, foi o seu poderio militar.


    Os ataques do exército otomano foram rápidos e contaram com forças especializadas, como o famoso corpo de elite dos janízaros, ou janíçaros, que protegiam o sultão, e os sipaios, uma temida tropa de cavalaria de elite que em tempos de paz era responsável pela cobrança de impostos.


    Também desempenharam papel importante a burocracia altamente centralizada do império, que lhe permitiu organizar a distribuição das suas riquezas, o fato do império ser inspirado e unido pelo islamismo, e de toda a sociedade ter o mesmo governante como referência.


    “Era em tese uma sociedade que permitia outras religiões e, em teoria, não havia conversão forçada (ao Islã). Mas na verdade houve. Houve uma política de islamização em certos territórios”, diz Bouquet.


    Os otomanos também se destacaram por seu pragmatismo: pegaram as melhores ideias de outras culturas e tornaram-as suas também.


    Solimão, o Magnífico

    Um dos sultões mais conhecidos do império foi Solimão, o Magnífico, que reinou entre 1520 e 1566 e fez com que o seu Estado chegasse aos Balcãs e à Hungria, chegando às portas da cidade romana de Viena.



    Solimão, o Magnífico. GETTY IMAGENS 

    Embora no Ocidente ele seja lembrado como “o Magnífico” e no Oriente como “o Legislador”, Suleiman tinha outros títulos tão exagerados quanto surpreendentes.


    Estes incluem "o deputado de Allah na Terra", "Senhor dos Senhores deste mundo", "Dono dos pescoços dos homens", "Refúgio de todas as pessoas em todo o mundo", entre muitos outros que denotam a sua importância.


    Um dos seus apelidos mais polêmicos era "Imperador do Oriente e do Ocidente", algo visto por historiadores como um desafio direto à autoridade de Roma que, naquela época, havia sido superada pela autoridade otomana.


    Embora o império atingisse sua extensão territorial máxima mais tarde, o período de Solimão, o Magnífico, é considerado no Ocidente como uma era de ouro para os otomanos, quando aconteceram muitas campanhas militares bem-sucedidas.


    O império que queria ser universal

    O nome “Imperador do Oriente e do Ocidente” também deixa claro que o Império Otomano se via e se considerava como único, sem nenhum igual ou semelhante.


    “Aos olhos dos sultões otomanos, não havia outro imperador além do sultão otomano”, explica o historiador Olivier Bouquet.



    Sultão Mahmud II saindo da Mesquita Bayezid, Constantinopla, em 1837. HERITAGE IMAGES

    Segundo ele, a ideia de um império universal vem da herança bizantina e do Islã.


    “Eles queriam conquistar todos os territórios onde viviam homens e mulheres”, diz o professor. "Todos os países localizados fora dos 'territórios do Islã' (Dar al-Islam) tinham uma vocação para ser conquistados."


    Isso explica a longa duração do Império Otomano: seu exército não tinha limites na conquista de territórios, que avançou durante séculos.


    “E o império começou a enfraquecer no momento em que as conquistas ficaram mais difíceis ou param”, acrescenta Bouquet.


    O começo do fim

    Um dos primeiros episódios a enfraquecer a superpotência em que se transformara o Estado Otomano foi a sua derrota na Batalha de Lepanto, em 1571.


    O império enfrentara a Liga Santa, uma coligação militar composta por Estados Católicos e liderada pela monarquia espanhola e um grupo de territórios onde hoje está a Itália.


    Esta é descrita como uma das batalhas mais sangrentas que a humanidade viu desde a antiguidade e pôs fim à expansão militar otomana no Mediterrâneo.

    A derrota na Batalha de Lepanto em 1571 foi um golpe devastador para o Império Otomano. Getty imagens 

    A partir daí terminava a sorte do império, dando espaço a um longo e progressivo declínio.


    Vários erros de cálculo somados à instabilidade política e econômica de Istambul no início do século XX acabaram desmoronando um império cujo brilho já estava manchado.


    O primeiro foi a Primeira Guerra dos Balcãs (1912-1913), na qual enfrentou a Liga Balcânica (Bulgária, Grécia, Montenegro e Sérvia), que, apoiada pela Rússia, tentava expulsar os otomanos de suas terras.


    Militarmente inferior, o Império Otomano perdeu a guerra e com ela todos os seus territórios na Europa, com exceção de Constantinopla e arredores.


    Historiadores recordam esta derrota como um ponto de virada e um episódio "humilhante" para os otomanos.


    O golpe final

    Os territórios otomanos restantes atravessavam um mau momento econômico, devido ao desenvolvimento de outras rotas comerciais, à crescente rivalidade comercial com a América e a Ásia, e ao aumento do desemprego.


    Eles também enfrentavam as ambições expansionistas de potências europeias como a Grã-Bretanha e a França.


    Além disso, as tensões entre diferentes grupos religiosos e étnicos aumentaram. Armênios, curdos e gregos, entre outros povos, sentiam-se cada vez mais oprimidos pelos turcos.


    Com todos esses problemas, Istambul embarcou em uma nova guerra contra uma poderosa aliança liderada pela França, o Império Britânico, os Estados Unidos e a Rússia.


    A vitória dos Aliados no Oriente Médio durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) foi um dos gatilhos para a desintegração do Império Otomano, que já estava com os dias contados.


    Depois disso, foram criados o mandato francês na Síria e os mandatos britânicos no Iraque e na Palestina, todos sob a supervisão da Liga das Nações (órgão que precedeu a ONU).


    Os otomanos não sabiam que em 1917, no meio da guerra, a França e a Grã-Bretanha já tinham concordado secretamente em dividir seus territórios pelo tratado Sykes-Picot.


    Nesse mesmo ano, também foi assinada a Declaração Balfour, documento no qual o governo britânico prometia ao povo judeu um “lar” na região da Palestina, que também fazia parte do império.


    Nasce um país: Turquia

    Oficialmente, o império deixou de existir em 1º de novembro de 1922, quando o cargo de sultão foi abolido.


    Um ano depois nasceu a República da Turquia.


    Depois de liderar uma revolução republicana, Mustafa Kemal Atatürk, considerado "o pai da Turquia moderna", tornou-se seu primeiro presidente.


    O último sultão do Império Otomano, Mehmed VI, temia ser morto pelos revolucionários e teve de ser retirado de Istambul por agentes britânicos.


    Ele acabou exilado na Itália de Benito Mussolini, no balneário de San Remo, mesmo local onde havia sido acertada a divisão de seu império.


    Lá ele morreu quatro anos depois, tão pobre que as autoridades italianas confiscaram seu caixão até que as dívidas com comerciantes locais fossem pagas.



    Mustafa Kemal Atatürk governou a Turquia desde a sua criação, por 15 anos
    . Getty imagens 

    A república que nascia deixou para trás suas aspirações imperiais e se baseou no Kemalismo, uma ideologia implementada por Atatürk que tinha como valores o republicanismo, o populismo, o nacionalismo, o secularismo, o estatismo e o reformismo.


    Muitos historiadores afirmam que o secularismo da Turquia moderna é um “grande” legado do Império Otomano.


    Neo-otomanismo

    Por outro lado, o califado Otomano continuou brevemente como instituição na Turquia, embora com autoridade bastante reduzida, até que também foi abolido em 3 de março de 1924.


    Atualmente, a visão de que a derrota dos otomanos na Primeira Guerra Mundial pôs fim ao seu império é contestada por alguns, que afirmam que a sua queda é culpa do Ocidente.


    “A ideia da responsabilidade ocidental (na queda do império) foi assumida durante vários anos pelo regime de Ancara e pelo atual presidente da República Turca (Recep Tayyip Erdogan)”, afirma o historiador Olivier Bouquet.



    Recep Tayyip Erdogan. GETTY IMAGENS 

    Nos últimos anos, o sentimento de nostalgia que alguns na Turquia sentem pela era otomana alimentou o ressurgimento do chamado neo-otomanismo.


    Trata-se de uma ideologia política islâmica e imperialista que, no seu sentido mais literal, defende a honra do passado otomano da Turquia e o aumento da influência turca nas regiões que estiveram sob domínio otomano.


    Durante muitas décadas, os líderes da Turquia moderna se esforçaram para se distanciar do legado imperial e do Islã com a intenção de projetar uma face mais “ocidental” e “secular”.


    Mas desde sua ascensão ao poder, Erdogan não esconde sua nostalgia pelo passado otomano do seu país e sua herança islâmica.


    Prova disso foi a controversa conversão em 2020 da Hagia Sophia – que Atatürk transformou em um dos museus mais emblemáticos de Istambul – em uma mesquita.


    Da mesma forma, Erdogan demonstrou repetidamente sua admiração por Selim I, um sultão que liderou uma das maiores expansões do Império Otomano.


    Depois de vencer um referendo constitucional em 2017, que expandiu enormemente seus poderes presidenciais, Erdogan fez sua primeira aparição pública no túmulo do antigo sultão otomano.


    E, mais recentemente, decidiu dar seu nome a uma das pontes construídas sobre o famoso estreito de Istambul, no Bósforo.


    “O Império Otomano desapareceu, mas há um neo-otomanismo que se desenvolveu (…) Há muito mais referências ao Império Otomano hoje do que havia no final do século XX”, conclui Bouquet.


    》Publicado originalmente por BBC NEWS MUNDO em https://www.bbc.com/portuguese/articles/c2l3exw1wj1o.amp




    Sínodo: expectativa e preparação de participantes brasileiros



    Foto de arquivo: uma sessão do Sínodo dos Bispos (Vatican Media)

    Próximo à abertura do Sínodo, brasileiros falam sobre expectativa para a Assembleia, que terá início no dia 4 de outubro, no Vaticano. Do Brasil, um total de 12 participantes, incluindo mulheres, padres, bispos e arcebispos participam da etapa universal do Sínodo sobre a sinodalidade


    Aidil Brites – Vatican News

    Ao aproximar-se da abertura do Sínodo dos Bispos, no Vaticano — a ser realizado entre 4 quatro e 29 de outubro —, as expectativas aumentam, sobretudo a dos brasileiros que deixaram o país para participarem da primeira sessão da Assembleia Geral. A lista inclui duas leigas, três padres, sete representantes do episcopado, sendo três deles cardeais.


    O Papa Francisco iniciou o caminho sinodal em outubro de 2021, com duração de três anos. O itinerário, que contempla escuta, discernimento, consulta, foi estruturado em três fases: a diocesana (uma ampla consulta a partir das Igrejas locais), a continental (com realização de Conselhos Episcopais por continente, que resultou no envio das sínteses que serviram de base para a elaboração do Instrumentum Laboris) e a universal (com bispos, religiosos e leigos, reunidos em Roma para refletir realidades da Igreja no mundo), com duas sessões, a primeira, este mês de outubro, e a segunda, em 2024.

    “À medida que se aproxima a Assembleia Sinodal, crescem os sentimentos de louvor a Deus, de gratidão e de esperança. Louvor a Deus pelo caminho percorrido até aqui. Gratidão ao querido Papa Francisco e a todos os que têm se dedicado tanto para a realização do sínodo”, afirmou dom Sérgio da Rocha, cardeal arcebispo de Salvador e membro do Conselho da Secretaria do Sínodo dos Bispos. “Tenho visto a dedicação incansável dos irmãos e irmãs que estão trabalhando na realização do Sínodo, prestando esse serviço tão bonito à Igreja com tanta generosidade”, exclamou.

    O cardeal ainda falou da esperança, entre os sentimentos que ele leva para a Assembleia Sinodal. “Esperança nos frutos do Sínodo na vida da Igreja. Esperança que vem da certeza da presença do Espírito Santo nos conduzindo no discernimento dos passos a serem dados. Esperança de ver crescer, fortalecer na Igreja a comunhão, a participação e a missão, passos que temos procurado dar no caminho sinodal, unidos ao Papa Francisco”, afirmou.

    Ao falar das suas expectativas para a participação no Sínodo, o bispo da Diocese de Camaçari, na Bahia, dom Dirceu de Oliveira Medeiros, considera um privilégio e uma grande responsabilidade ter sido eleito como um dos representantes do Episcopado brasileiro na Assembleia. “Participar de um Sínodo dos bispos é, antes de tudo, contemplar a grande riqueza da Igreja. Pensemos aí na multiplicidade das línguas, das culturas e todos unidos, então, sob Pedro, em uma só fé, em comunhão com o Papa”, disse ele.

    O bispo entende que para participar de um Sínodo é necessário se colocar em uma atitude do Espírito Santo e acredita que esse é o caminho apontado pelo Sumo Pontífice. “Quando ele nos convida, por exemplo, a iniciar a primeira sessão do Sínodo, com uma vigília de oração, quando ele, por exemplo, acrescenta um retiro espiritual em preparação para as atividades, os trabalhos, ele está claramente sinalizando para nós o aspecto pneumatológico e espiritual do Sínodo. Em outras palavras, está dizendo então para nós que o Espírito de Deus, que vem em socorro da nossa fraqueza, é o grande protagonista nesse caminho sinodal”, pontuou.
    Participações inéditas


    O Sínodo sobre a sinodalidade contará com a novidade da participação de especialistas que, apesar de não terem direto a voto, auxiliarão como facilitadores aos membros da Assembleia. É o caso do padre jesuíta Miguel de Oliveira Martins Filho. “Eu vou estar lá como um servo, um servidor do Sínodo, ajudando, facilitando na metodologia da conversação espiritual ou do diálogo no espírito”, explicou.

    Padre Miguel revela que ficou feliz com a ampliação dos convidados para o Sínodo que, além dos bispos, terá a participação de religiosos e leigos. “A minha expectativa é que a gente de fato possa escutar o que Deus está querendo de nós”, contou. “Bispos, leigos, leigas, homens, mulheres, nos mais diversos estados de vida na Igreja, que nós nos deixemos impelir pelo Espírito como batizados como homens e mulheres que queremos, de fato, responder ao que Deus quer de nós como discípulos e discípulas de Jesus. Então, para mim, essa centralidade na pessoa de Jesus é fundamental no Sínodo”, completou o padre.

    Das 42 mulheres que, pela primeira vez, comporão uma Assembleia Sinodal, duas serão brasileiras. São elas: a assessora nacional da Caritas Brasileira, Maria dos Anjos da Conceição, e a presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), Sônia Gomes de Oliveira. Ser parte de um momento histórico na Igreja é um misto de alegria e responsabilidade para Maria Cristina, mas, como revelou, a sua maior expectativa é a de poder contribuir com o Sínodo a partir desse lugar que ocupa na sociedade e na Igreja. “Eu entendo que eu participo desse Sínodo a partir dessa minha própria identidade como mulher, mulher negra, como leiga, que está nesta Igreja a partir da dimensão social e toda a evangelização”, explicou.

    A assessora da Caritas entende bem o papel de representatividade que terá durante o Sínodo e pretende levar as experiências de trabalhos vividas nos mais diversos organismos da Igreja, com a Caritas, as pastorais sociais e Comissão de Mulheres, por exemplo. “Então, todas as reflexões que a gente vai fazendo nesses espaços são reflexões que me fazem levar comigo tantos clamores que a gente escuta, compartilha a partir desses lugares”, disse.

    Ao falar sobre a expectativa para o Sínodo, Sônia destaca a responsabilidade de ser porta-voz das escutas que fez nas fases preparatórias da caminhada sinodal. “Que possamos, durante a Assembleia, ser portadores desses ecos ou fazer ecoar esses gritos que saíram aqui, essas respostas que vieram, e acho que é um pouco isso que eu carrego, de uma esperança muito grande para a Igreja do Mundo e, mais ainda, que a gente possa viver um testemunho de Jesus Cristo que dialoga, que escuta, que é presença no meio daqueles e daquelas que mais precisam”, afirmou.
    Caminhada de preparação

    Os brasileiros que estão na Assembleia já vêm de um processo de engajamento desde o início do caminho sinodal, mas à medida em que se aproxima a Assembleia, o empenho torna-se ainda maior. A presidente da CNLB contou que tem revisto todo o material que foi construído antes das escutas, além do Instrumentum Labores, materiais sobre sinodalidade e documentos da Igreja. Agora é hora de ir ao encontro e vivenciar essa experiência bonita que o Papa Francisco está nos convocando a partir da Igreja de Jesus Cristo”, esclarece Sônia.

    Assim como Sônia, o jesuíta padre Miguel tem se apropriado do documento-base para a Assembleia, mas também intensificado a oração. “Eu tenho rezado muito sobre o Sínodo, sobre esse material (Instrumentum Labores), que é muito rico”, disse. “O Instrumento Labores é uma espécie de roteiro, podemos dizer assim, com perguntas. Recolhe a reflexão feita e propõe ao Sínodo que reflita a partir dessas perguntas”, analisou.

    Além da espiritualidade, relembrar o caminho percorrido nas fases anteriores à Assembleia faz parte da preparação de dom Dirceu Medeiros. “Eu me preparo por meio da oração, da espiritualidade e, também, claro, revisitando cada etapa esse processo que se inaugurou. O Sínodo não quer ser um evento que tem dia e hora para acabar, mas quer ser um processo que se abre e que quer impregnar a Igreja inteira”, explica o bispo.

    Maria Cristina dos Anjos revela que a escuta cuidadosa é um diferencial para que possa cumprir bem a sua missão no Sínodo, pois possibilita ampliar o olhar para além da sua compreensão e da sua própria cultura. “Eu espero mesmo conseguir me colocar nesse Sínodo de corpo e alma e, de fato, vivenciar essa oportunidade, esse momento que acredito que será muito rico, muito profundo e nos colocar como pessoas que, numa diversidade imensa, buscam construir unidade, comunhão. No sentido de construir uma Igreja que possa estar aberta a todas a pessoas e não perder de vista as pessoas empobrecidas, excluídas e marginalizadas”, afirmou.

    Para o cardeal arcebispo dom Sérgio da Rocha, a preparação, marcada sobretudo pela oração e pela comunhão eclesial, faz parte desse caminho sinodal. “É o próprio Papa Francisco que tem nos convidado a rezar pelo Sínodo e a caminhar juntos. Nesses dias em que se aproxima a primeira sessão da Assembleia do Sínodo, com mais razão ainda, tenho procurado rezar e refletir, sobretudo com a ajuda do instrumento de trabalho que irá orientar os nossos trabalhos na Assembleia”, revelou. Assim como os demais participantes, ele tem convicção de que contará com a comunhão e oração dos católicos brasileiros. “Tenho insistido muito na oração de todos pelo Sínodo. Trago comigo a oração desta porção querida do povo de Deus, que está em Salvador, que está na Bahia, que está no Brasil”, concluiu o cardeal.

    Confira a lista dos participantes brasileiros na XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo

    1. Eleitos pela 60ª Assembleia Geral da CNBB

    – Dom Joel Portella Amado, bispo-auxiliar de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)

    – Dom Pedro Carlos Cipollini, bispo de Santo André (SP)

    – Cardeal Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus (AM)

    – Dom Dirceu de Oliveira Medeiros, bispo de Camaçari (BA)

    2. CELAM

    – Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB e do Celam

    3. Testemunhas do processo sinodal – participantes da Assembleia Continental

    – Maria Cristina dos Anjos da Conceição – Cáritas Brasileira

    – Sônia Gomes de Oliveira – presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB)

    4. Membro do Conselho Ordinário da Secretaria Geral do Sínodo

    – Cardeal Sergio da Rocha, arcebispo de São Salvador da Bahia (BA)

    5. Chefes de dicastérios da Cúria Romana

    – Cardeal João Braz de Aviz, prefeito do dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedade de Vida Apostólica

    6. Peritos

    – Padre Adelson Araújo dos Santos

    – Padre Agenor Brighenti

    – Padre Miguel Martin





    Lula sanciona lei que proíbe vínculo empregatício entre igrejas e religiosos

    O projeto foi aprovado em julho pelo Senado

    POR CARTACAPITAL 07.08.2023 15H59

    Foto: EVARISTO SA / AFP

    O presidente Lula sancionou a lei que estabelece a inexistência de vínculo empregatício entre entidades religiosas e seus ministros, pastores, presbíteros, bispos, freiras, padres, sacerdotes e quaisquer pessoas com atribuições semelhantes. O projeto foi aprovado em julho pelo Senado e a sanção consta da edição desta segunda-feira 7 do Diário Oficial da União.

    A redação especifica que nesses casos não se aplica o artigo 3º da CLT, a apontar que se considera empregado todo indivíduo que prestar serviços de natureza não eventual a um empregador, sob a dependência dele e mediante salário – mesmo que o religioso se dedique integralmente às atividades.

    A adesão a determinada confissão religiosa “responde a um chamado de ordem espiritual, de perceber recompensas transcendentes, e não ao desejo de ser remunerado por um serviço prestado como ocorre com o trabalho secular”, afirmaram os autores da proposta, os deputados Vinicius Carvalho (Republicanos-SP) e Roberto Alves (Republicanos-SP).Segundo eles, a aprovação do PL, além de regular a matéria de forma clara, terá o efeito de desonerar a Justiça do Trabalho de milhares de demandas.


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