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São José de Anchieta, Apóstolo do Brasil

Foi sacerdote, missionário, professor, historiador e, especialmente, evangelizador e catequista. É considerado iniciador da literatura, do teatro e da poesia brasileira.


São José de Anchieta, Apóstolo do Brasil 

Vatican News

José de Anchieta nasceu no dia 19 de março de 1534, em Tenerife, Ilha do Arquipélago das Canárias, Espanha. Era um dos doze filhos de João López de Anchieta e de Mência Diaz de Clavijo y Llarena. Foi batizado em 7 abril de 1534, na Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios, atual Catedral de San Cristóbal de La Laguna, de onde seu pai era prefeito.

José viveu com a família até aos quatorze anos de idade, quando se mudou para Coimbra, Portugal, para estudar filosofia no Real Colégio das Artes e Humanidades, anexo à Universidade de Coimbra. Ali, em 1 de maio de 1551, entrou como noviço da Companhia de Jesus. Mas, pouco tempo depois, foi acometido por uma tuberculose óssea, que lhe causou uma escoliose. Como último recurso, os médicos aconselharam-lhe a partir para o Brasil, onde o clima era mais saudável.


Missão no Brasil

Em 1553, ao chegar às terras brasileiras, José de Anchieta começou a trabalhar como catequista dos indígenas.  Além disso, desempenhou outras funções: professor, músico, enfermeiro, sapateiro, taumaturgo, construtor e conselheiro espiritual. Aprendeu a língua tupi, tornando-se verdadeiro mestre: compôs a "Arte de gramática” da língua mais falada na costa do Novo Mundo.


Em janeiro de 1554, José de Anchieta participou da inauguração do Colégio de São Paulo de Piratininga, hoje “Páteo do Collégio”, onde teve origem a cidade de São Paulo.


Em 1566, José de Anchieta foi ordenado sacerdote, em Salvador da Bahia. Após três anos, fundou o povoado de Reritiba, atual cidade Anchieta, no Espírito Santo. Em 1577, foi nomeado Provincial da Companhia de Jesus no Brasil, função que exerceu até 1585. Em 1595, retirou-se para Reritiba, onde permaneceu até à sua morte, que ocorreu em 9 de junho de 1597, aos 63 anos de idade.


Poema à Virgem

Em 1563, com o apoio dos franceses, a tribo dos Tamoios rebelou-se contra a colonização portuguesa. Padre José de Anchieta e Padre Manuel da Nóbrega, chefe da primeira Missão Jesuíta no Brasil, foram à aldeia de Iperoig - atual cidade de Ubatuba, litoral norte de São Paulo – como mediadores da revolta. Anchieta ofereceu-se como refém, enquanto Manuel da Nóbrega pôs a negociar a paz.


Durante o cativeiro, que durou cinco meses, o Jesuíta dedicou a Nossa Senhora seu mais lindo poema: o “Poema à Virgem”, cujos versos foram escritos na areia.


Canonização

A Canonização do “Apóstolo do Brasil” ocorreu 417 anos depois da sua morte, no dia 24 de abril de 2014, pelo Papa Francisco, em Roma. Em um documento dos Postuladores da Causa de Canonização, de 488 páginas, registram-se 5.350 histórias de pessoas, que alcançaram graças, por intercessão de São José de Anchieta.


Oração a São José de Anchieta

São José de Anchieta, Apóstolo do Brasil,
Poeta da Virgem Maria intercede por nós, hoje e sempre.
Dá-nos a disponibilidade de servir a Jesus,
como tu o serviste nos mais pobres e necessitados.
Protege-nos de todos os males do corpo e da alma.
E, se for vontade de Deus, alcança-nos a graça, que te pedimos.
São José de Anchieta, rogai por nós!

O Papa: "lepra da alma", uma doença que nos torna insensíveis ao amor

Francisco presidiu a missa de canonização da primeira santa argentina, Mama Antula, com milhares de fiéis vindos de seu país e também o presidente Milei. Na homilia, convidou a redescobrir "a alegria de nos doar aos outros, sem medo nem preconceito, livres de formas de religiosidade anestesiante e desinteressada da carne do irmão".


Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco presidiu a missa de canonização de Maria Antónia de San José de Paz e Figueroa, mais conhecida como Mama Antula, na Basílica de São Pedro, na manhã deste domingo, 11 de fevereiro, Dia Mundial do Enfermo.  A primeira Leitura e o Evangelho deste domingo "falam da lepra, uma doença que causa a progressiva destruição física da pessoa e que muitas vezes, infelizmente, ainda está hoje associada em certos lugares com atitudes de marginalização". "Lepra e marginalização são dois males de que Jesus quer libertar o homem que encontra no Evangelho", disse Francisco em sua homilia.


"Aquele leproso é obrigado a viver fora da cidade. Fragilizado pela doença, em vez de receber ajuda dos seus concidadãos, é abandonado a si mesmo, acabando duplamente ferido pelo afastamento e a rejeição", sublinhou o Pontífice. As pessoas mantinham distância dele, pois tinham medo de serem contagiadas e ficarem como ele. Mantinham distância também por preconceito, pois pensavam que fosse "um castigo de Deus por alguma falta que ele cometeu, e também por uma falsa religiosidade, porque pensavam que tocar um morto tornava a pessoa impura, e os leprosos eram pessoas cuja carne lhe «morria no corpo». Trata-se de uma religiosidade distorcida, que levanta barreiras e mina a piedade", disse ainda o Papa.


«Lepras da alma»

"Medo, preconceito e falsa religiosidade: aqui estão três causas de uma grande injustiça, três «lepras da alma» que fazem sofrer uma pessoa frágil, descartando-a como qualquer desperdício", disse ainda o Papa, acrescentando que "não se trata de coisas só do passado".


“Quantas pessoas sofredoras encontramos nos passeios das nossas cidades! E quantos medos, preconceitos e incoerências, mesmo entre quem acredita e se professa cristão. Esses medos continuam ferindo essas pessoas ainda mais! Também no nosso tempo há tanta marginalização, há barreiras a serem derrubadas, «lepras» a serem curadas.”


"Mas como?", perguntou Francisco, indicando como resposta dois gestos que faz Jesus: tocar e curar.


Jesus sente compaixão daquele homem, para, estende a mão e o toca.


O Senhor poderia evitar de tocar naquela pessoa; bastava «curá-la à distância». "Mas Cristo não pensa assim; o seu caminho é o do amor, que o faz aproximar de quem sofre, entrar em contato, tocar as suas feridas. A proximidade de Deus. Jesus está próximo, Deus está próximo. O nosso Deus, queridos irmãos e irmãs, não se manteve distante no céu, mas em Jesus fez-se homem para tocar a nossa pobreza. E perante a «lepra» mais grave, que é o pecado, não hesitou em morrer na cruz, fora das muralhas da cidade, rejeitado como um pecador, como um leproso, para tocar a fundo a nossa realidade humana. Um santo escreveu: «Ele se tornou leproso por nós»", sublinhou Francisco.

Veja o vídeo breve da missa

 

 O Papa convidou a tomar cuidado com a «lepra da alma».


“Uma doença que nos torna insensíveis ao amor, à compaixão, que nos destrói com as «gangrenas» do egoísmo, preconceito, indiferença e intolerância.”


"Tenhamos cuidado", advertiu ele, "também porque, como acontece na fase inicial da doença com as primeiras manchas de lepra que aparecem na pele, se não se tomar medidas imediatas, a infeção cresce e torna-se devastadora".


Deixar-se tocar por Jesus na oração e na adoração

"Diante desse risco, da possibilidade dessa doença em nossa alma, qual é a cura?", perguntou o Pontífice. A resposta se encontra no segundo gesto de Jesus: curar. "De fato, aquele seu «tocar» não indica apenas proximidade, mas é o início da cura. A proximidade é o estilo de Deus: Deus é sempre próximo, compassivo e terno. Proximidade, compaixão e ternura. Este é o estilo de Deus. Estamos abertos a isso? Pois é deixando-nos tocar por Jesus que nos curamos intimamente, no coração. Se nos deixarmos tocar por Ele na oração, na adoração, se Lhe permitirmos agir em nós através da sua Palavra e dos Sacramentos, o seu contato muda-nos realmente, cura-nos do pecado, liberta-nos de fechamentos, transforma-nos para além daquilo que podemos fazer sozinhos, com os nossos esforços", disse ainda o Papa.


“As nossas partes feridas, as do coração e da alma, as doenças da alma devem ser levadas a Jesus. É isto que faz a oração; não uma oração abstrata, feita apenas de repetição de fórmulas, mas uma oração sincera e viva, que depõe aos pés de Cristo as misérias, as fragilidades, as falsidades, e os medos.”  "Eu deixo Jesus tocar as minhas «lepras», para que me cure?", perguntou o Papa. "   Ao «toque» de Jesus", respondeu Francisco, "retorna a beleza que possuímos, a beleza que somos; a beleza de ser amados por Cristo, redescobrimos a alegria de nos doar aos outros, sem medos e sem preconceitos, livres de formas de religiosidade anestesiante e desinteressada da carne do irmão; retoma força em nós a capacidade de amar, para além de todo e qualquer cálculo e conveniência". Vive-se a cada dia a "caridade sem alarde: na família, no trabalho, na paróquia e na escola; na rua, no escritório e no mercado; a caridade que não busca publicidade nem precisa de aplausos, porque ao amor basta o amor".


"Proximidade e discrição", é o que Jesus nos pede, e "se nos deixarmos tocar por Ele, também nós, com a força do seu Espírito, poderemos tornar-nos testemunhas do amor que salva", como nos ensinou Santa Maria Antónia de San José, conhecida como «Mamã Antula».


“Ela foi uma viajante do Espírito. Percorreu milhares de quilômetros a pé, por desertos e estradas perigosas, para levar Deus. Hoje, ela é um modelo de fervor e audácia apostólica para nós. Quando os jesuítas foram expulsos, o Espírito acendeu nela uma chama missionária baseada na confiança na providência e na perseverança.”


Ela invocou a intercessão de São José e, para não cansá-lo muito, também a de São Caetano Thiène. Por essa razão, introduziu a devoção a este último, e sua primeira imagem chegou a Buenos Aires no século XVIII. Graças a Mama Antula, esse santo, intercessor da Divina Providência, entrou nas casas, nos bairros, nos meios de transporte, nas lojas, nas fábricas e nos corações, para oferecer uma vida digna por meio do trabalho, da justiça, do pão de cada dia, na mesa dos pobres. Peçamos hoje a Maria Antónia, Santa Maria Antónia de Paz de San José, para que ela nos ajude muito.


"Que o Senhor abençoe a todos nós", concluiu o Papa.

Alegria da Igreja no Uruguai pela iminente Beatificação de Dom Jacinto


Dom Jacinto Vera, primeiro Bispo de Montevidéu 


Dom Jacinteo é considerado pai dos pobres e amigo dos sacerdotes, promoveu a integração dos cristãos leigos na vida da sociedade, a educação católica e a imprensa católica.


Vatican News

Os Bispos e o povo do Uruguai expressaram imensa alegria pela aprovação, da Santa Sé, de um milagre por intercessão do primeiro Bispo de Montevidéu. Ao recordar a figura deste incansável evangelizador, os Bispos declaram: “Foi um missionário e apóstolo, na cidade e no campo. Ele percorreu, três vezes, todo o país inteiro, socorrendo os feridos de guerras civis e fomentando missões de paz. Considerado pai dos pobres e amigo dos sacerdotes, promoveu a integração dos cristãos leigos na vida da sociedade, a educação católica e a imprensa católica. Fundou o Seminário da capital para a formação de futuros sacerdotes e incentivou a vinda de numerosas Congregações religiosas ao país: Salesianos e Salesianas, Dominicanos, Vicentinos, Capuchinhos, Jesuítas…”.


Os Bispos uruguaios destacaram ainda que Dom Jacinto Vera “guiou a Igreja sul-americana, mormente nos momentos difíceis, revitalizando a vida e a graça do Evangelho entre todos, sem distinção. Ao término da sua vida terrena, o Bispo contava com uma admiração unânime da sociedade do seu tempo, até de seus adversários. Sua iminente Beatificação leva-nos a renovar o nosso ardor missionário e o desejo de servir o país e o povo uruguaio”.


Dados biográficos

Jacinto Vera nasceu em 3 de julho de 1813 em um navio, no Oceano Atlântico, durante a viagem de sua família para o Uruguai, proveniente das Ilhas Canárias. Ao chegar ao país, o jovem trabalho com a sua família na lavoura, em Maldonado e Toledo. Aos 19 anos, sentiu-se chamado para a vida sacerdotal. Por isso, foi dispensado de servir o exército. Não tendo condições de estudar no país, por falta de Institutos de religiosos, transferiu-se para Buenos Aires, Argentina, onde se formou e celebrou sua Primeira Missa em 6 de junho de 1841.


Após a Ordenação foi designado como vigário paroquial e, depois, pároco da Villa de Guadalupe, em Canelones, onde trabalhou 17 anos. Em 4 de outubro de 1859, foi nomeado Vigário Apostólico do Uruguai, recebendo a ordenação episcopal na Matriz de Montevidéu, em 16 de julho de 1865.


Ministério episcopal

Em 1870, Dom Jacinto Vera participou do Concílio Vaticano I. Em 1878, com a criação da diocese de Montevidéu, que abrangia todo o Uruguai, foi nomeado seu primeiro Bispo.


Dom Jacinto faleceu durante uma missão apostólica, em 6 de maio de 1881. Em seu funeral, o povo já o considerava Santo, que lhe dedicou um memorial fúnebre, onde descansam seus restos mortais, na Catedral de Montevidéu, inaugurado um ano após a sua morte.


A Congregação das Causas dos Santos, com a aprovação do Santo Padre, reconheceu o seu milagre da “cura de uma menina de 14 anos”, ocorrida em 8 de outubro de 1936. Após uma operação de apendicite, a menina foi acometida por uma infecção, que se agravou, não obstante os incessantes tratamentos. Um tio da enferma levou-lhe uma fotografia, com uma relíquia do Servo de Deus, pedindo que lhe fosse colocada sobre a ferida e que toda a família rezasse muito. Na mesma noite, a febre diminuiu e cessaram suas dores. Na manhã seguinte, os médicos constataram a completa cura da menina, cientificamente inexplicável.


Fonte: Agência Fides

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