- The King's Christmas Broadcast 2022
- Transmissão de Natal do Rei 2022
Texto por: RFI
Em sua primeira mensagem de Natal como rei, divulgada neste domingo (25), Charles III prestou homenagem à rainha Elizabeth II, falecida no último mês de setembro. O monarca também aproveitou a oportunidade para expressar sua solidariedade aos britânicos afetados pela crise econômica e a insatisfação social das quais o país é palco.
Da Capela de São Jorge, no Castelo de Windsor, Charles III afirmou que conta "de todo o coração" com a fé de sua mãe em Deus e na humanidade. Também demonstrou seu reconhecimento pelo apoio que recebeu após o falecimento de Elizabeth II. "Não tenho palavras para agradecer o carinho e a simpatia que demonstraram a toda a nossa família", disse, destacando o quão emotivo é o Natal para "todos aqueles que perderam os seus entes queridos".
Vestido de azul, o soberano de 74 anos também saudou o trabalho de militares, de empregados dos serviços de emergência e dos profissionais de saúde. A mensagem ocorre poucos dias depois que enfermeiros iniciaram uma greve inédita no país por melhores salários.
O rei também citou pessoas afetadas por guerras, fome ou catástrofes naturais, bem como aqueles que "procuram meios para pagar as suas contas ou alimentar e aquecer as suas famílias".
“Christmas is a particularly poignant time for all of us who have lost loved ones.”
— The Royal Family (@RoyalFamily) December 25, 2022
📺 In The King's Christmas Broadcast, His Majesty reflects on Queen Elizabeth II's faith in people and thanks those who have given their time to help others. pic.twitter.com/8RFCq6Wk0G
Tempos difíceis
O discurso do rei ocorre no final de mais um ano difícil no Reino Unido, após os períodos turbulentos do Brexit e da pandemia de Covid-19. O país, que em 2022 chegou a ter três primeiros-ministros em um período apenas dois meses, enfrenta uma recessão e uma inflação de cerca de 11%. Muitos britânicos não têm outra escolha senão recorrer aos bancos de alimentos e às instituições de caridade para atender às suas necessidades.
Por isso, em sua intervenção, previamente gravada, Charles III também saudou a atuação de organizações de caridade. Durante sua fala, foram exibidas imagens de voluntários trabalhando em banco de alimentos, bem como de funcionários do hospital e socorristas.
"Quero prestar homenagem especialmente a todas aquelas pessoas maravilhosamente gentis que tão generosamente" doam "comida", "dinheiro" ou seu "tempo", nestes tempos difíceis, sublinhou.
"Essa solidariedade sincera é a expressão mais inspiradora de amar o próximo como a si mesmo", disse ele. O monarca elogiou igrejas, sinagogas, mesquitas, templos e gurdwaras que, segundo Charles III, desempenharam um papel essencial na ajuda aos desfavorecidos.
"Seja qual for a sua fé, ou se você não tem fé, é nesta luz que dá vida e com a verdadeira humildade que reside em servir os outros que acredito que podemos encontrar esperança para o futuro", acrescentou, desejando um "Natal de paz, felicidade e luz eterna".
Nenhuma menção a Harry
Em seu discurso, Charles também lembrou que seu filho William, o herdeiro do trono, junto com sua esposa, Kate, prestaram homenagem ao "espírito comunitário" durante uma recente visita ao País de Gales. No entanto, nenhuma menção foi feita a Harry e sua mulher, Meghan.
No início deste mês, uma série documental com a participação de ambos trouxe à tona segredos da família real britânica, descrita na produção da Netflix como inflexível e pouco preocupada com o equilíbrio psicológico de seus membros. Em vários episódios Harry e Meghan não poupam a monarquia do Reino Unido de críticas, justificando sua decisão de se distanciar da instituição em 2020.
O lançamento da série, no entanto, não parece ter abalado a popularidade da realeza. A mensagem de Natal de Charles III foi acompanhada por milhões de britânicos, mantendo a tradição deste que é um grandes compromissos anuais dos soberanos do país.
Pela manhã, a família real assistiu à missa de Natal em Sandringham, no leste do país, retomando uma costume interrompido desde 2020 devido à pandemia de Covid-19. O evento teve participação do príncipe Andrew, que recentemente desembolsou milhões nos Estados Unidos para evitar um julgamento por agressões sexuais de uma menor de idade.
Charles III deve ser coroado rei em 6 de maio de 2023 na Abadia de Westminster, em uma cerimônia que promete se focar "no futuro", mas sem deixar de lado "a longa tradição e a pompa da monarquia", segundo o Palácio de Buckingham.
(Com informações da Reuters e da AFP)