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As notícias do dia | 1 Maio 2023 - Noite
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No dia 9 de fevereiro, pela primeira vez, o presidente ucraniano apareceu numa fotografia da "família europeia". Uma fotografia simbólica, que representa o início de um longo caminho ainda com muitos obstáculos. Os analistas sublinham os avanços dos últimos meses.
Benjamin Couteau, investigador do Instituto Jacques Delors, lembra que "quando a candidatura foi oficialmente reconhecida em junho passado, foram pedidas sete reformas prioritárias a implementar". Hoje, diz Couteau, "a Ucrânia não implementou tudo o que lhe foi pedido, mas encontra-se numa fase muito avançada".
A adoção de uma lei sobre os media e a vasta operação anticorrupção demonstraram a determinação do presidente ucraniano perante os líderes europeus.
Alberto Alemanno, especialista em direito da União Europeia, destaca "a aceleração política e a forte vontade por parte do Presidente Zelenskyy e do seu governo de cooperar com toda uma série de peritos internacionais que estão a promover de uma forma sem precedentes a adesão de um Estado candidato à União Europeia".
O próximo passo importante é a luz verde dos 27 para a abertura das negociações. Mas enquanto a guerra durar, muitas incertezas persistem.
Benjamin Couteau sublinha que "este processo depende, em grande parte, do resultado do conflito e que a única coisa de que podemos ter a certeza é a determinação dos ucranianos em ir o mais rapidamente possível e o mais longe possível neste processo de adesão".
22 mortos em ataque russo no Dia da Independência da Ucrânia
Subiu para 22, o número de mortos vítimas do ataque de mísseis russos a uma estação ferroviária na Ucrânia, no dia em que o país celebrava o 31° aniversário da Independência.
Para além dos mortos, há dezenas de pessoas feridas.
Quatro carruagens de comboio foram atingidas na estação de Chaplyn, uma cidade a cerca de 110 km a oeste de Donetsk.
O país receava ataques russos particularmente graves neste Dia da Independência, que também marcou o sexto mês da invasão russa e da guerra.
Nesta data de grande simbolismo, o presidente Zelenskyy deixou a seguinte mensagem aos ucranianos:
"A nossa independência não terminou e nunca terminará. E no 32º teremos o nosso Dia da Independência, e no 33º, e todos os seguintes, enquanto a Terra durar. Ucrânia para sempre. E ela só ficará mais forte a cada dia. E absolutamente todos no mundo compreendem isto, desde o Conselho de Segurança da ONU a todas as capitais, sem exceção".
A guerra não possibilitou grandes comemorações ou reuniões públicas, mas os heróis não foram esquecidos. Vlodymyr Zelenskyy aproveitou a data para homenagear os soldados ucranianos pelo seu serviço à nação.Algumas medalhas foram atribuídas a título póstumo, e recebidas por membros das famílias de soldados caídos em combate.
Na sua conta Twitter, o presidente da Ucrânia publicou várias mensagens neste dia 24 de agosto, entre as quais esta que lembra e exalta a história do país:
The history of Ukraine's independence is quite dramatic and inspiring. Ukrainian nation was fighting for centuries and continues to do so since Feb 24. Devotion, bravery, freedom. Our land - our independence. Brief historic update by @United24media: https://t.co/l66r5QYI6B. pic.twitter.com/W68zn4wvtB
— Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) August 24, 2022
Ucrânia reforça apoios de líderes mundiais em fórum para a Crimeia
Líderes mundiais juntaram-se para discutir a anexaçáo da Crimeia pela Federação Russa.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, discursou na Cimeira da Plataforma da Crimeia, esta terça-feira, e prometeu fazer todo o possível para reconquistar a península da Crimeia, anexada pela Rússia há sete anos, e pediu aos aliados internacionais que o apoiem.
"Começou com a Crimeia e com a Crimeia vai acabar. É verdade, e acredito 100%, que para vencer o terror, devolver garantias e segurança à nossa região, à Europa, ao mundo inteiro, é preciso para ganhar a vitória na luta contra a agressão russa. É necessário libertar a Crimeia da ocupação".
A União Europeia e a NATO reafirmaram o apoio à Ucrânia, quase seis meses após o início da guerra, e disseram que a anexação da Crimeia nunca será reconhecida.
"Nunca reconheceremos a anexação ilegal da Crimeia e Sebastopol pela Federação Russa. Estamos profundamente preocupados com as violações dos direitos humanos na península da Crimeia. Os desaparecimentos, as torturas, os assassinatos. A perseguição dos tártaros da Crimeia", declarou a Presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen.
"Devemos manter nosso apoio à Ucrânia a longo prazo, para que a Ucrânia prevaleça como uma nação soberana e independente. Uma Ucrânia forte, estável e independente é essencial para a segurança euro-atlântica," declarou o Secretário-Geral da NATO, Jens Stoltenberg.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, condenou o uso da Crimeia pela Rússia na guerra em curso e o papel da península no bloqueio das exportações de cereais.
"Sem retirada russa não há paz", diz Zelenskyy a Guterres e Erdoğan
Os três líderes encontraram-se em Lviv - Direitos de autor OZAN KOSE, LUDOVIC MARIN, PHILIP FONG / AFP
O estado da segurança alimentar mundial depois do restabelecimento das exportações de cereais da Ucrânia e a situação na central nuclear de Zaporíjia foram os temas desta reunião a três, em Lviv, entre o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, o secretário-geral da ONUAntónio Guterres e o presidente da TurquiaRecep Tayyp Erdoğan, que tem atuado como mediador entre a Rússia e a Ucrânia. Erdogan acredita numa solução pacífica, Zelenskyy diz que os russos não podem querer a paz e recusa qualquer tipo de paz sem uma retirada russa.
"Estou surpreendido que os russos queiram algum tipo de paz. As pessoas que matam, violam e atacam os nossos civis todos os dias com mísseis de cruzeiro não podem querer a paz. Em primeiro lugar, têm de deixar o nosso território", disse Zelenskyy.
Estou surpreendido que os russos queiram algum tipo de paz.
- Volodymyr Zelenskyy
- Presidente da Ucrânia
Guterres enalteceu o acordo que permitiu desbloquear os portos ucranianos para que o país voltasse a poder exportar cereais, mas diz que há ainda um longo caminho a percorrer: "Vemos sinais de que os mercados alimentares mundiais começam a estabilizar, mas não podemos ter ilusões. Há um longo caminho até que isso se traduza no dia-a-dia das pessoas, na padaria do bairro. As cadeias de aprovisionamento continuam a sofrer cortes e os preços da energia e do transporte são inaceitáveis", disse o secretário-geral das Nações Unidas.
A ONU quer que a Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) possa aceder à Central Nuclear de Zaporíjia, palco de ataques de artilharia, com ambos os lados a acusarem-se mutuamente. A Ucrânia está de acordo, mas a Rússia coloca condições. São obstáculos que a Turquia quer ajudar a ultrapassar, para evitar um desastre nuclear.
"Não queremos outra Chernobyl. A Turquia está a exercer influência para que este conflito seja resolvido através de uma solução diplomática e, entretanto, vai continuar a apoiar os amigos ucranianos", disse Erdoğan.
Não queremos outra Chernobyl.
- Recep Tayyip Erdoğan
- Presidente da Turquia
A Turquia, que tem mantido uma neutralidade que lhe permite o papel de mediadora no conflito, quer ter um papel ativo na reconstrução da Ucrânia depois da guerra. Durante este encontro, Zelenskyy e Erdogan assinaram um acordo para reconstruir as infraestruturas ucranianas. No entanto, a perspetiva de um cessar-fogo está ainda muito longe.
Forças ucranianas garantem ter atingido base do grupo russo Wagner
Militares ucranianos em formação - Direitos de autor Frank Augstein/Copyright 2022 The Associated Press. All rights reserved
Com o mundo de olhos postos na central nuclear de Zaporíjia, os combates noutras regiões da Ucrânia não páram. De acordo com as autoridades de Kiev, pelo menos três civis perderam a vida e outros 20 ficaram feridos nas últimas horas, vítimas do fogo de artilharia russa na região de Kharkiv.
A segunda maior cidade do país e em toda a região a caminho de Donetsk têm sido alvo de bombardeamentos constantes. Moscovo garante mesmo que assumiu o controlo de Udy, na região de Kharkiv.
Kiev, por seu turno, afirma ter atingido com mísseis uma base mercenária do grupo russo Wagner em Lugansk.O grupo Wagner é apontado como tendo ligações ao oligarca russo Evguéni Prigojine, que, por sua vez, é considerado próximo do Presidente russo, Vladimir Putin. A presença de combatentes do grupo foi confirmada nos últimos anos na Síria, Líbia, Mali e outros países africanos.
Mais a sul, não foram os bombardeamentos a provocar vítimas: em Zatoka, perto do porto de Odessa, três pessoas morreram este domingo e duas ficaram feridas quando uma mina explodiu enquanto tomavam banho na costa do Mar Negro, apesar da proibição oficial. Um dos corpos foi recuperado esta segunda-feira.
Nos territórios ocupados já estã o se está a preparar a anexação total. Em Kherson, para além da emissão de passaportes russos, os salários e pensões são pagos em rublos e visitas da imprensa internacional são organizadas para mostrar uma chamada "normalidade".
Mas as autoridades ucranianas garantem que nenhum território será entregue a Moscovo e para isso, para além da ajuda internacional que está a chegar às frentes de batalha, nas próximas semanas devem regressar do Reino Unido milhares de militares ucranianos que estiveram a receber treino especializado.
Formações dadas sobretudo a quem não tinha experiência militar e incluiram o manuseamento de armas, primeiros socorros e técnicas no campo de batalha.
Ucrânia: "resultado da guerra será decidido no campo de batalha"
Matti Massikas, embaixador da União Europeia para a Ucrânia - Direitos de autor Ukrainian Presidential Press Office via AP
Apesar das bombas russas, os ucranianos não se deixam desmoralizar e as sanções estão a dar resultados, diz o embaixador da União Europeia para a Ucrânia.
De visita a Bruxelas, Matti Massikas referiu, em entrevista à Euronews, que negociar com Moscovo significaria reconhecer as conquistas territoriais russas.
"Está claro que se os ataques parassem hoje, o processo de negociação continuaria ao estilo: o que é nosso é nosso, o resto nós podemos negociar. Ficou muito claro, do ponto de vista ucraniano, que é preciso resistir.
Há um apoio público muito sólido para isso. Mais de 80% dos ucranianos acreditam que a Ucrânia vencerá a guerra e opõem-se a qualquer concessão aos russos, em termos de entrega de territórios. Nesta situação, os parceiros ocidentais da Ucrânia apoiam ao país. O resultado desta guerra será decidido no campo de batalha", insistiu o embaixador.
Clique no vídeo acima para acompanhar o resto da entrevista com Matti Massikas.
ONU pede acesso urgente a feridos na Ucrânia
Kerson alvo de ataque - Direitos de autor AFP
De Euronews • Últimas notícias: 08/07/2022 - 19:27
A agência de saúde das Nações Unidas lançou um apelo urgente, esta sexta-feira, para ter acesso às pessoas doentes e feridas isoladas pela guerra na Ucrânia. A agência fala em "centenas" de vítimas de minas terrestres: "bebés prematuros, mulheres grávidas, idosos, muitos deles deixados para trás".
Na Ucrânia, o presidente Volodymyr Zelensky voltou a garantir que Kiev não vai ceder território à Rússia e a afirmar que essa hipótese nunca fará parte de um eventual acordo de paz.
Por seu lado, Vladimir Putin alertou para “consequências catastróficas” no mercado energético europeu se as sanções impostas pelo Ocidente continuarem.
Uma equipa de televisão francesa esteve nas duas frentes de batalha e nos dois lados observou ataques de bombas inimigas. Os jornalistas dizem que depois de quatro meses de guerra, não são só os militares que estão exaustos. Quem decidiu ficar na Ucrânia diz que situação é insuportável.
Kiev diz que destruiu um depósito de munições russo e que provocou várias baixas na província ocupada de Kherson. Moscovo responde e diz que destruiu dois sistemas de mísseis antinavios em Odessa, o único porto ucraniano do Mar Negro não nas mãos da Rússia, e que atacou com mísseis os soldados ucranianos que colocaram a bandeira nacional na Ilha da Serpente depois da retirada russa.a
Putin dá ordens a militares para avançarem no leste da Ucrânia
Na Ucrânia, a ofensiva russa intensificou-se nas últimas horas. Após terem assumido o controlo de Lugansk, as forças de Moscovo vão continuar a avançar no leste da Ucrânia e devem agora tentar tomar Donetsk, a outra região estratégica para o controlo total do Donbass. Vladimir Putin já deu ordem de avanço aos militares russos.
As unidades militares devem executar as suas tarefas, de acordo com os planos previamente aprovados. Espero que tudo decorra como aconteceu em Lugansk
- Vladimir Putin
- Presidente russo
O governador de Lugansk, Serhiy Haidai, diz que as tropas ucranianas decidiram retirar-se de Lysychansk para evitar uma situação semelhante à de Mariupol, mas garante que em Donetsk as forças russas enfrentarão dificuldades.
Serhiy Haidai refere que os russos não conseguirão conquistar rapidamente Donetsk porque a região foi "reforçada e as fortificações e algumas linhas de defesa foram escavadas".
O governador de Lugansk estima ainda que as cidades de Sloviansk e Bakhmut venham a ser atacadas por Moscovo em breve. Entretanto, os ataques continuam noutras cidades ucranianas. Em Kramatorsk, uma escola secundária foi destruída este fim de semana.
Por: Euronews
UE promete punir crimes de guerra, Rússia volta a atacar EUA
As autoridades ucranianas voltaram a acusar a Rússia de atacar alvos civis, de acordo com o Ministério do Interior as forças russas bombardearam pelo menos dez casas na região de Sumy, não havendo registo de qualquer vítima mortal.
O dia na Ucrânia ficou ainda marcado pela visita do Representante da União Europeia para os Direitos Humanos a Irpin e Bucha. Perante os horrores da guerra, Eamon Gilmore disse que o mundo não podia ignorar os crimes cometidos durante a invasão russa e sublinhou que era importante punir não apenas "quem cometeu o crime, a ação em si, no local" mas também quem dá as ordens, sendo necessária uma investigação sobre a cadeia de comando, se necessário até ao topo.
#Ukraine: In Bucha and Irpin today, I saw the mass graves of victims of Russia’s War of Aggression, talked with the local priest who knew them, and stood in a bombed out shopping centre. War crimes, and those who commit them must be called to account. pic.twitter.com/rnOAOyGNS1
— Eamon Gilmore (@EamonGilmore) June 19, 2022
Além da ofensiva no terreno, a Rússia também tem multiplicado os esforços na ofensiva diplomática a Serguei Lavrov voltou a disparar na direção dos Estados Unidos.
De acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, para Washington "a Rússia deve conhecer o seu lugar, a Rússia não tem o direito de ter uma voz em assuntos internacionais e a Rússia deve cumprir as regras ditadas pelos Estados Unidos", acrescentando ser perfeitamente claro que os norte-americanos não terão sucesso.
Em Lysychansk, cidade que tem sido massacrada nos últimos dias a população faz o possível para fugir à guerra. A luz ao fundo do túnel tarda em chegar e para o Secretário-Geral da NATO, Jens Stoltenberg, temos de estar preparados para que o conflito se arraste durante anos.
Macron, Scholz e Draghi defendem Ucrânia
O Presidente francês, Emmanuel Macron, o Chanceler alemão, Olaf Scholz, e o Primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, juntamente com o Presidente romeno, Klaus Iohannis, encontraram-se em Kiev com o Presidente ucraniano Volodymir Zelenskyy para reiterar o apoio do bloco forte europeu ao país, na sua luta contra a invasão russa, e o de França, Alemanha, Itália e Roménia ás aspirações pró-europeias da Ucrânia.
"O apoio à integração ucraniana na UE seria a principal demonstração de uma posição comum coordenada e forte. (...) O estatuto da Ucrânia de candidata à UE poderá reforçar, historicamente, a liberdade na Europa e tornar-se uma das principais decisões europeias deste primeiro terço do século XXI".
- Volodymir Zelenskyy
- Presidente da Ucrânia
O presidente francês, criticado por ter dito que a Rússia não deveria ser humilhada, deixou claro o seu apoio a Kiev Emmanuel Macron frisou que o quarteto que se deslocou à capital ucraniana apoia "o estatuto de candidato imediato" do país à adesão à União Europeia. Mas há questões a ter em conta e, portanto, esse estatuto será acompanhado "de um plano de ação e implicará que se tome em consideração a situação nos Balcãs Ocidentais e na região, em particular na Moldávia", frisou o chefe de Estado gaulês.
O chanceler alemão, criticado no início pela ligeireza com que estava a lidar com as ações russas, recordou a mudança radical que se operou no seu país. Olaf Scholz deixou claro que apoiam "a Ucrânia na defesa da sua soberania e integridade territorial". Lembrando que a "Alemanha inverteu a sua tradição", quando decidiu "fornecer armas à Ucrânia" e garantiu que continuarão a "fazê-lo enquanto a Ucrânia necessitar".
O primeiro-ministro italiano lembrou que são necessárias "reformas profundas", também na sociedade ucraniana, mas reconheceu que o país está a defender, todos os dias, os valores da Democracia e da Liberdade em que o projeto europeu se baseia.
(De Euronews com AFP, AP)
Otan expressa otimismo sobre uma rápida adesão de Finlândia e Suécia
A Otan se disse convencida neste domingo (15) sobre a possibilidade de superar os obstáculos impostos pela Turquia para poder aceitar rapidamente os pedidos de adesão da Finlândia e da Suécia. Um pouco antes, Helsinki oficializou sua solicitação de entrada na Aliança Atlântica, uma consequência direta da invasão russa na Ucrânia.
Durante uma coletiva de imprensa em Berlim, o secretário-geral adjunto da Otan, Mircea Geona, declarou que a aliança está disposta a "encontrar todas as condições para um consenso" sobre os pedidos de adesão dos dois países nórdicos.
Representantes dos países membros da Otan se reuniram neste domingo na capital alemã para discutir a questão das garantias de segurança à Suécia e a Finlândia. A reunião foi convocada pelo secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, depois que os projetos de integração elaborados por Helsinki e Estocolmo geraram represálias e ameças da Rússia.
Outro obstáculo é a Turquia, abertamente contra a adesão dos dois países. Na sexta-feira (13), o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou que não apoiaria as candidaturas finlandesa e sueca porque, segundo ele, as duas nações "são redutos de várias organizações terroristas". O chefe de Estado turco se refere ao acolhimento pela Finlândia e a Suécia, desde os anos 1970, por uma grande quantidade de curdos, etnia considerada inimiga pelo governo da Turquia.
No entanto, um dia depois, o ministro turco das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, declarou que Ancara está disposta a conversar sobre a integração de possíveis novos membros da Otan. "A ampla maioria da população turca é contrária à adesão destes países, que apoiam o PKK [Partido dos Trabalhadores do Curdistão], uma organização terrorista(...). Mas são temas que, evidentemente, devemos abordar com nossos aliados na Otan e com estes países", reiterou.Finlândia oficializa pedido de entrada na Otan
Neste domingo, a Finlândia anunciou ter oficializado sua solicitação para integrar a Otan. "É um dia histórico. Aqui começa uma nova era", declarou o presidente finlandês, Sauli Niinistö, em uma entrevista coletiva, ao lado da primeira-ministra Sanna Marin.
Na véspera, ele telefonou para o presidente russo, Vladimir Putin, depois que Moscou anunciou que não descarta adotar medidas "técnico-militares", diante da intenção dos dois países nórdicos. No sábado (14), foram suspensas as exportações de energia elétrica da Rússia feita para a Finlândia pela empresa Rao Nordic — que conta com 100% de capital russo. A justificativa oficial para o corte foi o não pagamento de dívidas.
"A conversa foi direta e sem rodeios, aconteceu sem problemas. Evitar as tensões é considerado algo importante", afirmou Niinistö, que nos últimos anos teve contato frequente com presidente russo. Em um comunicado divulgado pelo Kremlin, Putin afirmou que a entrada da Finlândia na Otan seria "um erro". Segundo o chefe do Kremlin, "não há nenhuma ameaça para a segurança" do país.
O Parlamento finlandês deve começar a examinar na segunda-feira (16) o projeto de adesão, mas analistas consideram que a grande maioria dos congressistas apoiará a iniciativa. A Finlândia, que compartilha uma fronteira de 1.300 quilômetros com a Rússia, adotou a postura da neutralidade militar durante os últimos 75 anos. Mas depois que a Rússia iniciou a invasão à Ucrânia, em fevereiro, o consenso político e a opinião pública se inclinaram a favor da adesão à Otan.
A Suécia, outro país que permaneceu historicamente à margem das alianças militares, também pretende apresentar em breve sua candidatura para integrar a Otan, após uma reunião do Partido Social-Democrata, que governa o país, neste domingo.
Apoio dos aliados
Vários representantes da Otan expressaram neste domingo seu apoio aos dois países, ressaltando a necessidade de uma aceitação rápida dos pedidos de adesão. Normalmente, o processo demora um ano para ser finalizado e precisa do acordo de todos os membros.
"A Alemanha preparou tudo para que a formalização da ratificação seja rápida", afirmou a ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock. "Devemos dar garantias de segurança a eles, sem a necessidade de um período de transição", disse.
A ministra canadense das Relações Exteriores, Mélanie Joly, também defende a ideia. Ela disse esperar que a concretização da entrada da Suécia e da Finlândia na Otan ocorra "nas próximas semanas".
(Com informações da Reuters e da AFP)
Rússia reorganiza tropas na Ucrânia para a região do Donbass
Edifício bombardeado na Ucrânia - Direitos de autor AFP
De Euronews
Um dia depois das negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia, o cenário em Kiev e Chernigov continuava a ser de guerra.
O diálogo em Istambul, esta terça-feira, não impediu o bombardeamento das cidades ucranianas. E nem mesmo a retirada do terreno de 20% das tropas russas convence Volodymyr Zelenskyy.
Para o presidente ucraniano, o gesto de Moscovo prende-se apenas com uma razão: a de concentrar os esforços na região do Donbass, no leste da Ucrânia.
Num vídeo gravado durante a noite, Zelenskyy diz ser evidente que "a Rússia está a acumular forças para novos ataques no Donbass" e que a Ucrânia se está a "preparar para isso".
O chefe de Estado afirma ainda não estar disponível para cedências em relação à integridade territorial. "Não acreditamos em ninguém, nem em palavras bonitas. Há uma situação real no campo de batalha e isso agora é o mais importante. Não vamos desistir de nada, vamos lutar por cada metro da nossa terra, por cada cidadão".
A redistribuição das tropas russas foi já confirmada pela Defesa no Kremlin.
Igor Konashenkov, porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, diz que "o objetivo do reposicionamento das forças armadas russas é aumentar a atividade nos destinos prioritários e, mais importante ainda, completar a operação de libertação total do Donbass".
A mudança de planos por parte de Moscovo, que ainda há dias investia esforços na tomada da capital ucraniana está a ser acompanhada de perto por Washington.
Para a Casa Branca, Vladimir Putin está a ser "mal informado". Os Estados Unidos da América (EUA), tal como confirmado esta quarta-feira por Kate Bedingfield, diretora de comunicação da Casa Branca, defendem que o presidente russo se sente enganado pelos próprios conselheiros, que têm "demasiado medo de dizer a verdade" sobre "o mau desempenho dos militares e como a economia russa está a ser afetada pelas sanções".
As autoridades russas anunciaram entretanto ir investigar um ataque a Donetsk, onde um edifício habitacional na cidade ucraniana controlada por separatistas foi atingido, esta quarta-feira, por um míssil, matando pelo menos uma pessoa. O autarca local, Alexey Kulemzin, acusa o exército ucraniano de estar por trás do bombardeamento.
Guerra na Ucrânia não terá vencedores, afirma chefe da ONU
Com os conflitos no território ucraniano completando um mês, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, falou a jornalistas sobre a situação no país nesta terça-feira.
O chefe da ONU afirmou que a guerra não terá vencedores e que, cedo ou tarde, terá que sair do campo de batalha e ir para as mesas de negociações de paz.
@ ONU
O secretário-geral António Guterres informa repórteres sobre a guerra na Ucrânia.
Destruição
O líder das Nações Unidas lembrou que, desde que a Rússia invadiu o território soberano na Ucrânia, em violação a Carta da ONU, mais de 10 milhões de civis deixaram suas casas e suas cidades em busca de segurança.
Para António Guterres, os únicos resultados dos confrontos tem sido o aumento do sofrimento, destruição e horror.
Ele afirmou que as pessoas estão vivendo uma situação “infernal” e os efeitos da escalada da violência já estão sendo sentidos globalmente, com o aumento dos preços de alimentos, energia e fertilizantes, aprofundando a crise de fome global.
Ao fazer mais um apelo pelo fim da guerra e dar uma “chance a paz”, ele questionou quantas mais cidades terão de ser destruídas e vidas perdidas para que cessem os ataques.
De acordo com o secretário-geral da ONU, a continuação dos ataques contra a Ucrânia é “moralmente inaceitável, politicamente indefensável e militarmente sem sentido”.
Segundo os levantamentos do Escritório de Direitos Humanos da ONU, até esta segunda-feira, o conflito já deixou pelo menos 2,5 mil vítimas civis no país, registrando 953 mortos e mais de 1,5 mil feridos.
A entidade acredita que os números reais são consideravelmente maiores, já que o recebimento de informações de alguns locais onde ocorreram intensas hostilidades foi atrasado e muitos relatórios ainda aguardam confirmação.
Presidente da Ucrânia pede a Israel armas e sanções contra a Rússia
Zelensky falou ao parlamento israelense neste domingo
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, falou hoje (20) ao parlamento de Israel. Em seu depoimento, Zelensky comparou a invasão russa em seu país com a Segunda Guerra Mundial. Além disso, ele pediu armamentos e sanções mais duras por parte de Israel.
“Entendemos como se uniram as histórias de ucranianos e judeus no passado e agora nessa época difícil. Nós vivemos em condições diferentes, mas temos a mesma ameaça, na terra de vocês (Israel) e na nossa terra [Ucrânia]. Eu gostaria que vocês pensassem sobre essa data, sobre a invasão da Rússia na Ucrânia. Esse dia entrou para a história como uma tragédia na Ucrânia. No dia 24 de fevereiro de 1920 foi criado um partido na Alemanha que começou a criar uma nação e destruir outra. Naquela época também aconteceu a entrada do povo russo na Ucrânia, que se tornou vítima na própria terra, assim como na Polônia, na Eslováquia, na República Tcheca e em outras dezenas de países”, afirmou Zelensky.
O mandatário ucraniano disse ainda que a invasão russa não é uma “operação militar”, como defende o presidente russo, Vladimir Putin, mas sim uma guerra de grande escala, que está direcionada para a destruição do povo e das cidades da Ucrânia. E disse ainda que isso acontece “diante dos olhos do mundo inteiro, por isso tenho direito de comparar nossa sobrevivência com a Segunda Guerra Mundial”.
Zelensky ainda lembrou como os mísseis russos atacaram Kiev, destruindo também cemitérios de judeus, onde todos os anos milhares de peregrinos vão visitar. “Cada palavra minha vai chegar aos corações de vocês com ecos de dor. Até agora apelamos ao mundo inteiro, pedimos ajuda humanitária a muitos países, mas precisamos resposta para essa pergunta: Vocês podem pensar em proteger os judeus que moram na Ucrânia? Queremos saber porque Israel não aplicou sanções contra a Rússia”, disse.
@ Agência Brasil
Revistas francesas homenageiam Zelensky, o ucraniano que uniu a Europa
A guerra na Ucrânia, a resistência heróica da população à invasora Rússia e os riscos de extensão do conflito a outros países da Europa, com a ameaça de utilização do arsenal nuclear por Moscou, são temas de capa das principais revistas semanais francesas. Por sua coragem e patriotismo, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, é apontado como um líder que poderia inspirar outros povos a derrubar governos autoritários.
A revista L'Obs publica uma edição especial com a manchete "O dia em que o mundo virou de cabeça para baixo". A publicação nota que algumas horas foram suficientes para abalar os alicerces da ordem mundial. "A História lembrará que foi em 24 de fevereiro de 2022, dia em que Putin cometeu o irreparável ato de invadir a Ucrânia, que o Ocidente, estupefato, entrou numa nova era, despertando violentamente de sua letargia", aponta o editorial.
Em meio ao caos e ao sofrimento do povo ucraniano, um novo acordo está sendo escrito pelos europeus, o de uma "união sagrada" para defender a democracia e a paz. "A terceira guerra mundial não chegou (ainda), mas este conflito é a maior convulsão geopolítica que vimos desde 1945. (...) Putin violou a regra que assegurava o equilíbrio internacional e desafia o mundo, (...) revelando seu jogo a todos aqueles que, ingênuos ou cúmplices, se recusaram a admiti-lo por muito tempo: o presidente russo é, agora, o inimigo número um da paz mundial", condena a L'Obs.
"Nesta tragédia, existe alguma razão para se ter esperança?", questiona a revista. E a resposta é que Putin pode acabar como um pária, condenando sua população, já amordaçada pelas autoridades e alimentada por propaganda nacionalista, ao isolamento. Isto pode levar a uma grande desestabilização interna do regime autoritário. Embora o resultado do conflito permaneça incerto, ele já criou uma fissura no poder de Putin. E conseguiu unir todos os europeus contra aquele que se tornou o inimigo em comum, destaca a L'Obs.Putin: "um homem do passado"
A imagem de Zelensky, chamado de "herói da liberdade", estampa a capa da revista Le Point. Em seu editorial, a publicação francesa descreve o presidente ucraniano como "um combatente por seu país, um defensor de valores democráticos que os europeus têm afirmado de forma bastante fraca" nos últimos anos. Entretanto, Putin provocou a guinada, e a União Europeia está mais unida do que nunca, diz a revista.
O espantoso destino de Zelensky, humorista transformado em chefe de guerra, é uma fonte de inspiração para a Europa e para as repúblicas autoritárias satélites da Rússia, nota Le Point. A publicação não sabe dizer se a Europa será capaz de construir uma defesa que a salvará de humilhações futuras. Mas, se souber, o heroísmo dos ucranianos e de seu presidente terá sido um gatilho.
A imagem de Zelensky, vestido com uniforme militar e capacete de proteção na cabeça, ilustra a capa da L'Express. A manchete é uma interrogação: "Quem poderá deter Vladimir Putin?".
Em seu editorial, a revista escreve que a ameaça nuclear de Putin, que disse ter colocado seu arsenal de dissuasão em estado de alerta, é "uma faca de dois gumes", pois pode se voltar contra os russos. Na opinião da L'Express, Putin está cada vez mais isolado, e apesar de ter amordaçado a oposição e a população em seu país, "é um homem do passado".
(Informações da RFI)
Guerra na Ucrânia coloca em risco segurança alimentar mundial e pode provocar um “furacão de fome”, alerta a ONU
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou nesta segunda-feira (14) para as repercussões da guerra entre Rússia e Ucrânia na segurança alimentar mundial. Ele afirmou que o conflito que poderia resultar em um "furacão de fome" em muitos países.
UN Photo/Mark Garten
O secretário-geral António Guterres informa repórteres sobre a guerra na Ucrânia.
"Esta guerra afeta muito mais do que a Ucrânia", alertou Guterres à imprensa em Nova York. Ele explicou que a suspensão da produção agrícola na Ucrânia e na Rússia devido ao conflito atingirá "mais duramente os mais pobres e semeará instabilidade política e mal-estar em todo o mundo. Devemos fazer tudo o possível para evitar um furacão de fome e o colapso do sistema alimentar mundial", declarou o português.
O secretário-geral da ONU insistiu na importância da Rússia e da Ucrânia como “celeiros de cereais” do mundo e que o conflito terá um impacto direto no acesso da população à comida. "Os preços dos cereais já superaram os do começo da Primavera Árabe e dos distúrbios por alimentos de 2007-2008", lembrou, acrescentando que o índice mundial de preços dos alimentos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) "está em seu nível jamais registrado".
No total, "45 países africanos e os menos desenvolvidos importam pelo menos um terço de seu trigo de Ucrânia ou Rússia; 18 destes importam ao menos 50%. Isto inclui nações como Burkina Faso, Egito, República Democrática do Congo, Líbano, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen", explicou Guterres, que voltou a pedir o fim das hostilidades.Crise alimentar e crise humanitária
Já o secretário-geral adjunto para Assuntos Humanitários da ONU, Martin Griffiths, chamou a atenção para a situação cada vez mais difícil dos ucranianos. Ele lembrou que a guerra já obrigou mais de dois milhões de pessoas a deixarem suas casas, mas que "muitos não podem sair de seus lares devido aos intensos combates em cidades como Mariupol, Karkhiv e Kiev".
Ele também anunciou a liberação de US$ 40 milhões do Fundo Central de Resposta a Emergências (CERF), destinados à Ucrânia. Mas segundo ele, esse dinheiro será essencial apenas para “iniciar as operações”.
(Com informações da AFP)
UE ameaça novas sanções contra Rússia e não descarta suspender importação de gás e petróleo
Os líderes dos países da União Europeia (UE) se reuniram no Palácio de Versalhes, nos arredores de Paris, para discutir as consequências da guerra na Ucrânia e como a bloco deve se organizar diante das ações da Rússia. Após dois dias de conversas, o grupo ameaçou lançar novas sanções ainda mais rígidas contra Moscou caso a ofensiva militar continue. A suspensão da importação de gás e petróleo russos, até então poupada, não foi descartada.
“Se o presidente [Vladimir] Putin intensificar os bombardeios, o cerco a Kiev e as cenas de guerra, sabemos que teremos que adotar sanções maciças novamente", disse o presidente francês, Emmanuel Macron, no final da reunião de dois dias no Palácio de Versalhes, nesta sexta-feira (11).
Macron disse que o bloco fará tudo o que considerar eficaz para impedir a progressão da violência na Ucrânia. “Nada é proibido, nada é tabu", insistiu o presidente francês, indicando que as sanções poderiam visar até mesmo as importações de gás ou de petróleo russos, um setor que vinha sendo poupado até então em razão da dependência europeia dos hidrocarbonetos vendidos por Moscou.
Atualmente, 45% do gás e 25% do petróleo usados pelos países da UE são fornecidos pela Rússia. Essa dependência torna mais delicada a imposição de um embargo a esse tipo de produto.
Os líderes europeus também assinaram uma declaração conjunta na qual confirmaram a intenção de aumentar, de maneira substancial, os gastos com a Defesa no bloco. Desde a Segunda Guerra Mundial os países europeus vêm reduzindo seu orçamento de proteção, o que torna o anúncio feito em Versalhes um fato histórico.
Ajuda aos ucranianos
O chefe da diplomacia Europeia, Josep Borrell, também propôs a aprovação de um envelope adicional de € 500 milhões (mais de R$ 2,7 bilhões) em ajuda militar à Ucrânia. Com a medida, Bruxelas dobraria sua contribuição às Forças ucranianas.
Segundo Borrell, esse volume sairia do Fundo Europeu de Apoio à Paz, um instrumento financeiro dotado de cerca de € 5 bilhões disponibilizados pelos Estados-membros do bloco, que não faz parte do orçamento comum. Mas o uso destes recursos exige a aprovação por unanimidade dos países da UE. Os membros do bloco têm a possibilidade de se abster, a fim de evitar o bloqueio da ajuda às forças ucranianas.
Adesão da Ucrânia à União Europeia descartada
No entanto, os europeus se mostraram menos abertos à possibilidade de uma adesão da Ucrânia ao bloco, uma hipótese almejada por Kiev. O processo de entrada no grupo geralmente leva anos e o primeiro ministro holandês, Mark Rutte, jogou um balde de água fria nas esperanças ucranianas, declarando que não existe nenhum procedimento para integração acelerada.
Emmanuel Macron disse que a porta não está fechada para sempre. Mas diante de um gigante russo cada vez mais agressivo, criar uma fronteira direta entre a União Europeia e a Rússia não parece ser uma prioridade, nem uma vontade para o bloco europeu.
Essas declarações não foram bem vistas do lado de Kiev. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse, logo após a reunião de Versalhes, que a União Europeia deve fazer mais para ajudar a Ucrânia, alegando que seu país está diante de uma catástrofe humanitária.
(Com informações da AFP)
"Europa vai mudar com essa guerra", diz Macron durante cúpula com líderes do bloco em Versalhes
Os líderes da União Europeia (UE) estão reunidos nesta quinta-feira (10) e sexta-feira (11) em Versalhes, nos arredores de Paris, para discutir o impacto da invasão russa à Ucrânia. O bloco estuda como reforçar sua defesa - já que a criação de um Exército europeu, um sonho francês, não é unanimidade - e como diminuir a dependência aos combustíveis russos.
"A Europa mudou com a pandemia e vai mudar mais e ainda mais com a guerra" na Ucrânia, disse o presidente francês, Emmanuel Macron no início do encontro, acrescentando que não via um cessar-fogo como algo realista no momento.
Originalmente convocada para tratar de um novo modelo de crescimento econômico e investimentos, o propósito e as prioridades da reunião de cúpula mudaram após a invasão russa ao país vizinho.
Os líderes do bloco discutirão a situação na Ucrânia como "um membro de nossa família europeia", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na chegada à Versalhes. "Queremos uma Ucrânia livre e democrática, com a qual compartilhamos um destino comum", completou ela.
Os dirigentes dedicaram este primeiro dia juntos exclusivamente para tratar dos desafios impostos pelo conflito. A cúpula informal, organizada pela França no prestigioso Palácio de Versalhes, antiga residência dos reis da França, tem como ponto central uma reação às consequências inevitáveis da guerra. Por um lado, os países tentam encontrar fontes para substituir o gás e o petróleo russos e, de outro, fortalecer os laços com a Ucrânia.Atualmente 45% do gás e 25% do petróleo usado pelo países da UE é fornecido pela Rússia. Essa dependência faz com que como o bloco não possa, simplesmente, como fizeram os Estados Unidos, anunciar um embargo aos hidrocarbonetos vendidos por Moscou. Nesse contexto, os 27 Estados-Membros terão que discutir opções para aumentar as importações de gás natural liquefeito, economizar energia e acelerar a descarbonização de suas economias. A França, anfitriã, pretende apostar na energia nuclear e de fontes renováveis.
Urgência
As sanções anunciadas nas últimas duas semanas contra Moscou aumentam a emergência das discussões. “Devemos compreender as preocupações dos nossos cidadãos, mostrar-lhes a nossa solidariedade, especialmente com os membros da União Europeia que serão mais afetados do que outros”, disse a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola.
O encontro é visto como o início de uma nova era, em que os países farão considerações de longo prazo envolvendo o fornecimento em setores-chave, como matérias-primas, proteínas vegetais e semicondutores.
O objetivo é coordenar uma resposta econômica aos problemas. E, assim como aconteceu em relação à crise sanitária provocada pela Covid-19, um novo plano de recuperação deve ser discutido para apoiar empresas e aumentar os investimentos em setores como a defesa e a energia. O Palácio do Eliseu promete que será a "cúpula da reação europeia, da soberania europeia".
Ucrânia na UE
Outro assunto a ser discutido é o pedido da Ucrânia para entrar na União Europeia, o que divide os países do bloco. Alguns são mais favoráveis, como a Polônia, e outros mais prudentes, como é o caso da França. Paris não quer uma adesão acelerada, alegando que este é um processo que leva anos e a Ucrânia precisa de soluções rápidas, de acordo com a presidência francesa.
Alguns líderes europeus já descartaram o pedido da Ucrânia de aderir à EU por meio de um procedimento expresso, a fim de responder à invasão russa do país, alegando que tal alternativa "não existe". "Não há via rápida. Isso não existe", disse o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, ao chegar ao Palácio de Versalhes.
O primeiro-ministro de Luxemburgo, Xavier Bettel, concordou dizendo: "Não podemos dar aos ucranianos a impressão de que tudo pode acontecer em um dia".
Uma fonte europeia, citada pela agência Reuters, diz que as opções estudadas incluem o reforço dos laços entre a Ucrânia e o mercado único europeu e a ligação do país à rede energética da UE. Além da Ucrânia, Geórgia e Moldávia já apresentaram pedidos de adesão a UE.
Atualmente, Albânia, Macedônia do Norte, Montenegro, Sérvia e Turquia são formalmente reconhecidos como países candidatos. No caso da Turquia, as negociações se arrastam há mais de duas décadas, mesmo que estejam virtualmente paralisadas, desde 2016.
O último país a aderir à UE foi a Croácia, em 2013, após as negociações, iniciadas em 2005, terem durado oito anos, e os últimos capítulos tenham sido finalmente concluídos, em 2011.
(Com informações da RFI e da AFP)