Getting your Trinity Audio player ready...
Mostrando postagens com marcador circulação de ciclomotores. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador circulação de ciclomotores. Mostrar todas as postagens

Zelo pela mobilidade: calçadas recuperadas e ciclovias dão mais segurança ao ir e vir dos curitibanos


@SMCS

Referência em mobilidade urbana no Brasil e no exterior, Curitiba se reinventa com um legado de projetos e intervenções para a priorização do pedestre e dos chamados modais verdes, como bicicletas e o caminhar, por toda a capital.


Em diferentes frentes pelos bairros se multiplicam ações traduzidas na melhoria da infraestrutura de calçadas, com o programa Caminhar Melhor e com o Plano Cicloviário de Curitiba.

São ações alinhadas ao compromisso da Prefeitura de zelar pela mobilidade urbana e fazer de Curitiba uma cidade cada vez mais inclusiva com a promoção da acessibilidade e da qualidade de vida das pessoas e o desenvolvimento dos bairros.



Caminhar Melhor

O programa Caminhar Melhor, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), prevê a requalificação de calçadas na cidade no entorno de equipamentos públicos e locais de grande movimento de pessoas e reafirma a prioridade dada ao pedestre.


“Estamos investindo em calçadas e calçadões acessíveis e humanitários, em espaços de valorização das pessoas. É a mobilidade ativa, um estímulo para que o cidadão seja o protagonista do movimento, que se aproxime dos espaços urbanos e seja mais sustentável”, disse o prefeito Rafael Greca.

A mobilidade ativa, defende Greca, é uma ativadora do espaço público, uma vez que, caminhando, as pessoas têm maior chance de ocupar esses locais.

Desde 2017, a Prefeitura está recuperando passeios no Centro e bairros da capital. Exemplos de locais que já estão contemplados com o Caminhar Melhor são as ruas Kellers, Bley Zornig, Antônio Krainiski, Davi Xavier da Silva, Lea Moreira de Souza Moura, Adolpho Bertoldi, entre outras.

O projeto contempla a valorização do espaço público, com a melhoria da paisagem urbana, da segurança nos deslocamentos e com a criação de novas conexões cicloviárias e de favorecimento à acessibilidade no ambiente urbano.

Na Rua Adolpho Bertoldi, no Campo de Santana, a recuperação de calçadas está sendo feita no trecho compreendido entre as ruas Belmira Carvalho e Maria Regina Scaramussa Marques, totalizando aproximadamente 1.600 metros.

Obras do programa Caminhar Melhor na Rua Adolpho Bertoldi, no bairro Campo do Santana. Foto: Ricardo Marajó / SMCS

Os novos passeios vão garantir mais conforto e segurança para o deslocamento dos moradores, principalmente aos usuários dos equipamentos públicos Escola Municipal João Amazonas, Unidade de Saúde Rio Bonito e CMEI Maria Gracita Gracia Gonçalves. O serviço está sendo feito por equipes coordenadas pela Superintendência de Manutenção Urbana da Secretaria do Governo Municipal (SGM).

O trecho tem fluxo grande de pessoas e deve garantir maior segurança aos pedestres. Para o venezuelano Eli Perez, que se mudou para Curitiba há cerca de um ano, o novo passeio representa segurança para sua família.


“Eu fico mais tranquilo porque meu filho estuda nessa escola e passa diariamente por aqui, com a nova calçada fica muito mais seguro”, comenta o pai.

Outro morador do Campo de Santana que elogiou a iniciativa de fazer o novo passeio foi o auxiliar administrativo Ademar de Lima.

“Essa rua é muito utilizada e como só existia calçada em um dos lados havia essa demanda. Fiquei muito feliz com a obra, a gente percebe que a Prefeitura tem cuidado do nosso bairro”, conta Lima.

Mercado Municipal


No entorno do Mercado Municipal, a Prefeitura está fazendo uma grande intervenção para transformar os passeios da região em um grande boulevard. - Foto: Daniel Castellano / SMCS

No entorno do Mercado Municipal, a Prefeitura está fazendo uma grande intervenção para transformar os passeios da região em um grande boulevard, dando prioridade aos pedestres e aos deslocamentos não motorizados. O projeto assinado pelo Ippuc integra o programa Caminhar Melhor e prevê a revitalização de uma área de dez quadras em torno do Mercado Municipal.

A intenção é que as pessoas utilizem o espaço público não apenas como local de passagem, mas de encontro e permanência.

O projeto inclui novas calçadas, correção geométrica, drenagem, recuperação do asfalto, ciclovia, iluminação, sinalização semafórica e paisagismo.


Ciclovias e bicicletas compartilhadas

O Plano Cicloviário de Curitiba prevê, até o fim de 2025, mais de 400 km de ciclovias espalhada pelos bairros. Atualmente, Curitiba já conta com uma malha cicloviária de 281,4 km, entre ciclovias, ciclofaixas, ciclorrotas e vias compartilhadas.

Em 2023, Curitiba lançou um inédito sistema de bicicletas compartilhadas com estações fixas, que fortalece a ciclomobilidade como componente relevante da intermodalidade do transporte público curitibano.

Com a parceria do município com a empresa Tembici, curitibanos e turistas passaram a contar com 500 bicicletas compartilhadas, entre mecânicas e elétricas, disponíveis para locação por meio de aplicativo. Todas as bicicletas têm GPS para evitar furtos ou vandalismo.


Vias compartilhadas

Av. República Argentina, na Estação-tubo Pedro Gusso. Foto: Pedro Ribas/SMCS

Outros projetos de mobilidade urbana contemplam os bairros e a região central. As vias compartilhadas implantadas na Avenida República Argentina, são um exemplo. A intervenção na via permitiu a extensão do itinerário do Ligeirão Norte-Sul (BRT Sul), entre os terminais Santa Cândida e Pinheirinho, e seguiu um planejamento de vanguarda.

Novos passeios colocam o pedestre em primeiro plano no deslocamento com carros, bicicletas e motocicletas, priorizando o transporte coletivo em relação ao individual.
Pioneirismo do Calçadão da XV


Rua XV de Novembro, primeiro calçadão exclusivo para pedestres no país. Foto: Lucilia Guimarães/SMCS

Outros modelos já consolidados e que priorizam o modelo sustentável de mobilidade estão espalhados pela cidade, partindo do Calçadão da XV, no Centro, que foi o primeiro calçadão exclusivo para pedestres no país, implantado há 50 anos, até as novas e recentes calçadas, rampas de acessibilidade, ciclovia na Rua Eduardo Sprada, na CIC, implantada a partir da intervenção que garantiu novo traçado da via.


Mobilidade do pedestre

Cruz do Pilarzinho após obras de correção geométrica nas ruas Hugo Simas, Amauri Lange Silvério e Raposo Tavares - Foto: Daniel Castellano / SMCS

Obras de correção geométrica realizadas para promover a melhoria viária na região da Cruz do Pilarzinho, no bairro Pilarzinho, garantiram maior segurança dos pedestres, com a requalificação das calçadas além da integração temporal do transporte público.


As obras foram executadas nas ruas Hugo Simas, Raposo Tavares e Amauri Lange Silvério e seus arredores, tornando o bairro ponto de conexão com vários terminais, permitindo a passageiros de sete linhas de ônibus a troca de itinerário sem pagar uma nova passagem, usando o cartão-transporte.


Voluntários da Pátria

Revitalização da Rua Voluntários da Pátria no Centro de Curitiba - Curitiba - Foto: Daniel Castellano / SMCS

A Rua Voluntários da Pátria, revitalizada desde a Praça Osório até a Praça Rui Barbosa, foi transformada na primeira Rua Completa da capital paranaense, conceito aplicado a locais de convivência e de movimentação segura entre veículos, bicicletas e, principalmente pedestres, segundo a Organização Não Governamental WRI Brasil. A via, que tem intenso fluxo de pedestres, foi elevada ao nível da calçada, que foi alargada para implantação de uma faixa de acessibilidade.

Na outra parte da calçada, manteve preservado o piso original em petit-pavê (mosaico de pedras), com os tradicionais desenhos de rosáceas.

A requalificação da rua incluiu ainda nova tubulação de drenagem para evitar alagamentos, rede de esgoto, implantação de bancos, lixeiras, iluminação em LED com fiação subterrânea, pista de veículos em pedras para manter o trânsito mais amigável, faixas elevadas de travessias de pedestres e arborização.


Rua São Francisco

A reforma das calçadas realizada na Rua São Francisco, por meio do pacote de obras do programa Rosto da Cidade, que inclui uma série de reformas e revitalização no Centro Histórico, requalificou a passagem dos pedestres no trecho entre as ruas Barão do Serro Azul e Presidente Faria.

As obras melhoraram a mobilidade, com implantação de faixa de acessibilidade, implantação de paraciclos que melhoraram a estrutura de pedestres e ciclistas que circulam por uma das regiões mais antigas da cidade.


Faixa acessível no Lago da Ordem

No Largo da Ordem, onde aos domingos acontece a tradicional feirinha de Curitiba (Feira do Largo da Ordem), a Prefeitura implantou uma faixa de acessibilidade de concreto, com 1,5 metro de largura para garantir acessibilidade de pessoas com mobilidade reduzida e cadeirantes.


Alameda Prudente de Moraes

Nova Alameda Prudente de Moraes, com obras de revitalização na acessibilidade, pavimentação, iluminação e priorização ao pedestre. Curitiba. Foto: José Fernando Ogura/SMCS

A Alameda Prudente de Moraes, repleta de restaurantes, bares e lojas no Centro, também foi requalificada pela Prefeitura de Curitiba para priorizar o pedestre, valorizar o comércio e incentivar a mobilidade limpa na cidade.

Novas calçadas, planas e acessíveis, pavimentação sustentável, iluminação especial para pedestres, obras de drenagem, paisagismo e novo mobiliário urbano foram implantados a partir das premissas dos programas Caminhar Melhor, de implantação de novas calçadas e ampliação da estrutura cicloviária, e Rosto da Cidade, de renovação do espaço urbano da região central.


Rua Memória

Rua da Memória, no Setor Histórico de Curitiba, vai conectar história e cultura.

Também na área central, a Prefeitura criou um grande projeto de revitalização e redesenvolvimento do Setor Histórico para o usufruto de toda a população e de visitantes. Trata-se da Rua da Memória que vai fazer a conexão entre o Memorial de Curitiba - espaço que abriga múltiplas atividades culturais - e a Casa da Memória, centro que abriga a história da cidade.

Com a união de história e tecnologia, o projeto da Rua da Memória, futuro Memorial Digital na Travessa Nestor de Castro, no Centro, contará a história da cidade com recursos digitais nas paredes das edificações, permitindo que a informação chegue a todas as pessoas, valorizando a diversidade.


Rua da Memória, no Setor Histórico de Curitiba, vai conectar história e cultura.



Definir locais de circulação de ciclomotores caberá a cidades

Prefeituras deverão regulamentar e fiscalizar veículos


© Tomaz Silva/Agência Brasil



© Agência Brasil
A circulação de ciclomotores em ciclovias, ciclofaixas e ruas ou avenidas dependerá de regulamentação das prefeituras municipais. A informação foi divulgada pelo Ministério dos Transportes, em resposta a questionamentos feitos pela Agência Brasil.

Para o secretário nacional de Trânsito, Adrualdo Catão, o ideal é que os ciclomotores, equipamentos que podem atingir velocidade máxima de 50 quilômetros horários (km/h), circulem em vias destinadas aos automóveis e motocicletas. “Os ciclomotores circulam na rua como uma motocicleta. Claro que os municípios é que têm competência de criar, eventualmente, uma via segregada ou permitir que nas ciclovias se use o ciclomotor, algo que não é recomendável, na medida em que a ciclovia exibe velocidades mais baixas.”

Catão explica que a regulamentação da velocidade nas ciclovias e ciclofaixas também ficará a cargo das prefeituras.

A pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Transportes da Universidade de Brasília (UnB) Zuleide Feitosa diz que é arriscado permitir que ciclomotores transitem em vias planejadas para ciclistas.

“Um veículo que atinge, que chega, a 50 km/h e outro, sobre rodas, que chega a 5 ou 10 km/h, é uma diferença muito grande. Mesmo que o ciclista chegue a 20 km/h, há uma grande diferença, o que pode desfavorecer o ciclista e favorecer, em muito, o aumento de acidentes com ciclistas”, explica a pesquisadora, que é doutora em transporte e trânsito.

Atualmente, em cidades como o Rio de Janeiro, é comum ver ciclomotores circulando em ciclovias em velocidades superiores às das bicicletas, em áreas como o centro da cidade e a orla de Copacabana.

A Agência Brasil entrou em contato com as prefeituras dos dois maiores municípios brasileiros, São Paulo e Rio de Janeiro, para saber como serão as regras e a fiscalização desses veículos. Ambas cidades ainda estão estudando a questão.

A regulamentação Contran 996/2023, que foi publicada em 22 de junho deste ano no Diário Oficial e que entrou em vigor em 3 de julho, traz regras e definições para os veículos de transporte motorizados de duas ou três rodas que atingem até 50 km/h.
Tipos de equipamento

O texto traz, por exemplo, a definição de cada tipo de veículo. De forma resumida, os três tipos são: bicicletas elétricas, que são aquelas que têm motor auxiliar e atingem até 32 km/h, mas necessitam da pedalada; os equipamentos de mobilidade individual autopropelidos, que atingem até 32 km/h e não exigem, necessariamente, propulsão humana; e os ciclomotores, veículos autopropelidos de duas ou três rodas que atingem até 50 km/h.

As bicicletas, que têm motor, mas não precisam de pedaladas para funcionar, por exemplo, entram na categoria de equipamento individual autopropelido. Acima de 50 km/h já é considerado motocicleta ou motoneta, veículos com regulamentações específicas.

As bicicletas elétricas e os equipamentos individuais autopropelidos que atingem até 32 km/h não precisam de licenciamento veicular e os condutores não necessitam de autorização específica.

Já os ciclomotores precisam ser licenciados, emplacados e se exige dos condutores uma autorização específica, chamada de ACC (ou de carteira de habilitação tipo A). Os proprietários desses veículos têm até 31 de dezembro para se regularizar.
Novidades

A regulamentação para equipamentos autopropelidos e ciclomotores não é novidade na legislação de trânsito brasileira. O licenciamento de ciclomotores e a necessidade autorização para conduzi-los já estavam previstos no Código Brasileiro de Trânsito de 1997 (Lei 9.503/97) e foram objeto de diversas regulamentações do Conselho Nacional de Trânsito (Conatran).

Uma resolução de 2015, por exemplo, deu aos estados e ao Distrito Federal a incumbência de licenciar tais veículos e habilitar os condutores. Em 2009, as bicicletas com motor elétrico foram equiparadas aos ciclomotores. Desde então, vários novos equipamentos elétricos se espalharam pelas cidades, como patinetes, monociclos e hoverboards.

O que a nova regulamentação trouxe foi uma diferenciação mais clara entre os veículos com autopropulsão que atingem até 32 km/h (equipamentos de mobilidade individual autopropelidos, inclusive as bicicletas), daqueles que atingem de 32 a 50 km/h (ciclomotores).

Outra novidade foi ampliar a velocidade máxima permitida para as bikes elétricas, ou seja, aquelas que necessitam da pedalada para acionar o motor: de 25 km/h para 32 km/h.

“A legislação é muito importante para identificar os produtos que necessariamente precisam ser emplacados e exigem habilitação para condução. Entendemos que a medida e sua fiscalização são fundamentais para a melhoria da segurança viária”, afirma Marcos Antonio Bento de Sousa, presidente da Abraciclo, associação que representa fabricantes de motocicletas, ciclomotores e bicicletas.

Para a diretora da União dos Ciclistas Brasileiros (UCB) Ana Luiza Carboni, a resolução é algo positivo porque traz regras para o uso desses veículos. Ela demonstra preocupação, no entanto, com a velocidade máxima permitida para esses equipamentos e a fiscalização sobre sua circulação em faixas dedicadas a bicicletas.

“A gente entende a velocidade máxima de bicicletas elétricas e autopropelidos, de 32 km/h, como muito alta. E a gente não tem uma fiscalização, nem uma ciclovia que seja como a de países desenvolvidos. É uma infraestrutura que não comporta esse tipo de velocidade. Isso pode colocar em risco ciclistas e pedestres. A gente tem visto isso acontecer”, enfatiza Ana Luiza.

Ela também critica o prazo dado até dezembro de 2025 para regularização dos ciclomotores e seus condutores. “É um período muito longo para eles terem que se adequar.”
©1999 | 2024 Jornal de Curitiba Network BrasilI ™
Uma publicação da Editora MR. Direitos reservados.